Maria Fernanda

Maria Fernanda Meireles Correia Dias (Rio de Janeiro, 27 de outubro de 1928[1][2][3] – Rio de Janeiro, 30 de julho de 2022[4]) foi uma atriz brasileira, filha da poetisa Cecília Meireles e do pintor Fernando Correia Dias. É considerada uma das grandes damas do teatro brasileiro, ao lado de nomes como Tônia Carrero, Cacilda Becker e Fernanda Montenegro.

 Nota: Não confundir com Maria Fernanda Cândido.
Maria Fernanda
Maria Fernanda
Maria Fernanda por Stefan Rosenbauer - 1952.
Nome completo Maria Fernanda Meireles Correia Dias
Outros nomes Maria Fernanda
Nascimento 27 de outubro de 1928
Rio de Janeiro, DF
Morte 30 de julho de 2022 (96 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileira
Progenitores Mãe: Cecília Meireles
Pai: Fernando Correia Dias
Cônjuge Luiz Gallon (c. 1956–63)
Oscar Araripe (c. 1963–68)
Ocupação atriz
Período de atividade 1947–2005
Principais trabalhos Gilda em Pai Herói
Prêmios 1963 - Molière - melhor atriz por Uma Bonde Chamado Desejo (ver mais)

Apesar da vasta carreira no teatro, também destacou-se na televisão com Gabriela (1975), Pai Herói (1979) e Dona Beija (1986). Maria Fernanda falecera em decorrência de uma pneumonia bacteriana, após quatro dias internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio.[5]

Biografia

Maria Fernanda Meirelles Correia Dias nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1925, filha da poetisa Cecília Meireles e do artista plástico português Fernando Correia Dias, estudou teatro na Escola de Arte Dramática Old Vic, em Bristol, Inglaterra. Estreia como atriz, em 1948, no Teatro do Estudante do Brasil (TEB), de Paschoal Carlos Magno, interpretando Ofélia, em "Hamlet", de William Shakespeare, com direção de Hoffmann Harnich, adotando o nome de Maria Fernanda.

Com seu timbre de voz forte e peculiar, participa, em 1954, de três montagens da Companhia Dramática Nacional: As Casadas Solteiras, de Martins Pena, direção de José Maria Monteiro, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, direção de Bibi Ferreira e Cidade Assassinada, de Antonio Callado. Entre 1962 e 1963, atua em umas montagens diferentes de Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, uma com direção de Augusto Boal, em São Paulo, e a outra dirigida por Flávio Rangel, na temporada carioca, pela qual recebe os prêmios Molière, Saci e Governador do Estado de melhor atriz de 1963.

Neste mesmo ano, vai para Paris e faz um curso com o ator e mímico Jean Louis Barrault. Ao voltar para o Brasil, em 1965, protagoniza Santa Joana, de Bernard Shaw, dirigida por Flávio Rangel. Em 1970, recebe o Prêmio Molière por seu trabalho na montagem carioca de O Balcão, de Jean Genet, dirigida por Eros Martim. Volta a trabalhar com esse diretor em 1971, em Senhorita Júlia, de August Strindberg, Jardim das Delícias, de Fernando Arrabal.

Em temporada paulista, no Teatro Oficina, atua em As Três Irmãs, de Anton Tchecov, com direção de José Celso Martinez Corrêa, em 1972. E, em 1979, faz parte do elenco da estreia do texto de Leilah Assumpção, Vejo Um Vulto na Janela, Me Acudam Que Sou Donzela, dirigido por Emílio Di Biasi.

Na televisão, destacou-se em novelas como Gabriela, Pai Herói e Dona Beija. No cinema, estreou em 1946, no filme Sempre Resta Uma Esperança, seguido de uma adaptação do romance Terra Violenta, de Jorge Amado, para a Atlântida. Ao todo foram 18 filmes, com destaque para Luz Apagada (1953) e Carlota Joaquina - Princesa do Brasil (1995), de Carla Camurati, onde interpreta D. Maria I.

Vida pessoal

Foi casada com o diretor Luiz Gallon (1956-1963), com quem teve um filho: Luiz Heitor Fernando Meireles Gallon; e com o pintor e escritor Oscar Araripe (1963-1968).

