Manuel Jacinto Lopes

Manuel Jacinto Lopes, 1.º e único visconde da Palmeira, (Nordeste, 1844Vila Franca do Campo, 1935) foi um rico comerciante, benemérito e político açoriano. Entre outros cargos, foi presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo e provedor da Misericórdia daquela vila.

 Nota: Se procura pelo nobre brasileiro, visconde da Palmeira, veja Antônio Salgado da Silva.

Biografia

Nasceu na vila do Nordeste, Ilha de São Miguel, no Arquipélago dos Açores. Era filho de Manuel Jacinto Lopes e de Maria Cândida Rosa, sendo baptizado na Igreja Matriz de São Jorge a 27 de Março de 1844. A família era de poucas posses, sendo o pai natural de Rabo de Peixe e a mãe da Vila do Nordeste, localidade onde o casal se fixara.

Ainda adolescente, foi trabalhar como ajudante de caixeiro para Vila Franca do Campo, onde se inseriu na vida comercial local. A 2 de Fevereiro de 1862 abriu o seu próprio estabelecimento, prosperando rapidamente e tornando-se num abastado proprietário de terras e casas e grande produtor de ananás, com estufas próprias.

Adquiriu, por volta de 1872, o Solar da Madre de Deus, em Vila Franca do Campo, que pertencera a Arsénio José Botelho de Gusmão e fora herdado por sua viúva Maria Carlota Moreira da Câmara (1813-1883), senhora com quem Manuel Jacinto Lopes casou, na capela do seu novo solar, a 7 de Setembro de 1872. A noiva, que nascera a 16 de Abril de 1813, era 31 anos mais velha que Lopes, não tendo deixado descendência deste ou do anterior casamento.

Já detentor de uma considerável fortuna, envolveu-se na vida cívica e política de Vila Franca do Campo, tendo sido Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, Administrador do concelho (1905) e Presidente da Câmara de Vila Franca do Campo. Serviu ainda de juiz substituto.

Na política, foi líder do Partido Regenerador no Concelho, tendo, após a implantação da República Portuguesa, aderido ao Partido Republicano Português.

Recebeu a comenda da Ordem de Cristo em 1889 e o título de Visconde da Palmeira, criado por decreto de 28 de Outubro de 1893, do rei D. Carlos I de Portugal, por uma única vida, não tendo sido renovado.[1]. O título foi acompanhado com o foro de fidalgo cavaleiro da Casa Real e fidalgo de cota de armas, com carta de brasão de armas novas atribuído em 1893. As armas do Visconde da Palmeira são um escudo partido em pala, tendo na primeira e em campo de ouro uma palmeira verde e na segunda e em campo vermelho um caderceu de ouro e prata. Sobre o escudo a coroa de visconde, por timbre um açor e por suporte dois grifos de ouro.

Faleceu em 1935, na cidade de Ponta Delgada, sem deixar descendência legítima.

O Visconde da Palmeira é lembrado na toponímia de uma das principais artérias de Vila Franca do Campo e numa rua da Vila do Nordeste.

Referências

  1. Afonso Eduardo Martins Zuquete, Nobreza de Portugal e Brasil, vol. III, p. 399. Lisboa: Editorial Enciclopédia, 1989.

Referências

  • Jorge de Melo Manuel (1957), Os Botelhos de Nossa Senhora da Vida. Lisboa: edição do autor, pp. 55, 292.
  • A Nobreza de Portugal (1961). Lisboa: Editorial Enciclopédia, III: p. 99.
  • M. J. Pires (1903). "Visconde de Palmeira" in Álbum Açoriano. Lisboa: Ed. Oliveira e Baptista: 187-190 (inclui fotografia do visconde).

Ligações externas

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