Peconha

Peconha (do tupi "pykõîa": "gêmeo do pé") é um utensílio rudimentar amazônico similar a um cinto utilizado na escalada de árvores altas,[1][2][3] usado nos pés fimando-os no tronco,[3] comumente fabricado a partir de fibras da planta ubuçu (tururi), ripeira ou matamatá.[4] Modernamente também têm sido usadas peconhas feitas de sacolas grandes compostas por fibras de polímeros (por exemplo, sacola de cebola feito de juta) que são mais duravéis.[5]

 Nota: Se procura Peçonha (veneno), veja Peçonha.

Esta técnica é amplamente utilizada no extrativismo de coleta de recursos vegetais/florestais de espécies como: açaí, bacaba, patauá e ubuçu. Em uma altura de aproximadamente 15 metros.[4]

Recomenda-se cuidado no uso desta técnica, pois o escalador não está preso a nenhuma equipamento de segurança.[3][4]

Devido acidentes o agricultor Edilson da Costa criou um apanhador de açaí em substitução à peconha.[6] Uma fementa para colheita sem a necessidade de escalar arvores, uma vara de alumínio com três à seis metros de altura com uma faca para o corte e engate para o apanho situado na ponta.[6]

Etimologia

"Peconha" vem do tupi antigo pykõîa, que significa literalmente "gêmeo do pé" (py é "pé", e kõîa é "gêmeo").[7]

Referências

  1. MORI, Scott A; PRANCE, Ghillean T. A Guide to Collecting Lecythidaceae (PDF). [S.l.]: New York Botanical Garden
  2. Peconha: tradição amazônica
  3. Medeiros, A. C. de S.; Chodor, J.; Bulgacov, A. (2007). «Coletas de sementes em árvores altas.». Embrapa Florestas. Consultado em 12 de março de 2024
  4. Silva, Denison Silvan Menezes da (19 de junho de 2018). «Trabalhadores da Juta na Amazônia: trajetórias de luta, suor e sofrimento». Manaus: Universidade Federal do Amazonas. Sociedade e Cultura na Amazônia. Consultado em 12 de março de 2024
  5. ALARCÓN, Juan Gabriel Soler. Levantamento florístico e etnobotânico em um hectare de floresta de terra firme na região do Médio Rio Negro, Roraima, Brasil. Rio de Janeiro, 2005.
  6. «Agricultor de Abaetetuba inventa apanhador de açaí que substitui a peconha». Agência Pará de Notícias. Consultado em 12 de março de 2024
  7. NAVARRO, Eduardo de Almeida (2013). Dicionário de Tupi Antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo: Global. p. 416. 680 páginas. ISBN 9788526019331

Ver também

Ligações externas

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