Menelau (sumo sacerdote)

Menelau ou Menaém [Nota 1] foi sumo sacerdote de Israel no período helenístico.

 Nota: Para outros significados de Menelau, veja Menelau (desambiguação).

Menelau possivelmente pertencia à família dos Tobíadas, sendo irmão de Simão,[1][2][Nota 2] que havia chamado a atenção dos reis da Síria Selêucida sobre o tesouro do templo, por inveja do sumo sacerdote Onias III.[1]

Em 175 a.C.,[3] Antíoco IV Epifânio substituiu Onias III por Jasão [1][3] e Menelau foi colocado como segundo homem no sacerdócio.[1]

Em 172 a.C.,[2] Menalau foi encarregado de levar o tributo judeu a Antioquia, e aproveitou para subornar o rei e ganhar o sumo sacerdócio.[1][2] Ele teve apoio dos Tobíadas, mas o povo se revoltou, apoiando Jasão, e apenas se submeteu diante das tropas sírias.[1]

Menelau teve dificuldades em conseguir o tributo que ele havia prometido, e pilhou o templo; Onias III, que havia ameaçado revelar segredos sobre Menelau ao rei, foi assassinado, e o povo se revoltou. Ele conseguiu escapar do julgamento pelo suborno, e o peso da lei caiu sobre seus acusadores.[1]

Em 171 a.C., Menelau foi convocado, junto de Sóstrato, o governador de Jerusalém, para levar o tributo a Antioquia. Ele deixou seu irmão Lisímaco em seu lugar. Com a ajuda de Lisímaco, Menelau pilhou o templo de Jerusalém. Onias III tentou o impeachment de Menelau, pelo sacrilégio, se refugiou em um santuário de Dafne próximo de Antioquia, mas foi enganado por Andrônico, saiu do santuário, e foi assassinado. Antíoco, quando soube disto, ordenou a execução de Andrônico.[4]

Em 170 a.C., em uma revolta em Jerusalém, Lisímaco foi morto.[5]

Quando chegaram rumores da morte de Antíoco em uma expedição no Egito, em 170 a.C., Jasão reuniu 1000 homens e retomou a posição, mas não conseguiu mantê-la; quando o rei voltou do Egito, puniu severamente Jerusalém.[1][5] Antíoco sacrificou um porco no altar do templo de Jerusalém e deixou Menelau governando os judeus.[5] Jasão passou o resto de sua vida vagando, e morreu na Lacedemônia.[1]

Em 168 a.C., Antíoco Epifânio enviou seu general Apolônio contra Jerusalém, desarmou os habitantes, destruiu as muralhas, aboliu a lei de Moisés, proibiu a observância do Sabá e a circuncisão, confiscou e queimou copias da Torá, realizou cerimônias pagãs no Templo e tentou forçar a helenização dos judeus.[1]

Em 163 (Ussher) ou 162 a.C. (Wellhausen), após a revolta dos Macabeus, Lísias, general de Antíoco V Eupátor, invadiu a Judeia com um exército, mas substituiu Menelau, no sacerdócio, por Álcimo.[6][7] De acordo com II Macabeus, Menelau foi executado de acordo com os costumes sírios: ele foi colocado em uma torre e coberto de cinzas, e não recebeu nenhuma sepultura.[8]

Notas e referências

Notas

      1. De acordo com Julius Wellhausen, os nomes dos judeus deste período foram helenizados. Menelau era Menaém, Álcimo era Eliaquim e Jasão era Jesus/Josué.
      2. Ussher chama Simão de um traidor benjamita.

            Referências

            1. Julius Wellhausen, Prolegomena to the History of Ancient Israel (1885), 12. The Hellenistic Period [em linha]
            2. James Ussher, The Annals of the World, 172 BC
            3. James Ussher, The Annals of the World, 175 BC [em linha]
            4. James Ussher, The Annals of the World, 171 BC
            5. James Ussher, The Annals of the World, 170 BC
            6. Julius Wellhausen, Prolegomena to the History of Ancient Israel (1885), 13. The Hasmonæans [em linha]
            7. James Ussher, The Annals of the World , 163 BC
            8. II Macabeus, 13:1-8 [em linha]


            Precedido por
            Jasão
            Sumo Sacerdote de Israel
            172 - 162 a.C.
            Sucedido por
            Álcimo
            This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.