Quadrante

O quadrante é na sua forma mais rudimentar, e tal como o nome indica, um instrumento que consiste num quarto de círculo graduado ao qual está fixo um fio de prumo. Já referido nos Libros del Saber de Astronomia (século XIII), a sua função é a medição da altura, que é a distância angular de um objeto em relação ao horizonte.[1]

 Nota: Este artigo é sobre o instrumento usado em astronomia. Para o conceito geométrico, veja Quadrante (geometria).
Hevelius usando um quadrante de pedestal

Descrição

Os quadrantes usados em astronomia apresentavam, em geral, outros órgãos acessórios, com escalas que davam as tangentes de certos ângulos, linhas horárias e por vezes também, mas só a partir do século XIII, um cursor que se deslocava ao longo da escala de alturas e resolvia certos problemas astronómicos. Com o tempo procurou-se fazer do quadrante náutico um instrumento de precisão adaptando-lhe um nónio ou modificando-o sem lhe alterar a base de construção.[2]

Tinha como finalidade tomar as alturas dos astros e era geralmente feito de madeira ou latão. Era um quarto de círculo e possuía os graus de 0º a 90º. Em ambas as extremidades marcadas com o ângulo reto possuía duas pínulas que continham um pequeno furo por onde se apontava ao astro desejado. Era colocado um fio de prumo ao centro, de forma a interceptar a parte graduada. Era graças a esse fio que se lia a graduação que indicava a altura do astro.

O quadrante náutico permitia determinar a latitude (onde a embarcação se encontrava), cujo cálculo se baseava na altura da Estrela Polar ou a altura de um astro qualquer ao cruzar o meridiano do local.Os astros mais utilizados em navegação náutica eram o Sol durante o dia e a Estrela Polar durante a noite. [3]


Descobertas

Conhecido desde a Antiguidade, foi o instrumento de alturas mais cedo adaptado à náutica: é referido pela primeira vez no relato de Diogo Gomes, que declara tê-lo utilizado numa viagem efetuada por volta de 1467.[4]

Tanto o quadrante náutico como o astrolábio permitiam saber se a embarcação se encontrava mais a norte ou mais a sul, a partir da medição do ângulo que a Estrela Polar faz com o horizonte, ou ainda medindo a inclinação do sol, também em relação ao horizonte.

Ver também

Referências

  1. Observatório Astronómico de Lisboa
  2. «Nónio». Consultado em 3 de setembro de 2011. Arquivado do original em 23 de setembro de 2011
  3. Dias, Cristina. «O Papel do Quadrante nos Descobrimentos Portugueses». Descobridor
  4. «Quadrante». Consultado em 3 de setembro de 2011. Arquivado do original em 6 de março de 2011


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