Filmografia

Televisão

Ano Título Papel Emissora
1953Grande Teatro TupiSalomé (1953/1956)Rede Tupi
1956E o Vento LevouScarlet O'Hara[6]
1959TV de VanguardaBlanche Dubois
1963A Morta sem EspelhoNeide
1973João da SilvaMartaTV Rio
1975GabrielaDona Sinhazinha Guedes MendonçaRede Globo
O GritoMafalda
1977NinaMariana Torres Galba
1979Pai HeróiGilda Baldaracci (Dona Gilda)
1980Dulcinéa Vai à GuerraMarianaRede Bandeirantes
1981Caso VerdadeRede Globo
1982Nem Rebeldes, Nem FiéisOlíviaTV Cultura
O Tronco do IpêAlina
1983Moinhos de VentoLoretaRede Globo
1986Dona BeijaCecíliaRede Manchete
Mania de QuererLéa
1988Olho por OlhoHenriqueta Del Rio

Cinema

Ano Título Personagem Notas
1946Sempre Resta uma Esperança[7]
1948Terra ViolentaIrene[8]
1949A Mulher de LongeMulher na praiaFilme Inacabado[9]
1953Luz ApagadaGlória[10]
1954The Americano[11]
1955SenhoraAurélia Camargo[12]
1956The Amazon TraderEx-esposa
1958Nobreza Gaúcha[13]
Tumulto de Paixões
1976Ovelha Negra, Uma Despedida de SolteiroTia Fernanda[14]
1978Fim de FestaMárcia[15]
1979Joana AngélicaJoana Angélica[16]
1980J.S. Brown, o Último HeróiSandra Carbucci[17]
1985Chico ReiNenzica[18]
1995Carlota Joaquina, Princesa do BrazilRainha D. Maria I[19]
2004O QuinzeMãe Inácia[20]

Teatro[21]

  • Hamlet (1948)
  • Dorotéia (1950)
  • A Cegonha se Diverte... (1950)
  • As Casadas Solteiras (1954)
  • A Cidade Assassinada (1954)
  • Senhora dos Afogados (1954)
  • Verde que Te Quero Verde (1960)
  • A Ópera dos Três Tostões (1960)
  • Um Bonde Chamado Desejo (1962-1963)
  • Oito Mulheres (1963)
  • Santa Joana (1965)
  • As Troianas (1966)
  • A Tragédia de Vila Rica no Tempo de Joaquim José (1967)
  • Tragédia em Vila Rica - O Romanceiro da Inconfidência (1968)
  • O Balcão (1970)
  • Jardim das Delícias (1971)
  • Senhorita Júlia (1971)
  • As Três Irmãs (1972)
  • Raimunda, Raimunda (1973)
  • Vejo um Vulto na Janela, Me Acudam que Sou Donzela (1979)
  • Quem Casa Quer Casa e Outras Coisas Mais (1980)
  • Como Agitar Seu Apartamento (1980)
  • O Romanceiro da Inconfidência (1983)
  • E O Vento Não Levou (1984)
  • A Casa de Bernarda Alba (1985)
  • A Importância de Ser Fiel (2004-2005)

Prêmios e indicações

  • 1963 - Prêmio Molière de melhor atriz por Uma Bonde Chamado Desejo
  • 1963 - Prêmio Governador do Estado de melhor atriz por Uma Bonde Chamado Desejo
  • 1963 - Prêmio Saci de melhor atriz por Uma Bonde Chamado Desejo
  • 1970 - Prêmio Molière de melhor atriz por O Balcão

Referências

  1. Adeth Leite (18 de agosto de 1974). «Teatro, quase sempre». 3.º caderno. Diario de Pernambuco (220, ano 149). Recife. p. 7. Consultado em 4 de novembro de 2021. Ela é carioca de 400 anos nascida em fins da terceira década deste século (1928).
  2. «Maria Fernanda». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 4 de novembro de 2021
  3. «Maria Fernanda». Museu da TV
  4. «Maria Fernanda, atriz filha de Cecília Meireles, morre aos 96 anos». uol.com.br. Consultado em 31 de julho de 2022
  5. «Morre, aos 96 anos, a atriz Maria Fernanda». /odia.ig.com.br. Consultado em 31 de julho de 2022
  6. NUNES, Diego (8 de dezembro de 2018). «E o Vento Levou (1956), a novela da TV Tupi». Memórias Cinematográficas
  7. «Sempre Resta uma Esperança». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  8. «Terra Violenta». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  9. «A Mulher de Longe». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  10. «Luz Apagada». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  11. «The Americano». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  12. «Senhora». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  13. «Nobreza Gaúcha». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  14. «Ovelha Negra, Uma Despedida de Solteiro». Cinemateca Brasileira. Consultado em 2 de agosto de 2022
  15. Cinemateca Brasileira, Fim de Festa [em linha]
  16. «Joana Angélica». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  17. «J.S. Brown, o Último Herói». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  18. «Chico Rei». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  19. «Carlota Joaquina, Princesa do Brazil». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  20. «O Quinze». Cinemateca Brasileira. Consultado em 31 de dezembro de 2021
  21. «Espetáculos de Maria Fernanda». enciclopedia.itaucultural.org.br. Consultado em 23 de maio de 2022

Ligações externas

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