Conjugado transposto

Na matemática, o “conjugado transposto”, ou, “transposto Hermitiano” de uma matriz complexa , é uma matriz obtida pela transposta de e tomando o [[conjugado complexo] de cada elemento da matriz. É tipicamente denotado por ,ou [1], ou [2], ou então (tipicamente na Física) .

Para as matrizes reais, o conjugado transposto é simplesmente o transposto: , afinal o conjugado complexo de um número real é o próprio número.

Definição

O conjugado complexo de uma matriz é formalmente definido como

 

 

 

 

(Eq.1)


onde o subescrito denota o -ésimo elemento de and , e a barra superior denota o escalar do complexo conjugado. Sem perda de generalidade, essa definição também pode ser escrita como

onde denota a transposta e denota a matriz com elementos conjugados complexos.

Outros nomes associados ao transposto conjugado de uma matriz são “conjugado Hermitiano”, “matriz adjunta” e “transjugado”.

O transposto conjugado de uma matriz pode ser denotado por qualquer um destes símbolos:

  • , tipicamente usado na álgebra linear
  • , também tipicamente usado na álgebra linear
  • (em geral pronunciado como A dagger), tipicamente usado no contexto da mecânica quântica
  • , embora este símbolo seja mais comumente usado para a inversa de Moore-Penrose.

Em certos contextos, pode denotar a matriz apenas com elementos conjugados complexos, sem a transposição.

Exemplo

Suponha que você deseje calcular a conjugada transposta de seguinte matriz .

Primeiro, realiza-se a transposição da matriz:

Em seguida, conjuga-se cada elemento da matriz:

Observações básicas

Uma matriz quadrada (ou seja, necessariamente ) com elementos é dita

  • Hermitiana ou autoadjunta se ; i.e., .
  • Anti-hermitiana se ; i.e., .
  • Normal se .
  • Unitária se , equivalentemente, equivalentemente .

Mesmo que não seja quadrada, ambas as matrizes e são Hermitianas e semi-definidas positivas.

A matriz conjugada transposta “adjunta” não deve ser confundida com a matriz adjunta , que é também chamada frequentemente apenas de “adjunta”.

O transposto conjugado de uma matriz com elementos reais reduz-se para a transposta de , já que o conjugado de um número real é o próprio número.

Motivação

A conjugada transposta pode ser motivada ao notar que números complexos podem ser representados na forma matricial por uma matriz real , e, portanto, obedecem as propriedades matriciais de soma e multiplicação.

Ou seja, representando cada número complexo pela matriz real da transformação linear no plano complexo (visto como o espaço vetor “real” ), afetado pela multiplicação complexa de “” em .

Dessa forma, uma matriz de números complexos pode ser bem representada por uma matriz de números reais . A conjugada transposta, portanto, surge naturalmente como o resultado de transpor tal matriz—quando interpretado novamente como uma matriz composta por números complexos.

Propriedades da conjugada transposta

  • para qualquer duas matrizes e de mesmas dimensões.
  • para qualquer número complexo e qualquer matriz .
  • para qualquer matriz e qualquer matriz . Perceba que a ordem dos fatores é revertida.[1]
  • para qualquer matriz , ou seja, a transposição Hermitiana é uma involução.
  • Se é uma matriz quadrada, então onde representa o determinante de .
  • Se é uma matriz quadrada, então onde representa o traço de .
  • é inversível se e somente se é inversível, e, neste caso .
  • Os autovalores de são os conjugados complexos dos autovalores de .
  • para qualquer matriz , qualquer vetor em e qualquer vetor . Aqui, representa o produto interno complexo em , e similarmente para .

Generalizações

A última propriedade dada mostra que se tratarmos como a transformação linear do espaço de Hilbert para então a matriz corresponde ao Hermitiano adjunto de . O conceito de operadores adjuntos entre espaços de Hilbert pode, dessa forma, ser visto como uma generalização dos conjugados transpostos de matrizes em relação à uma base ortonormal. Outra generalização também é possível: suponha que seja um mapa linear the um espaço vetorial complexo para um outro, , então a transformação linear do complexo conjugado assim como a transformação linear transposta são definidas, e portanto é possível afirmar que o conjugado transposto de é o conjugado complexo da transposta de . Ou seja, ele transforma o conjugado dual de ao conjugado dual de

Ver também

Referências

  1. Weisstein, Eric W. «Conjugate Transpose». mathworld.wolfram.com (em inglês). Consultado em 8 de setembro de 2020
  2. H. W. Turnbull, A. C. Aitken, "An Introduction to the Theory of Canonical Matrices," 1932.

Ligações externas

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