Miguel da Paz, Príncipe de Portugal e das Astúrias

Vida e morte

Reinos ibéricos durante a vida de D. Miguel da Paz. Se tivesse sobrevivido, teria unido as coroas de Portugal, Castela e Aragão.

Dom Miguel da Paz (como foi baptizado, para selar a paz existente entre as três coroas peninsulares), nasceu em Saragoça, em 23 de agosto de 1498.[2]. Após a morte da sua mãe durante o parto, tornou-se o herdeiro conjunto de Castela (onde foi de imediato reconhecido como Príncipe das Astúrias), de Aragão (e como tal jurado herdeiro nas cortes reunidas em Saragoça) e de Portugal, em março de 1499.[1][2] Permaneceu em Castela, em Granada, onde foi educado pelos avós maternos (os Reis Católicos) até atingir a idade de dois anos, data da sua morte precoce a 19 de julho de 1500,[3][4] que pôs fim ao sonho da União Ibérica na sua pessoa.[3] Foi sepultado no convento de Santa Isabel, em Toledo e posteriormente foi trasladado para a Capela Real de Granada.

Em outubro de 1500, D. Manuel I, pai de D. Miguel, casou-se com Maria de Aragão, irmã mais nova da mãe de Miguel. D. Maria deu à luz o eventual sucessor de D. Manuel, D. João III, e vários outros filhos.[5]

Quando o acordo do casamento real se fizera em ainda o príncipe João, filho varão dos reis católicos, era vivo, pelo que a união dos reinos peninsulares não era um cenário imediato. Mas dois dias antes do matrimónio, o herdeiro dos reinos espanhóis morre e as coroas de Castela, Leão e Aragão ficam assim à mercê de um filho de D. Manuel e D. Isabel. Quando no ano seguinte D. Miguel da Paz nasce a possibilidade de união é grande. A mãe morre no parto e os reis católicos pressionam para que o príncipe seja educado em Espanha. D. Miguel morrerá em Granada com apenas 21 meses de idade e com ele as esperanças de unir os reinos ibéricos.

Após a sua morte, D. Joana, uma outra tia materna de D. Miguel, tornou-se a herdeira dos reinos de Castela e Aragão, sendo estes mais tarde governados pelos Habsburgos, através de D. Carlos V, filho de D. Joana. A União Ibérica, embora de curta duração, ocorreu oitenta anos após a morte de D. Miguel, entre 1580 e 1640, durante a dinastia filipina, sendo unida por Filipe II de Espanha, meio-sobrinho de Miguel e neto de D. Joana de Castela, de D. Manuel I de Portugal de D. Maria de Aragão.

Referências

Bibliografia

  • Fernández Álvarez, Manuel (2003). Isabel la Católica. Madrid: Espasa-Calpe, S.A. ISBN 84-670-1260-9
  • Oliveira e Costa, João Paulo (2013). Episódios da Monarquia Portuguesa. Lisboa: Cículos de Leitores e Temas e Debates. ISBN 978-989-644-248-4
  • Rodrigues Oliveira, Ana (2010). Rainhas medievais de Portugal. Dezassete mulheres, duas dinastias, quatro séculos de História. Lisboa: A esfera dos livros. ISBN 978-989-626-261-7

Precedido por
Jaime I de Bragança

Príncipe herdeiro de Portugal

14981500
Sucedido por
Leonor de Avis
Precedido por
Isabel de Aragão

Príncipe das Astúrias

14981500
Sucedido por
Joana de Castela
Precedido por
João de Trastâmara

Príncipe de Girona

14981500
Sucedido por
Joana de Castela
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