Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado
O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) é um partido político de extrema-esquerda do Brasil fundado em 1994 e registrado definitivamente em 1995.[1] Em abrilde 2024 possuía 14.979 filiados.[5] O PSTU é uma organização socialista, que reivindica o marxismo revolucionário, baseando-se nas teorias e práticas de Leon Trótski e de Nahuel Moreno.
| Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado | |
|---|---|
![]() Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado | |
| Número eleitoral | 16[1] |
| Presidente | Zé Maria[1] |
| Fundação | 5 de julho de 1994 (29 anos)[2] |
| Registro | 19 de dezembro de 1995 (28 anos)[1] |
| Sede | São Paulo, SP |
| Ideologia | Trotskismo[3] |
| Espectro político | Extrema-esquerda[4] |
| Publicação | Opinião Socialista |
| Ala de juventude | Coletivo Rebeldia |
| Ala feminina | Secretaria Nacional de Mulheres |
| Ala LGBT | Secretaria LGBT |
| Ala negra | Raça e Classe |
| Dividiu-se de | PT |
| Sucessor | MAIS (dissidência) CSOL (dissidência) MTL (dissidência) MRT (dissidência) |
| Membros (2024) | 14.979 filiados[5] |
| Afiliação internacional | LIT-QI |
| Governadores (2024) | 0 / 27 |
| Prefeitos (2024) | 0 / 5 568 |
| Senadores (2024) | 0 / 81 |
| Deputados federais (2024) | 0 / 513 |
| Deputados estaduais (2024) | 0 / 1 024 |
| Vereadores (2024) | 0 / 56 810 |
| Cores | Vermelho Amarelo |
| Sigla | PSTU |
| Bandeira do partido | |
![]() | |
| Página oficial | |
| pstu | |
| Política do Brasil | |
O PSTU também é a seção no Brasil da Liga Internacional dos Trabalhadores - Quarta Internacional (LIT-QI), sendo a maior seção dessa organização, que em outros países se articula como partido legalizado ou não, ou como corrente interna de partidos anticapitalistas amplos.
Assim como o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido da Causa Operária (PCO) a Unidade Popular (UP) e algumas tendências do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o PSTU faz oposição de esquerda aos governos municipais, estaduais (inclusive aqueles governados pelo Partido dos Trabalhadores) e federal.
História
Fundação
Em abril de 1992, o deputado José Dirceu apresenta, na reunião da Executiva Nacional do PT, uma resolução que foi aprovada, dando prazo de 15 dias para que a Convergência Socialista se adaptasse à nova regulamentação de tendências.
Esta proibia manifestações abertas contra a política da direção majoritária. Afirmava José Dirceu que, para evitar a publicidade de tais manifestações, se deveriam proibir sedes próprias, jornal próprio, finanças próprias, relações internacionais públicas e de partido, pois estas seriam a exteriorização de uma política contrária às resoluções do PT e do seu primeiro Congresso.[6]
Após sair do Partido dos Trabalhadores, em meados de 1992, a Convergência Socialista (CS) deu início à formação de um novo partido, juntamente com outros pequenos grupos de extrema-esquerda que, na época, formavam a chamada Frente Revolucionária (FR), que, além da CS, contava com outras organizações, tais como:
- O Partido da Frente Socialista (PFS), antes denominado como Partido da Libertação Proletária (PLP)[7];
- o Movimento Socialista Revolucionário;
- a Democracia Operária, formada principalmente por bancários de Porto Alegre, um dos seus líderes era Victor Hugo Ghiorzi;
- Liga, formada por militantes que romperam com o PT em no início de 1993, tais como: Júnia Gouveia, Celso Lavorato, Edmilson Araújo, Rômulo Rodrigues, Santiago, Henrique Martins e Lays Machado;
- Grupo Independente de Diadema; e
- Coletivo Luta de Classes, dentre os seus dirigentes, podem-se citar: Carlos Bauer e Magno de Carvalho.
Entre 3 e 5 de julho de 1994, a FR reuniu em um Congresso para fundar o PSTU.
Cisão de 2016

Em julho de 2016, 739 militantes assinaram um manifesto de ruptura com o partido, chamado "Arrancar alegria ao futuro" e, posteriormente, fundaram o Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS).[8] Em agosto de 2017, o MAIS oficializou sua entrada como corrente interna no PSOL. A decisão foi tomada no congresso da organização, que aconteceu dos dias 27 a 30 de julho, em São Paulo.[9] Posteriormente o MAIS e outros grupos fundiram-se dando origem a Resistência, corrente interna do PSOL.
