O Doutrinador (história em quadrinhos)

O Doutrinador é uma série de histórias em quadrinhos brasileira criada por Luciano Cunha. O personagem principal, o " O Doutrinador" é um vigilante que visa matar políticos corruptos que estão prejudicando a sociedade brasileira. Agindo em meio as sombras persegue e mata especificamente políticos corruptos, não só apenas em Brasília, mas também em cidades grandes do sudeste e até em cidades pequenas do nordeste, onde a corrupção é um grande problema.[1]

 Nota: Se procura o filme, veja O Doutrinador (filme).
O Doutrinador
País de origem  Brasil
Edições 4 edições
Género crime, ação
Autor(es) Luciano Cunha
Argumento Luciano Cunha, Marcelo Yuka
Desenho Luciano Cunha
Editor(es) Redbox Editora

Guará Entretenimento

Super Prumo

Em 2018, a série ganhou uma adaptação para o cinema e no ano seguinte, uma série de televisão.

A sério que, a princípio, se colocava como apolítica, foi tomando contornos bolsolavistas. Seu criador hoje se define como um conservador e afirma, na "Palavra do Autor" em o "O Doutrinador": Definitivo, que Lutar contra o politicamente correto, o progressismo e suas amarras, é a nova contracultura na sociedade moderna. Estar desse lado é estar do lado da Luz'".[2]

Em O Doutrinador: O Vírus Vermelho, a obra abraça a alt-science e repercute teorias conspiratórias sobre o coronavírus.

Sinopse

Em o "O Doutrinador", o " O Doutrinador" é um ex-soldado na faixa dos 50 anos até os 70 anos que trabalhou durante a ditadura militar.[3][4] O Doutrinador vive em um Brasil cujo governo foi sequestrado por uma quadrilha de políticos e empresários.[5] Em uma das revisões posteriores da obra, conforme elaborado adiante, o Autor indica que o nome do personagem teria quatro letras, iniciando-se com "J", uma possível referência ao presidente Jair Bolsonaro.[6]

Histórico da publicação

O desenhista Luciano Cunha iniciou a carreira nas HQs com 16 anos trabalhando para Ziraldo, fazendo a revista em quadrinhos Menino Maluquinho.

A ideia inicial surgiu em 2008, quando Luciano Cunha trabalhava numa agência de publicidade. Ele queria criar uma personagem com espírito de justiça, então desenvolveu o personagem "Vigilante". Em 2010, voltou a trabalhar no personagem na esperança que alguma editora mostrasse algum tipo de interesse no em seu trabalho. Todavia, o nome Vigilante já era bastante utilizado, optando por usar "O Doutrinador", uma vez que não havia registro com este nome no registro do Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional.[7]

Máscara de gás GP-7 usada pelo Doutrinador, com seu filtro de 40mm localizado à esquerda. É uma máscara de gás russa da década de 40, Luciano disse que pesquisou essa máscara no Google e resolveu agregá-la ao personagem pois estava sem ideias e não era muito bom de desenhar rosto.[7]

A partir daí, produziu um arco inteiro com cerca de 50 páginas e enviou para várias editoras. Geralmente, o texto era recusado por medo de judicialização da publicação por conta de seu conteúdo. [8]

Mas somente em 2013, com a onda de Protestos pelo Brasil o projeto começou a ser desenvolvido e divulgado no formato de webcomics nas redes sociais.[9] Os quadrinhos eram protagonizados por um personagem que usava máscara de gás e capuz, que era a identidade secreta de um ex-soldado divorciado na faixa dos 50 anos até os 70 anos altamente treinado que atuou na época da Ditadura Militar. Esse justiceiro se dedicava a caçar e a matar políticos corruptos com requintes de crueldade, tendo como alvos políticos reais como a ex-presidente Dilma Rousseff , Kim Kataguiri e o senador Renan Calheiros.[4]

A primeira publicação independente esgotou em 2014 e logo depois, Luciano se uniu ao músico e ativista Marcelo Yuka para escrever uma nova história chamada Dark Web.[10]

Manifestações de 2013 contra as tarifas do transporte público.

O sucesso da história levou à Redbox Editora lançar comercialmente o primeiro volume encadernado de o "O Doutrinador" no mesmo ano. Em 2015, foi lançado o segundo volume. Intitulado "o O Doutrinador: Dark Web", com roteiro de Luciano Cunha em parceria com o músico Marcelo Yuka, ex-baterista da banda O Rappa. Essa nova história, ambientada em um futuro próximo foi publicada com 92 Páginas.[11][12]

Entre 2016 e 2019, o personagem fez parte da Guará Entretenimento.[13][14] Em 2019, por conta da saída de Lula da cadeia, Luciano Cunha publicou uma imagem feita em 2014 do doutrinador socando o ex-presidente. Por conta disso, em 2020, Luciano Cunha sai da Guará e funda a editora Super Prumo, focada em leitores que identificam como sendo conservador e de direita.[6][3]

