Prays oleae

A Prays oleae, comummente conhecida como traça-da-oliveira[1], é uma espécie de insetos lepidópteros, mais especificamente de traças, pertencente à família Praydidae.[2]

Prays oleae

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Praydidae
Género: Prays
Espécie: P. oleae
Nome binomial
Prays oleae
(Bernard, 1788)

A autoridade científica da espécie é Bernard, tendo sido descrita no ano de 1788.

Trata-se de uma espécie presente no território português, conhecida por ser uma praga para as espécies oleáceas.[3]

Bioecologia

A traça-da-oliveira tem três gerações por ano e cada uma afeta um órgão específico das oliveiras.[4]

A primeira geração, designada geração filófaga, alimenta-se das folhas da oliveira, escavando túneis serpentiformes na epiderme da folha à medida que vai comendo.[3] Os danos provocados pelas lagartas, nesta geração, são mais significativos nas oliveiras jovens, porquanto podem prejudicar o desenvolvimento da ramificação e do crescimento vertical da planta.[5]

Sucede-lhe a segunda geração, denominada geração antófaga, que se alimenta dos botões florais e das flores das oliveiras, o que pode resultar no abortar das flores, cominuição da floração e, por conseguinte, a frutificação da oliveira.[3] A alimpadura das lagartas desta geração é dificultada pelos fios sedosos, que se emaranham nos excrementos em em pétalas secas.[5]

Remata tudo na terceira geração, crismada geração carpófaga, na qual a larva, ao eclodir, penetra diretamente no caroço da azeitona, alimentando-se do mesmo.[3] Ulteriormente, quando sai do fruto, na altura de urdir a crisálida, para se poder metamorfosear em adulto, a larva também produz estragos no fruto.[5] A larva costuma abrir um orifício no ponto de junção entre o pedúnculo e a azeitona, o que faz com que o fruto caia.[5]

As lagartas que se alimentaram das folhas hibernam, formam crisálidas e metamorfoseiam-se em adultos na altura da Primavera, já a partir do final de Março.[4] De seguida, começam com as posturas dos ovos ao pé dos botões florais, idealmente no cálice.[3]

De seguida, dá-se a eclosão dos ovos, de onde nascem as lagartas, que depois se alimentam dos botões florais, começando pelas anteras, para depois passarem ao estigma, ao estilete e ao ovário, acabando por consumir a flor inteira.[3]

Depois deste ciclo, tornam-se adultas, já por volta de Maio e Junho, mas desta vez põem os ovos nos frutos da oliveira, quando estão ainda em formação. Depois, as lagartas da terceira geração nascem e tratam de escarafunchar pelos frutos adentro, para se alimentarem do caroço.[5] Quando tiverem comido o suficiente, transformam-se em adultos, que, por seu turno, vão pôr os ovos juntos às folhas da oliveira, reiniciando o ciclo geracional.[4]

Perigos para a espécie

A nocividade da traça-da-oliveira é condicionada por vários factores, dos quais se destacam: as condições climatéricas; o estado fenológico da cultura e a presença e abundância de espécies auxiliares.[5]

No que toca à temperatura, se as for superior a 30ºC, especialmente se houver valores de humidade relativa baixos, pode dar-se uma elevada mortalidade nos ovos e nas larvas recém-eclodidas.[4]

Quanto às espécies parasitóides e predadoras, conhecida como fauna auxiliar indígena no ambito da olivicultura, destacam-se a Ageniaspis fuscicollis e a Chelonus eleaphilus.[4]

Referências

  1. Infopédia. «traça-da-oliveira | Definição ou significado de traça-da-oliveira no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 30 de julho de 2021
  2. «Prays oleae». Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (em inglês). Consultado em 18 de agosto de 2019
  3. «Traça da oliveira». Syngenta. 9 de novembro de 2016. Consultado em 30 de julho de 2021
  4. «Proteja o seu olival da Traça-da-Oliveira». Revista Voz do Campo. 22 de junho de 2020. Consultado em 30 de julho de 2021
  5. «Traça-da-oliveira». agro236.utad.pt. Consultado em 30 de julho de 2021

Ligações externas

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