Mãe Cotinha de Ieuá
Maria das Mercês dos Santos (Salvador, 18-09-1883|Salvador, 21-06-1948),[1] também conhecida como Mãe Cotinha de Ieuá, foi uma ialorixá da Bahia. Iniciada para Ieuá em junho de 1905[2] pelo babalorixá pai Antonio de Oxumarê na Casa de Oxumarê. Em 1927 assumiu a direção da casa onde permaneceu por 21 anos até seu falecimento em 1948[3], sendo, portanto, a primeira mulher a ocupar o maior posto do Terreiro. Seu nome de santo (Oruco) era abiamo, que significa mãe de muitos. Conforme documentos, não existiu antes dela ninguém iniciado para esse orixá.
| Mãe Cotinha de Ieuá | |
|---|---|
| Nascimento | 18 de setembro de 1883 Salvador |
| Morte | 21 de junho de 1948 |
| Cidadania | Brasil |
Antonio de Oxumarê também foi o responsável em implantar o culto ao Orixá Ieuá no Brasil, iniciando Maria das Mercês para esta divindade, sendo que antes dela não havia registro de pessoa iniciada para este Orixá.[4]
Em 1927, Maria das Mercês, conhecida como Mãe Cotinha de Ieuá, ascende à posição máxima no terreiro, fazendo parte do núcleo de mulheres influentes, conhecidas como Negras do Partido Alto, atuava na articulação de defesa e liberdade dos negros. Mãe Cotinha iniciou no candomblé mais de uma centena de filhas de santo, que mais tarde viajaram aos mais diversos Estados e tornaram-se Ialorixás e Babalorixás, ramificando a Casa de Oxumarê pelo país. Mãe Cotinha deu início à era matriarcal na Casa de Oxumarê, tendo como sua sucessora a saudosa Ialorixá Simplícia Brasília da Encarnação.[5]
"Inicia-se uma nova era para a Casa de Oxumarê, que passa a ser protegida pela própria divindade Ieuá. Outro episódio, narrado pelos mais antigos, atesta a força de Ieuá na defesa da Casa de Oxumarê: um grupo de policiais tinha como objetivo invadir a casa e prender os praticantes do culto, oportunidade na qual foram surpreendidos. Ieuá, ao pressentir que a casa estava sendo perseguida, mandou organizar um grande banquete, regado a vinho e aguardente. Quando os policiais entraram na Casa, receberam o convite da própria Ieuá, que já os aguardava em frente à mesa. Diante da melhor comida e bebida, os policiais prontamente aceitaram o convite e, ao fim da refeição, não tinham condições sequer de montar seus cavalos e adormeceram. Ao acordar, a vergonha foi tamanha, que nunca mais ousaram invadir a Casa de Oxumarê."
Referências
- «Mãe Cotinha de Iyèwá». Consultado em 8 de março de 2015. Arquivado do original em 2 de abril de 2015
- «Casa de Oxumarê». Consultado em 8 de março de 2015. Arquivado do original em 28 de abril de 2015
- Perfil de Mãe Cotinha de Yewa
- Mãe Cotinha D'Yewa
- Casa de Oxumarê