Pedro Gonçalves de Lara

Pedro Gonçalves de Lara (em castelhano: Pedro González de Lara; m.16 de outubro de 1130 em Baiona), foi um nobre castelhano, conde e membro da Casa de Lara, e umo dos nobres mais poderosos de seu tempo. Filho primogénito de Gonçalo Nunes e de Goto Nunes, foi um vassalo do rei Afonso VI e depois de sua filha e herdeira a rainha Urraca I de quem foi amante e com quem teve descendência.[1][2][3] Opôs-se à sucessão do herdeiro legítimo de Urraca, Afonso VII. Esta disputa terminou com a sua morte prematura.

Pedro Gonçalves de Lara
Conde e senhor da Casa de Lara
Morte 16 de outubro de 1130
  Baiona
Ava
Pai Gonzalo Nunes I de Lara
Mãe Goto Nunes

Pedro foi o primeiro membro de sua família a usar o sobrenome "de Lara", uma prática continuada por seus descendentes, Num documento datado de 19 de outubro de 1128, confirma como Petrus Gonçalvis gratia Dei Larensis comes.[4]

Biografía

Miniatura (século XIII)) da Gran Conquista de Ultramar dum assalto dos Cruzados contra um castelo muçulmano (século XIII))

Pedro Gonçalves foi o filho de Gonçalo Nunes, o primeiro membro identificable da família Lara,[5]e de sua esposa Goto Nunes, membro das linhagems dos Afonso deTierra de Campos e dos Álvares castelhanos.[6][7][8] Teve vários irmãos, incluindo o conde Rodrigo e Maria, senhora dos Cameros.

Entre 1087 e 1091 foi alferes real. Em 1098, o rei Afonso VI o nomeou conde e armígero real (armiger regis).[9] É possível que acompanhou à infanta Elvira de Castela, filha do Afonso VI e seu esposo Raimundo de Saint-Gilles, conde de Tolosa, na Primeira Cruzada em 1096 devido a sua larga ausência na documentação até 1106.

Neste último ano, acompanhou ao rei na campanha contra Zaragoza.[10] Em 1107 governaba Lara como o título de conde. Também foi tenente em Medina del Campo,Peñafiel, Palencia, Torremormojón e Portillo, durante diversos periódos no reinado de Urraca e depois, durante o reinado de seu filho o rei Afonso VII, governou as tenências de Duenhas e Tariego. Foi senhor de Jaramillo Quemado e Tardajos e teve propriedades em Tierra de Campos, possivelment herdadas de os Afonso, a família de sua mãe.[11]

Em 1108, participou na Batalha de Uclés, onde muitos condes morreram, como porta-estandarte do Leão e manteve-se nesta posição até que a rainha Urraca chegou ao trono.[9]

Depois da morte da rainha Urraca em marzo de 1126, de acordo com a crónica de Afonso VII, vários nobres se rebelaram contra seu filho, o novo rei, na cidadela de Leão.[2]

Os irmãos Lara refugiaram-se em Astúrias de Santillana mas finalmente reconheceram seu soberania mas não acompanharam ao rei em 1127 na batalha no vale de Támara, onde enfrentaram-se os leoneses e Afonso o Batalhador , e em 1229 em Atienza, outra vez contra o rei de Aragão.[12]

O conde Pedro, seu irmão Rodrigo, e seu genro Bertrando de Risnel, mantiverem-se como antagonistas do rei de Leão, e em janeiro 1130:[13]

Pedro perdeu a tenência de Lara que o rei entregou a Ordonho Gustios e após partiu para Aragão.[13] Depois, estando em Baiona no campamento de rei aragonés, Pedro desafiou ao conde Afonso Jordão que era leal ao rei de Leão, e foi ferido no duelo, quebrou o braço quando caiu do seu cavalo e morreu poucos dias depois.[14] Um obituário na Catedral de Burgos registra que Pedro morreu à 16 de outubro de 1130.[15]

