Periophthalmus

Periophthalmus é um género de peixes da família Gobiidae que têm a característica de serem anfíbios. Têm capacidade de armazenamento de água nas câmaras branquiais por várias horas e modificações nas nadadeiras que viabilizam sua locomoção terrestre. O nome do género significa "olhos posicionados na região periférica" (ver imagem, ao lado). São conhecidos vulgarmente como perioptalmos ou saltadores-do-lodo.

Perioptalmos

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Perciformes
Família: Gobiidae
Subfamília: Oxudercinae
Género: Periophthalmus
Periophthalmus spec

São pequenos peixes que vivem no lodo, nas regiões costeiras tropicais e subtropicais do Indo-Pacífico e na costa ocidental de África, em ecossistemas como os mangais. São extremamente ativos fora da água, inclusivamente saltando (donde o nome inglês mudskippers, ou "saltadores do lodo", nome também usado em português, como no caso do Periophthalmus argentilineatus, saltador-do-lodo-atlântico[1]). Dessa forma, eles caçam pequenos caranguejos e até insetos terrestes, de que se alimentam, para além de interagirem entre si, por exemplo, para defenderem o seu território.[2]

Classificação e distribuição

Os saltadores são membros da subfamília Oxudercinae e da tribo Periophthalmini[3]).

O género Periophthalmus tem 17 espécies válidas descritas.[4] Periophthalmus argentilineatus é uma das espécies com maior distribuição e mais bem conhecidas, desde os mangais e no lodo costeiro da África oriental e Madagáscar até ao Sueste Asiático, norte da Austrália, sul da China e do Japão, até às ilhas Samoa e Tonga.[3] Pode crescer até um comprimento de 15 cm e é um carnívoro oportunista, alimentando-se de pequenos caranguejos e outros artrópodes.[5]

A espécie Periophthalmus barbarus é o único saltador das áreas costeiras da África ocidental (Murdy, 1989).

Adaptações à vida anfíbia

Estes peixes apresentam uma série de adaptações, tanto comportamentais, como fisiológicas à vida anfíbia:

Periophthalmus gracilis (da Malásia ao norte da Austrália)

Mesmo com a sua galeria submersa, os saltadores mantêm ali dentro uma bolsa de ar, que lhes permite respirar em condições de concentrações muito baixas de oxigénio.[10][11][12]

Em aquário

Algumas espécies de saltadores são comercializadas como peixes de aquário, mas são difíceis de manter, uma vez que requerem um tanque especial, com uma área seca e uma grande variedade de presas vivas.

Ligações externas

Referências

  1. «Oceanário de Lisboa». Consultado em 17 de novembro de 2008. Arquivado do original em 30 de junho de 2008
  2. Graham, J. B. (ed.), ed. (1997). Air–breathing Fishes. Evolution, Diversity and Adaptation. San Diego California: Academic Press
  3. Murdy, E. O. (1989). «A Taxonomic Revision and Cladistic Analysis of the Oxudercine Gobies (Gobiidae: Oxudercinae)». Records of the Australian Museum. Suppl. N°11: 1–93
  4. Larson H.K. & Takita T. (2005). «Two new species of Periophthalmus (Teleostei: Gobiidae: Oxudercinae) from northern Australia, and a re-diagnosis of Periophthalmus novaeguineaensis». The Beagle, Records of the Museums and Art Galleries of the Northern Territory. 20: 175–185
  5. Milward, N. E. (1974). Studies on the taxonomy, ecology and physiology of Queensland mudskippers unpubl. Ph D. dissertation ed. [S.l.]: Univ. of Queensland, Brisbane, Australia
  6. Harris, V.A. (1961). «On the locomotion of the mudskipper Periophthalmus koelreuteri (Pallas): Gobiidae». Proceedings of the Zoological Society of London. 134: 107–135
  7. Tytler P. & Vaughan T. (1983). «Thermal Ecology of the Mudskippers Periophthalmus koelreuteri (Pallas) and Boleophthalmus boddaerti (Pallas), of Kuwait Bay». Journal of Fish Biology. 23 (3): 327–337. doi:10.1111/j.1095-8649.1983.tb02912.x
  8. Sasekumar, A.; Chong, V.C.; Lim, K.H. & Singh, H.R. (1994). «The Fish Community of Matang Mangrove Waters, Malaysia». In: Sudara, S.; Wilkinson, C.R.; Chou, L.M. (eds). Proceedings, Third ASEAN-Australia Symposium on Living Coastal Resources. Research papers. Bangkok, Thailand: Chulalonghorn University. pp. Vol. 2: 457–464
  9. Brillet, C. (1969). «Etude du comportement constructeur des poissons amphibies Periophthalmidae». Terre et la Vie. 23 (4): 496–520
  10. Ishimatsu A., Hishida Y., Takita T., Kanda T., Oikawa S., Takeda T. & Khoo K.H. (1998). «Mudskipper Store Air in Their Burrows». Nature. 391: 237–238. doi:10.1038/34560
  11. Ishimatsu A., Takeda T., Kanda T., Oikawa S. & Khoo K.H. (2000). «Burrow environment of mudskippers in Malaysia». Journal of Bioscience. 11 (1,2): 17–28
  12. Lee H.J., Martinez C.A., Hertzberg K.J., Hamilton A.L. & Graham J.B. (2005). «Burrow air phase maintenance and respiration by the mudskipper Scartelaos histophorus (Gobiidae: Oxudercinae)». The Journal of Experimental Biology. 208: 169–177. doi:10.1242/jeb.01361
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