Omar ibne Hubaira

Omar ibne Hubaira Alfazari (em árabe: عمر بن هبيرة; romaniz.:Umar ibn Hubayra al-Fazari; fl. 710—724) foi um proeminente general e governador omíada do Iraque que teve um importante papel nos conflitos que envolveram as tribos caicitas e iemenitas nesse período.

Omar ibne Hubaira
Nascimento fl. 710—724
Nacionalidade Califado Omíada
Etnia caicita (árabe)
Ocupação General, almirante e político
Principais trabalhos

Biografia

Membro da tribo caicita da Jazira (Mesopotâmia Superior),[1] Omar reclamava pertencer à nobreza tradicional árabe pelo lado do seu avô materno, que supostamente era chefe do clã Banu Adi, da tribo dos Coraixitas. Contudo, a família não consta das fontes históricas antes da emergência de Omar em 696, quando serviu no Iraque sob Sufiane ibne Alabrade Alcalbi. Participou nas campanhas militares contra o Império Bizantino na década de 710, sob o comando de Maslama ibne Abedal Maleque e comandou a marinha muçulmana no grande cerco à capital bizantina, Constantinopla, em 717–718.[2]

No seu regresso de Constantinopla foi nomeado governador da Jazira (em 718 ou 720) e cerca de um ano depois da ascensão de Iázide II (720 ou 721) foi nomeado governador do Iraque, substituindo o seu patrono Maslama.[3][4] O território que governava incluía toda a parte oriental do califado, incluindo Coração, para onde ele nomeou como seus vice-governadores primeiro o seu companheiro caicita Saíde ibne Anre Alharaxi e depois o bacrita (membro da tribo dos Banu Becre) ibne Saíde ibne Aslã ibne Zurá.[5] Em 721, comandou uma campanha contra a província bizantina da Arménia IV, onde fez 700 prisioneiros.[6]

Como noutros locais do califado durante o reinado de Iázide II, o seu governo marcou um retorno à políticas opressivas do célebre ministro Alhajaje ibne Iúçufe. No início da supressão da rebelião de Iázide ibne Almoalabe, o Iraque foi sujeito a uma verdadeira ocupação pelas tropas caicitas sírio-jaziranas fiéis ao regime e Omar nomeou quase exclusivamente os seus compatriotas caicitas árabes do norte para os governos provinciais, praticamente excluindo do poder os Árabes do sul (iemenitas), tradicionalmente dominantes no Iraque. O seu sectarismo era tão flagrante que o poeta iraquiano seu contemporâneo Alfarasdaque chamou-lhe a "glória e apoiante supremo" dos Árabes do norte.[3][5][7]

Quando o califa Hixame ibne Abedal Maleque chegou ao poder em 724, um dos seu primeiros primeiros atos foi demitir Omar do seu posto e substitui-lo pelo iamanita Calide Alcáceri.[5] Omar foi torturado e só foi libertado depois de pagar uma parte considerável da sua fortuna.[4] O estudioso islâmico Jean-Claude analisa o governo de Omar nos seguintes termos: «Áspero no tratamento daqueles que conquistou, ibne Hubaira parece ter governado em nome do arabismo e Islão, encarado como religião da espada. Seus métodos de governo, porém, não estão isentos de censura, mas o facto é que este grande nobre árabe, orgulhoso de pertencer à Gatafã foi mais acusado de cinismo do que de corrupção.»[5] Devido ao seu empenhamento fervoroso ao lado dos caicitas no conflito com os iemenitas, tanto ele como o seu filho Iázide, que também serviu como governador do Iraque durante o reinado de Maruane II, são tratados muito negativamente nas fontes.[4][5]

Notas e referências

  1. Crone 1980, p. 44.
  2. Blankinship 1994, p. 87.
  3. Blankinship 1994, p. 87, 88.
  4. Crone 1980, p. 107.
  5. Vadet 1986, p. 802.
  6. Blankinship 1994, p. 119.
  7. Crone 1980, p. 44, 47.

Bibliografia

  • Blankinship, Khalid Yahya (1994). The end of the jihâd state: the reign of Hisham ibn ‘Abd al-Malik and the collapse of the Umayyads (em inglês). Albany, Nova Iorque: State University of New York Press. ISBN 0-7914-1827-8
  • Crone, Patrícia (1980). Slaves on horses: the evolution of the Islamic polity. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52940-9
  • Vadet, J.-C. (1986). «Ibn Hubayra». The Encyclopedia of Islam, New Edition. III: H–Iram. Leida e Nova Iorque: Brill. p. 802. ISBN 90-04-08118-6
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