Matrimónio e descendência

Cerca de 1109, Pedro Gonçalves contraiu matrimónio com a condessa Ava,[16] a jovem viúva do conde Garcia Ordonhez, que governou Nájera e morreu na Batalha de Uclés. Autores antigos consideraram que Ava era a filha de Pedro Froilaz de Trava. Não entanto, Ava não aparece na documentação medieval como filha do conde Pedro,[17] e atualmente considera-se que provavelmente foi filha de Aimerico, visconde de Rochechouart, cuja mãe era chamada Ava.[18][15] Ambos foram os pais de:

  • Manrique Perez de Lara (1110–1164),[19] I senhor de Molina, herdou a liderança da casa de Lara e foi o mais poderoso magnata do seu tempo.
  • Álvaro Peres de Lara (m. 1172),[20]conde, esposo de Mécia Lopez de Haro, filha do conde Lope Díaz I de Haro, senhor da Biscaia. Depois de enviuvar, Mencia foi a abadessa do monasterio de São Andrés de Arroyo
  • Nuno Peres de Lara (m. 1177)[21], conde, esposo de Teresa Fernandes de Trava, filha do conde Fernão Peres de Trava e de Teresa de Leão. Depois de enviuvar, Teresa foi a amante e depois a segunda esposa do rei Fernando II.
  • Rodrigo Peres de Lara (m. 1169)[19] Antes de 1165 Rodrigo foi eleito prior da fundação cluniacense do São Salvador de Nogal, o único caso conhecido de um membro da alta nobreza castelhana que foi religioso no século XII Em 1164, depois da morte de seu irmão Manrique, aparece com sua viúva e seus sobrinhos na Catedral de Burgos e em 1165 no mosteiro onde era prior confirmando como Roderico monacho, comitis Petri filio, regente ecclesiam supradictam.[22]
  • Maria Peres de Lara,[23] casou com Pedro Fernandes de Castro, o primeiro Grão-Mestre da Ordem de Santiago.
  • Milia Peres de Lara,[a] condessa por seu casamento entre 1141 e 1147 com o conde Gomes Gonçalves de Manzanedo.[24]

Em 1110, após a morte do conde Gomes Gonçalves, que morreu em outubro desse ano e um dos candidatos para casar com a rainha,[25] o conde Pedro tornou-se o amante da rainha reinante, Urraca e uma das figuras mais influentes do reino. Esta relação amorosa escandalizou boa parte da nobreza e, segundo De rebus Hispaniae: "O conde Pedro de Lara entretanto, exibiu uma inconveniente familiaridade privada com a rainha, que ele esperava consolidar mediante o matrimónio, ganhou preeminência sobre todos e começou a exercer o ofício de rei e a dominar a todos como senhor."[25]

Teve dois filhos com a rainha Urraca:[24][14]

  • Elvira Peres de Lara (c. 1112–c. 1174). Seu primeiro casamento foi com Garcia Peres de Trava, filho do conde Pedro Froilaz de Trava, segundo declara Elvira num documento em 1138: comitissa Gelvira domini Petri et reginae domne Urraccae filia pro anima viri domina Garcia comitis domini Petri filius et dominae Maioris.[26] Depois de enviuvar, casou cerca de 1128 como Bertrando de Risnel[27] de quem não teve descendência.
  • Fernando Peres de Lara, chamado Furtado. Aparece em Novembro de 1123 confirmando como Fernandus Petri minor filius. Participou na batalha de São Mamede onde foi capturado pelo portugueses.[28][29] Ficou em Portugal e aparece em 1140 confirmando um documento no Convento de São João de Tarouca como Ferdinandus Furtado, frater Imperatoris.[30]

Notas

[a] ^ Luis de Salazar e Castro, genealogista espanhol que viveu nos séculos XVII e XVIII, pensaba que ela era a filha de Manrique Perez de Lara, realmente suo irmão. O historiador Gonzalo Martínez Díez tem conseguido esclarecer a verdadeira paternidade de Milia e suas conclusões são aceitas pela maioria dos historiadores e genealogistas modernos.[31][32][33] Em 1147, na carta de foro concedida a San Juan de Tardajos, aparecem todos os irmãos excepto Rodrigo e Fernando Furtado:Ego comes Malricus, una cum fratribus et sororibus nostris Albar Petriz et Nun Petriz, comitissa domna Elvira, Mari Petriz, Milia Petriz, concedimus et confirmamus.[24]

Referências

Bibliografia

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