Reino de Cassange

O reino de Cassange, também conhecido como reino de Jaga (1620-1910), foi um Estado pré-colonial localizado no alto rio Cuango, no centro-norte da atual Angola, numa faixa territorial coincidente nas províncias de Malanje, Lunda Norte e Lunda Sul.

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Reino de Cassange
1620  1910
Continente África
Capital Não especificada
Governo monarquia
Período histórico Idade Moderna
  1620Fundação
  1910Dissolução

História

Foi formado em 1620 por mercenários imbangalas que desertaram das tropas portuguesas. O nome do reino é uma referência ao líder desses mercenários, Cassange, que liderou o grupo na ocupação do alto rio Cuango. O outro nome pelo qual é conhecido o reino é uma referência ao título assumido pelo rei, jaga. O jaga era escolhido entre os três clãs formadores do reino.[1]

Em 1689, o português António de Oliveira de Cadornega estimou que o reino tinha 300 000 habitantes, dos quais 100 000 podiam portar armas. No entanto, acredita-se que tal número possa ser exagerado.[1] O reino mantinha-se em constante estado de conflito com seus vizinhos, especialmente com o reino da Matamba, governado na época pela rainha Nzinga Mbandi (Rainha Ginga). O reino era um importante centro comercial até ser eclipsado pelas rotas comerciais ovimbundas na década de 1850.

As Guerras da Baixa de Cassange e o declínio do reino

Cassange era um reino muito forte e temido em questões militares, até entrar em atrito, em 1838, com Portugal, quando este resolve construir o presídio de Calandula, transferindo, em 1843, um relevante contingente militar para a vila do Lombe, numa tentativa de manter o reino de Cassange sob vigilância e controle.[2]

Em 1850 explode a primeira guerra da Baixa de Cassange, entre reino de Portugal e o reino de Cassange, onde os portugueses conseguem empreender a queda do rei Bumba (1850), sem contudo derrotar as forças nativas, havendo necessidade de uma segunda campanha (1851). Menos de um ano depois, em 1852, explode a segunda guerra da Baixa de Cassange, onde as forças nativas impõem severas derrotas aos contingentes coloniais, permitindo o regresso do rei Bumba. Para preservar seu trono, Bumba oferece vassalagem.[2]

Após quase uma década de relativa tranquilidade, ocorre a terceira guerra da Baixa de Cassange (1861-1862), após a recusa do rei Bumba em continuar a prestar vassalagem aos portugueses, declarando a independência do reino de Cassange. A resposta lusitana foi esmagadora, derrotando o reino sublevado.[2]

Extinção

O reino foi extinto e incorporado à África Ocidental Portuguesa em 1910-1911, durante as Campanhas de Pacificação e Ocupação.

Referências

  1. Fage, J. D.; Oliver, Roland (1975). The Cambridge History of Africa: From c. 1600 to c. 1790. Cambridge: Cambridge University Press. p. 355.
  2. Pélissier, René. História das Campanhas de Angola: resistência e revoltas (1845-1941). Lisboa: Estampa, 1986.
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