Amélia da Grã-Bretanha

Amélia da Grã-Bretanha (Hanôver, 10 de junho de 1711Londres, 31 de outubro de 1786) foi a terceira filha, a segunda menina, do rei Jorge II da Grã-Bretanha e sua esposa a princesa Carolina de Ansbach.

Amélia
Princesa da Grã-Bretanha e Irlanda
Amélia da Grã-Bretanha
Retrato por Jean-Baptiste van Loo, 1738
Nascimento 10 de junho de 1711
  Hanôver, Hanôver, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 31 de outubro de 1786 (75 anos)
  Londres, Grã-Bretanha
Sepultado em Abadia de Westminster, Londres
Nome completo Amelia Sophie Eleonore
Casa Hanôver
Pai Jorge II da Grã-Bretanha
Mãe Carolina de Ansbach
Brasão

Primeiros anos

A princesa Amélia nasceu no Palácio de Herrenhausen, em Hanôver, Alemanha, a 30 de maio de 1711.[1] O seu pai era o príncipe-herdeiro de Brunsvique-Luneburgo, filho do príncipe-eleitor de Hanôver, e a sua mãe era a princesa Carolina de Ansbach, filha do marquês João Frederico de Brandemburgo-Ansbach. Quando nasceu, recebeu o tratamento de SAS, a princesa Amélia de Hanôver. Era conhecida na família por Emília.[1]

Grã-Bretanha

Amélia (dir.) com o irmão Frederico e as irmãs Ana e Carolina, em 1733, pintados por Philip Mercier.

Devido ao Decreto de Determinação de 1701, o avô da princesa Amélia tornou-se rei da Grã-Bretanha a 1 de agosto de 1714, após a morte da rainha Ana. O pai de Amélia tornou-se duque da Cornualha, e recebeu o título de príncipe de Gales a 27 de setembro de 1714. Amélia tornou-se então SAR, a princesa Amélia, mudando-se para a Grã-Bretanha com o resto da família, onde passou a viver no Palácio de St. James, em Londres.[1]

Amélia era uma criança doente,[2] mas conseguiu ganhar saúde à medida que crescia.[3] Em 1722, a sua mãe, que tinha ideias muito progressistas, mandou vacinar Amélia e a sua irmã Carolina contra a varíola, através de um processo primitivo de vacinação chamado varíolização, que tinha sido importado de Constantinopla para Inglaterra por lady Mary Wortley Montagu e Charles Maitland.[4] A 11 de junho de 1727, o avô de Amélia morreu, e o seu pai sucedeu-o como Jorge II. Amélia viveu com o pai até à morte dele em 1760.

A sua tia Sofia Doroteia, rainha da Prússia, queria que Amélia se casasse com o seu filho, o príncipe-herdeiro Frederico da Prússia, mas o pai dele, o rei Frederico Guilherme I, forçou-o a casar-se com a duquesa Isabel Cristina de Brunsvique-Volfembutel-Bevern.[5] Amélia pode ter tido um filho, o compositor Samuel Arnold, fruto de um suposto caso amoroso com o plebeu Thomas Arnold.[6]

Amélia gostava de andar a cavalo e caçar.[7] Não era bem vista por artistas presumidos como John, lorde Hervey e lady Pomfret, que a considerava uma das princesas mais estranhas que já conheci; os seus ouvidos são surdos aos elogios e o seu coração aberto à honestidade.[3]

Últimos anos

Em 1751, a princesa Amélia tornou-se guarda-florestal do parque de Richmond, após a morte de Robert Walpole. Pouco depois, causou grande consternação publica quando decidiu fechar o parque ao público, permitindo a entrada apenas a amigos chegados e a pessoas com autorizações especiais.[1]

Esta atitude continuou até 1758, altura em que um cervejeiro local, John Lewis, colocou o porteiro do parque, que impedia as pessoas de entrarem, em tribunal. O processo foi vencido por Lewis, uma vez que, segundo o tribunal, quando o rei Carlos I anexou o parque no século XVII, tinha permitido o acesso ao público. A princesa Amélia foi forçada a acabar com as restrições.

Em 1761, Amélia passou a deter a propriedade de Gunnersbury, no Middlesex, e, algures entre 1777 e 1784, encomendou a construção de uma casa de banhos, que foi aumentada pelo dono posterior da terra no século XIX, e que ainda existe hoje em dia com o nome de Princess Amelia's Bathhouse, possuindo a classificação II do património inglês.

Detinha também uma propriedade em Cavendish Square, Soho, Londres onde, a 31 de outubro de 1786, numa altura em que era a última filha sobrevivente do rei Jorge II e da rainha Carolina de Ansbach, morreu solteiro. Foi descoberta uma miniatura do príncipe Frederico da Prússia no seu corpo.[8] Está enterrada na Abadia de Westminster.

Referências

  1. Panton 2011, p. 45.
  2. Van der Kiste, p. 82
  3. Van der Kiste, p. 130
  4. Van der Kiste, p. 83
  5. Van der Kiste, p. 118
  6. Robert Hoskins: "Samuel Arnold", Grove Music Online ed. L. Macy
  7. Van der Kiste, pp. 107, 129
  8. Van der Kiste, p. 196
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