Parábola da Dracma Perdida

A Parábola da Dracma Perdida (ou Parábola da Moeda Perdida) é uma das mais conhecidas parábolas de Jesus, apesar de aparecer em apenas um dos evangelhos canônicos. De acordo com Lucas 15:8–10, uma mulher procura uma moeda perdida. Esta parábola é parte de uma trilogia sobre a redenção que Jesus conta depois que os fariseus e os líderes religiosos o acusam de receber e compartilhar suas refeições com "pecadores".[1] As outras duas são a Parábola da Ovelha Perdida e a parábola do Filho Pródigo.

A dracma perdida.
1886-94. Por James Tissot, atualmente no Brooklyn Museum, em Nova Iorque.

Narrativa bíblica

A mulher em busca da dracma perdida.
Gravura no livro Heroines of the Bible in Art.
«Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até achá-la? Quando a tiver achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.» (Lucas 15:8–10)

Interpretação

Joel B. Green observa que a mulher descrita é uma camponesa pobre e as dez moedas de prata, correspondentes a dez dias de salário, "provavelmente representam a poupança da família".[2] As moedas também podem ter sido o dote da mulher, vestidas como um ornamento.[3][4] Ambas as teorias podem ser verdade, pois explicam a urgência da busca da mulher e a extensão da sua alegria quando a moeda que falta é encontrada.

Como a Parábola das Dez Virgens, esta é uma parábola sobre mulheres que se segue imediatamente após - e chega à mesma conclusão que - uma parábola anterior sobre homens.[5] No original em grego, as "amigas e vizinhas" são também do sexo feminino.[6]

Green sugere ainda que o convite para as "amigas e vizinhas" pode refletir uma refeição de celebração, que lembra as refeições que Jesus compartilhava com os "pecadores".[2] A atividade diligente da mulher na busca pode simbolizar a atividade de Jesus próprio ou de Deus Pai.[3] A alegria dos anjos entende-se como a alegria junto com Deus.[4]

A Edição Pastoral da Bíblia comenta essa mensagem por meio de uma nota de rodapé em Lucas 15:8–10,[7] que diz que:

A mulher é pobre e precisa da moeda para sobreviver. O amor de Deus torna-o vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida, para levá-la à alegria da comunhão no amor.

A Tradução Ecumênica da Bíblia denomina essa parábola como "Parábola da moeda reencontrada" e a comenta por meio de notas de rodapé que explicam que:

  1. o termo 'dracma' designa uma moeda grega que equivale ao denário romano, que era equivalente a um dia de salário de um trabalhador agrícola, e que quando se considera que aquela mulher tinha somente dez moedas, tratava-se de uma perda significativa;
  2. a alegria "diante dos anjos de Deus" é a alegria do próprio Deus.

Ver também

Referências

  1. Richard N. Longenecker, The Challenge of Jesus' Parables, Eerdmans, 2000, ISBN 0802846386, p. 201.
  2. Joel B. Green, The Gospel of Luke, Eerdmans, 1997, ISBN 0802823157, p. 576.
  3. Ben Witherington, Women in the Ministry of Jesus: A study of Jesus' attitudes to women and their roles as reflected in his earthly life, Cambridge University Press, 1987, ISBN 0521347815, p. 39.
  4. I. Howard Marshall, The Gospel of Luke: A commentary on the Greek text, Eerdmans, 1978, ISBN 0802835120, p. 603.
  5. A Parábola das Dez Virgens segue a Parábola do Servo Fiel e esta segue a Parábola da Ovelha Perdida.
  6. Mary Ann Beavis, The Lost Coin: Parables of women, work, and wisdom, Continuum, 2002, ISBN 1841273139, p. 36.
  7. Capítulo 15 do EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS, acesso em 11 de NOVEMBRO de 2014.
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