Na editora Super Prumo, Cunha republica as histórias do Doutrinador, em "o 'O Doutrinador' Definitivo", alterando o texto para que as novas versões sejam mais alinhadas ao bolsolavismo. Por exemplo, retira uma referência ao atentado do Riocentro, em alinhamento ao revisionismo da ditadura civil-militar. Em outro momento, altera o texto para retirar referências a medalhões da música brasileira, como Chico Buarque, Cazuza, Barão Vermelho, Rita Lee e Cássia Eller, provavelmente por considerá-los progressistas. Também são excluídas todas as referências a pastores vis. Em uma cena em que o Doutrinador crucificava um pastor estuprador, tal personagem é substituído por um senador. A alteração ocorre até na autoria. Na nova versão de "o O Doutrinador: Dark Web" trazida em "o 'O Doutrinador' Definitivo", Cunha retira qualquer referência a Marcelo Yuka, que constava como autor da ideia original e do argumento na versão da editora RedBox, na qual o nome de Luciano Cunha surge como responsável somente pela arte. Algumas das alterações do conteúdo desta obra incluem a retirada de um texto que se refere a uma canção do Rappa e a substituição, em um quadrinho, a uma referência a um então novo álbum de Yuka para inserir uma chamada para o crowdfunding de "Destro", novela gráfica de conteúdo bolsolavista que viria a ser publicada por Luciano Cunha na Super Prumo.[carece de fontes?]

Outras mídias

Cinema

Em 2018 foi lançado o filme de mesmo nome, dirigido por Gabriel Wainer, que também assina os roteiros ao lado de Luciano Cunha, L.G. Bayão, Rodrigo Lages e Guilherme Siman.

Para evitar problemas no enredo da trama e processos judiciais, a equipe do filme optou por criar uma história totalmente fictícia. Com uma história diferente da vista nos quadrinhos, mas com elementos que remetam a obra anterior. Nas HQs, o Doutrinador persegue políticos reais. Já no filme, o herói caça políticos na fictícia Santa Cruz. Também houve mudanças no perfil do personagem. Nos quadrinhos, sua identidade não era conhecida, mas sabia-se que se tratava de um ex-soldado na faixa dos 50 anos até os 70 anos (ou seja um homem de meia idade ou idoso) que trabalhou durante a ditadura militar. Enquanto que no filme e na série, o Doutrinador é Miguel Montessant (Kiko Pissolato), um agente federal mais jovem, e a história do personagem passa a ser mais explorada que na HQ.[15]

Televisão

Em 2019, foi lançada uma série de televisão, também estrelada por Kiko Pissolato e dirigida por Fábio Mendonça, a série foi exibida pelo canal Space.[16][17]

Ver também

Referências

  1. «Mar de corrupção no sertão». www.uol. Consultado em 11 de julho de 2020
  2. Cunha, Luciano (2021). O Doutrinador Definitivo. Rio de Janeiro: Super Prumo. p. s/n. ISBN 9786500228373
  3. «Com polarização, quadrinhos de direita se consolidam como nicho no Brasil». tab.uol.com.br. Consultado em 18 de agosto de 2022
  4. «Caçador de corruptos das HQs, 'O Doutrinador' vira superprodução para cinema e TV». O Globo. 23 de fevereiro de 2018
  5. «O Doutrinador: quadrinho brasileiro vira filme e série de televisão». Universo HQ. 16 de janeiro de 2018. Consultado em 10 de julho de 2020
  6. «Super Prumo, nova Casa das Ideias nas HQs». P de Pop. Consultado em 12 de julho de 2020
  7. Cunha, Luciano (2015). O Doutrinador. São Paulo: RedeBox. p. 76
  8. Cunha, Luciano (2015). O Doutrinador. São Paulo: RedeBox. p. 74
  9. Betim, Felipe (15 de julho de 2015). «'O Doutrinador': a revolta contra a corrupção chega aos quadrinhos». El País
  10. «O Doutrinador | Conversamos com o criador da HQ brasileira que vai virar filme». Canaltech. 16 de agosto de 2018. Consultado em 10 de julho de 2020
  11. «Anti-herói de HQ, Doutrinador chega às livrarias». O Globo. 19 de julho de 2015
  12. «Sucesso no Facebook, 'O Doutrinador' ganha versão nos quadrinhos». Metro Jornal
  13. «Destaque na Comic Con, nova editora aposta em universo de heróis brasileiros». O Globo. 1 de dezembro de 2016. Consultado em 12 de julho de 2020
  14. «Guará Entretenimento passa por mudanças e lança nova revista na CCXP 2019». UNIVERSO HQ. 5 de dezembro de 2019. Consultado em 12 de julho de 2020
  15. «"O Doutrinador não é um filme político", explica diretor sobre a história de um matador de corruptos (Exclusivo)». AdoroCinema
  16. «Crítica: O Doutrinador -- A série se utiliza de recursos frágeis para contar sua história». Próximo Capítulo. 3 de setembro de 2019. Consultado em 18 de agosto de 2022
  17. «Filmagens sobre herói brasileiro que aniquila maus políticos começa em SP»

Ligações externas

This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.