Nicole Girard-Mangin

Nicole Girard-Mangin (Paris, 11 de outubro de 18786 de junho de 1919) foi a primeira mulher médica a servir no Exército Francês. Ela desempenhou vários papéis durante toda a Primeira Guerra Mundial. Girard-Mangin também era especialista em tuberculose.[1]

Nicole Girard-Mangin
Nicole Girard-Mangin
Nome completo Nicole Mangin
Conhecido(a) por primeira mulher médica no Exército Francês
Nascimento 11 de outubro de 1878
Paris
Morte 6 de junho de 1919 (40 anos)
Nacionalidade francesa
Ocupação médica

Início de vida

Mangin nasceu em Paris em 11 de outubro de 1878. Ambos os pais eram de Varennes-en-Argonne, na região nordeste da França. Seu pai era professor escolar.[2]

Mangin começou a estudar medicina em 1896.[2] Em 1899, ela casou-se com André Girard, adotando seu sobrenome ao lado do seu como Girard-Mangin. Ela interrompeu seus estudos para ajudar seu marido nos vinhedos da família dele na região de Champagne. Após o filho do casal nascer, decidiram divorciar-se.[3] Girard-Mangin retomou seus estudos e apresentou sua tese em 1909. Ela se especializou em tuberculose e doenças contagiosas, posteriormente abriu uma clínica e iniciou uma pesquisa sobre câncer.

Primeira Guerra Mundial

Girard-Mangin brincando com seu cachorro Dun.

No início de agosto de 1914, os militares franceses estavam se mobilizando em todo o país. A França estava chamando o máximo de soldados, enfermeiras e médicos que podia antes da guerra, que poderia começar a qualquer momento. Girard-Mangin, que ainda usava o sobrenome do seu ex-marido, foi chamada. Pode ter havido um erro em sua papelada, o que levou um funcionário a pensar que estava ligando para um médico de nome Dr. Gerard Mangin. Mesmo assim, sua papelada estava em ordem e, como resultado, ela se tornou a primeira médica do Exército Francês; no entanto, ela não tinha uma patente oficial ou o salário de um médico.[1][3][4]

Seu primeiro posto foi em um antigo spa de saúde em Bourbonne-les-Bains, onde seu superior não aprovava que uma mulher fosse médica ali. Ele escreveu diversas vezes para a sede solicitando que Girard-Mangin fosse removida do posto. Seus pedidos foram recusados sistematicamente, pois o exército francês ainda tinha uma enorme escassez de médicos qualificados.[3] Uma semana depois de chegar no local ela atendeu seus primeiros pacientes, vários soldados feridos.

Em novembro, Girard-Mangin foi realocada para um hospital militar em Verdun, onde ficou até fevereiro de 1916.[5]:191 Recebeu também a primeira patente, como Médica Auxiliar, mas a sua remuneração manteve-se ao nível das enfermeiras.[3]

Em Verdun ela cuidou de pacientes com febre tifoide.[2] No entanto, a partir de fevereiro de 1916, o exército alemão iniciou um ataque inesperado na região de Verdun. Os alemães fizeram grandes avanços em um curto período de tempo. Tornou-se evidente que o hospital onde Girard-Mangin estava trabalhando logo seria capturado pelas forças inimigas. Ela conseguiu escapar junto com todos os seus pacientes. Durante a evacuação, Girard-Mangin foi ferida quando um estilhaço quebrou a janela do veículo em que ela estava.[3]

Posteriormente, ela confrontou seu oficial superior por causa de sua falta de patente e salário. Após vários meses, Girard-Mangin foi elevada à patente de Major, 2ª classe, e recebeu seu pagamento atrasado.[3] Em 1917, ela foi promovida ao posto de Capitã e foi nomeada diretora do programa de treinamento de enfermeiras do Hospital Edith Cavell em Paris.[1]

Enquanto esteve em Paris, Girard-Mangin fez campanha pela União Francesa pelo Sufrágio Feminino. Ela também participou das sessões da Cruz Vermelha Americana sobre tuberculose.[1]

Morte

Girard-Mangin faleceu em 6 de junho de 1919 devido a uma suposta overdose.[1][2] Seu biógrafo sugeriu que ela estava sofrendo de um câncer incurável e queria interromper seu sofrimento. Ateia, Girard-Mangin recebeu um funeral civil. Ela foi cremada no Cemitério do Père Lachaise, e suas cinzas foram enterradas na tumba da família em Saint-Maur-des-Fossés.

Referências

  1. de Morant, Guillaume (4 de agosto de 2014). «Nicole Girard-Mangin, première femme médecin sur le front». Paris Match (em francês). Consultado em 31 de março de 2018
  2. Plancard, Frédéric (15 de março de 2013). «Médecine de guerre». Vosges Matin. Consultado em 30 de abril de 2018
  3. Shipton, Elisabeth (1 de julho de 2014). Female Tommies: The Frontline Women of the First World War. The History Press (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780750957489
  4. «Among the New Books». Salt Lake City, Utah. Goodwin's Weekly. 7 páginas. 10 de maio de 1919. ISSN 2163-6737
  5. Hacker, Barton; Vining, Margaret (17 de agosto de 2012). A Companion to Women's Military History. BRILL (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 978-9004212176
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