Prisão de Lula
Em 2018, no contexto da prisão de Lula, o PSTU tomou posição a favor da prisão de todos os corruptos e corruptores, julgando ser inaceitável a narrativa petista de que Lula estava sendo preso por conta da seletividade da justiça. O partido não considerou, no entanto, a prisão do ex-presidente como suficiente para o fim da corrupção, defendendo também a prisão de políticos como Aécio Neves, Michel Temer e Eduardo Cunha e de empresários como Joesley Batista e Marcelo Odebrecht.[10]
Organização
Número de filiados
| Data | Filiados[5] | Crescimento anual | |
|---|---|---|---|
| dez./2006 | 13.568 | — | — |
| dez./2007 | 13.332 | -1,7% | |
| dez./2008 | 13.156 | -1,3% | |
| dez./2009 | 11.867 | -11% | |
| dez./2010 | 12.541 | +5,6% | |
| dez./2011 | 13.159 | +4,9% | |
| dez./2012 | 14.177 | +7,7% | |
| dez./2013 | 16.756 | +18% | |
| dez./2014 | 17.141 | +2,3% | |
| dez./2015 | 17.375 | +1,3% | |
| dez./2016 | 17.403 | +0,1% | |
| dez./2017 | 17.177 | -1,3% | |
| dez./2018 | 17.143 | -0,2% | |
| dez./2019 | 15.873 | -8,0% | |
| dez./2020 | 15.858 | -0,1% | |
| dez./2022 | 15.303 | -1,5% | |
| dez./2023 | 14.951 | -2,3% | |
Desempenho eleitoral
Eleições presidenciais
| Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato(a) a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
|---|---|---|---|---|---|---|
| 1994 | ![]() |
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) |
Aloizio Mercadante (PT) |
Frente Brasil Popular pela Cidadania (PT, PSB, PCdoB, PPS, PV e PSTU) |
17.122.127 (27,04%) | 2ª |
| 1998 | ![]() |
José Maria de Almeida (PSTU) |
José Galvão de Lima (PSTU) |
Sem coligação | 202.659 (0,30%) | 7ª |
| 2002 | ![]() |
José Maria de Almeida (PSTU) |
Dayse Oliveira (PSTU) |
Sem coligação | 402.232 (0,47%) | 5ª |
| Segundo turno: apoio crítico ao candidato vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | ||||||
| 2006 | ![]() |
Heloísa Helena (PSOL) |
César Benjamin (PSOL) |
Frente de Esquerda (PSOL, PCB e PSTU) |
6.575.393 (6,85%) | 3ª |
| Segundo turno: voto nulo | ||||||
| 2010 | ![]() |
José Maria de Almeida (PSTU) |
Cláudia Durans (PSTU) |
Sem coligação | 84.609 (0,08%) | 6ª |
| Segundo turno: voto nulo | ||||||
| 2014 | ![]() |
José Maria de Almeida (PSTU) |
Cláudia Durans (PSTU) |
Sem coligação | 91.209 (0,09%) | 8ª |
| Segundo turno: voto nulo | ||||||
| 2018 | Vera Lúcia Salgado (PSTU) |
Hertz Dias (PSTU) |
Sem coligação | 55.762 (0,05%) | 11ª | |
| Segundo turno: apoio crítico ao candidato derrotado Fernando Haddad (PT) | ||||||
| 2022 | Vera Lúcia Salgado (PSTU) |
Raquel Tremembé (PSTU) |
Sem coligação | 25.625 (0,02%) | 10ª | |
| Segundo turno: apoio crítico ao candidato vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | ||||||
Referências
- TSE. «Partidos políticos registrados no TSE». Consultado em 1 de maio de 2021
- Antônio Ozaí da Silva (1 de agosto de 2001). «As origens e ideologia do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU)». Revista Espaço Acadêmico. Consultado em 1 de maio de 2021
- https://www.pstu.org.br/quem-foi-leon-trotsky/ Em falta ou vazio
|título=(ajuda) - Congresso em Foco (2 de março de 2018). «Partido da extrema esquerda, PSTU lança operária sapateira como pré-candidata à Presidência da República». Consultado em 1 de maio de 2021
- TSE. «Estatísticas do eleitorado – Eleitores filiados». Consultado em 1 de maio de 2024
- Silva, 2001; Cerdeira, 2009.
- E antes como Coletivo Gregório Bezerra (CGB), uma organização formada por militantes que acompanharam Luiz Carlos Prestes, na época de sua ruptuta com PCB.
- Gabriel Felice (6 de julho de 2016). «Impeachment da presidente Dilma racha o PSTU». Estado de Minas. Consultado em 1 de maio de 2021
- MAIS (4 de agosto de 2017). «MAIS anuncia entrada no PSOL». Esquerda Online. Consultado em 1 de maio de 2021
- Redação (9 de abril de 2018). «Tem que prender todos os corruptos e corruptores». PSTU. Consultado em 15 de julho de 2021



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