Maurice Lachâtre

Maurice Lachâtre (Issoudun, 14 de outubro de 1814 - Paris, 9 de março de 1900), forma sincopada e pseudônimo de Maurice de la Châtre, foi um influente e importante intelectual, editor e escritor francês. Foi responsável pela enciclopédia Novo Dicionário Universal, e mais conhecido por sua relação com o Auto de fé de Barcelona, em 1861.

Maurice Lachâtre
Maurice Lachâtre
Maurice Lachâtre en 1865.
Nascimento 14 de outubro de 1814
Issoudun
Morte 9 de março de 1900 (85 anos)
Paris
Cidadania França
Progenitores
  • Pierre Denis de La Châtre
Alma mater
  • Prytanée National Militaire
Ocupação editor, banqueiro, lexicógrafo, romanista, escritor

Biografia

Filho do coronel Pierre Denis, barão de La Châtre, Maurice de La Châtre nasceu na comuna de Indre, mudou-se ainda novo para a capital francesa, então em grande efervescência cultural.[1]

Em Paris torna-se um defensor intransigente da liberdade de expressão, do pensamento de vanguarda[1] e em constante confronto com a Igreja e o regime de Napoleão III.[2] Assim, é preso em 1857 por haver publicado a obra de Eugène Sue, Mystères du peuple (Mistérios do Povo), tendo ainda que pagar uma multa de 6 mil francos.[1]

Tem nova condenação um ano mais tarde pelo regime de Napoléon le petit[nota 1], pela publicação do Dicionário Universal Ilustrado a seis anos de reclusão[2][nota 2] mas foge para Barcelona a fim de escapar da perseguição absolutista.[1]

Na Espanha logo se estabelece como livreiro, e ali vive até 1870. Importa as obras de Karl Marx e Engels e, ao trazer para aquele país 300 livros espíritas que encomendara a Allan Kardec, embora tendo cumprido todas exigências legais para tal, teve as obras apreendidas e pelo bispo Dom Antonio Palau y Termens, que as queima em praça pública num auto de fé, que passou para a história daquela crença como um marco da intolerância.[1] A despeito disto, as obras passaram a chegar àquele país por diversas formas.[2]

A 27 de janeiro de 1869 teve sua obra A História dos Papas, que publicara inicialmente em 1842-1843 em 10 volumes, que ser destruída a mando da Igreja.[1]

Com a Comuna de Paris retorna à pátria e, junto a Félix Pyat, publica o jornal Vengeur mas, com a derrota da revolta popular e a brutal reação do governo, retorna à Espanha, onde se dedica ao Novo Dicionário Universal - a maior e mais completa enciclopédia até então publicada.[1]

Notas

  1. "Napoleão o pequeno", em livre tradução, epíteto pejorativo ao soberano dado por Victor Hugo.[2]
  2. Carvalho, op. cit., diz que a condenação fora de seis anos

    Referências

    1. Resumo biográfico por Eduardo Carvalho Monteiro in: Maurice Lachâtre (2004). Os Crimes dos Papas: Mistérios e Iniquidades da Corte de Roma. [S.l.]: editora Madras. pp. 11–12. ISBN 8573747765
    2. Federação Espírita do Estado do Parana. «Maurice Lachâtre». www.feparana.com.br. Consultado em 23 de outubro de 2010

    Ligações externas


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