Paleobiogeografia

O estudo da paleobiogeografia é a combinação dos conceitos de paleontologia (estudo dos fósseis) e biogeografia (distribuição dos organismos no espaço). No qual a partir de evidências paleontológicas e estudos biogeográficos, busca explicar como os organismos exclusivamente fósseis estão distribuídos no espaço e no tempo. Além disso, essa área de estudo baseia-se em como as características geológicas influenciam na determinação do porquê determinado organismo está localizado em uma região, e não em outra.[1]

Importância

A paleobiogeografia esclarece os fatores históricos subjacentes que foram importantes para a presença de determinas espécies em locais específicos do planeta. Com isso, é possível analisar a diversificação das formas de vida ao longo do tempo. A importância dessa área torna-se evidente ao possibilitar a contextualização desses registros no âmbito de processos evolutivos, mudanças climáticas e/ou eventos geológicos, sendo capaz de compreender os eventos que levaram espécies a extinção. Ademais, a paleobiogeografia é uma ferramenta relevante na teoria da deriva continental, pois contribui para a compreensão da evolução da Terra e dos processos geológicos que aconteceram durante os anos.[2][3]

Métodos da paleobiogeografia

A paleobiogeografia integra a combinação de conceitos da paleontologia, biologia e geografia para explicar como as mudanças ambientais e as migrações das espécies influenciaram na distribuição da vida no passado. Um aspecto central deste campo é a identificação de áreas onde diferentes grupos de organismos não se relacionados compartilham a mesma distribuição geográfica, conhecidas como centro de endemismo. Isso permite aos pesquisadores a realização de testes e o desenvolvimento de teorias sobre como e por que padrões de espécies se formaram e estão localizados em determinado local. O estudo paleobiogeográfico também conta com o auxílio da Pan-Biogeografia, que emprega a elaboração de matrizes geográfica e gráficos para examinar padrões de distribuição de espécies em diferentes regiões. Essa abordagem permite interligar localizações e espécies que apresentam distâncias mínimas entre si, oferecendo dados sobre processos históricos que modificaram a biodiversidade ao longo do tempo.[2] Além disso, a paleobiogeografia considera diversos fatores para determinar os padrões de distribuição geográfica dos seres vivos, incluindo as mudanças climáticas, tectônica de placas, deriva continental, curso das correntes marinhas e demais eventos que possam ter interferido na descoberta de tal fóssil.[3]

Usos da paleobiogeografia

A aplicação de todos esses métodos tem como resultado informações necessárias para compreender como algumas linhagens se adaptaram conforme o que conhecemos da província geográfica que ela habitava. Entender a distribuição e redistribuição de espécies pode estar intimamente relacionado com as mudanças no ambiente, que se locomovem em busca de melhor recursos e condições ambientais para viver. Assim também ocorre com as adaptações dos seres, que acontece de forma mais lenta, conseguindo acompanhar as mudanças ambientais e assim se estabelecendo sem a necessidade de se dispersarem. [4]

Referências

  1. Marina Bento, Soares (2015). «A paleontologia na sala de aula». Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP). Editora Imprensa Livre. Consultado em 14 de fevereiro de 2024
  2. Ribeiro, Victor Rodrigues; Ghilardi, Renato Pirani (29 de dezembro de 2020). «Paleobiogeografia: uma janela para desvendar os fósseis». UNESP. Aprendendo Ciência. 9: 26-30. Consultado em 14 de fevereiro de 2024
  3. Carvalho, Ismar de Souza (2014). «Paleontologia» 2.ª ed. Rio de Janeiro. Editora Interciência. Vol. 1: 247-263
  4. Benton, Michael James (2019). Cowen's History of Life 6 ed. [S.l.]: John Wiley & Sons. 400 páginas
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