Reino de Dali

O Reino de Dali (chinês simplificado:大理国; chinês tradicional:大理國; pinyin: Dàlǐ Guó; Bai: Dablit Guaif), foi um reino situado na atual província de Iunã, China, de 937 até 1253, quando foi conquistado pelo Império Mongol. Seus reis continuaram a administrar a área como vassalos mongóis até a conquista Ming. Hoje a antiga capital do Reino Dali ainda é chamada de Dali. [1]

大理國
Reino de Dali

Reino


937–1095
1096–1381

 

Localização de Dali
Localização de Dali
O Reino de Dali em meados do século XII
Continente Ásia
Região Sudeste da China
País China
Capital Dali
Língua oficial chinês
Religião Budismo
Governo Monarquia
História
  937Fundação
  1094Golpe de Gao Shengtai
  1096Reestabelecimento
  1253Incorporação à Corte Yuan
  1381Tomada pela Corte Ming

Origens

O Reino de Dali foi precedido pela Dinastia Nanchao, deposta em 902. Três dinastias seguiram-se em rápida sucessão, até que Duan Siping tomou o poder em 937 e estabeleceu o Reino de Dali, estabelecendo-se na cidade de Dali. [2] O clã Duan afirmava ter ascendência Han, [3] essa afirmação é corroborada pelos registros da dinastia Yuan que afirmam que o Clã Duan é proveniente de Wuwei em Gansu. [4] [5]

Relações com a dinastia Song

A relação de Dali com a dinastia Song foi cordial durante toda a sua existência. Dali felicitou os Song pela conquista sobre os Shu em 965 e estabeleceu relações de tributo voluntariamente em 982. No entanto, era essencialmente um Estado independente. Às vezes, os Song até recusava ofertas de tributo. [1] O fundador da dinastia Taizu declarou todas as terras ao sul do rio Dadu como território Dali e não desejava nenhuma reivindicação para evitar os desastres que a dinastia Tang sofreu ao atacar Nanchao. [6] A importância primordial de Dali para a dinastia Song eram seus cavalos, que eram altamente valorizados. [7]

Reino de Dazhong (1094-1096)

Em 1094, o ex-primeiro-ministro Gao Shengtai forçou o rei Duan Zhengming a renunciar ao trono. Após a renuncia Shengati assumiu o trono e rebatizou o reino para "Reino de Dazhong". Shengtai governou por pouco tempo até sua morte em 1096, após sua morte que o trono foi devolvido ao Clã Duan. O irmão mais novo de Zhengming, Duan Zhengchun, assumiu o trono e restaurou o antigo nome do reino. [8]

Sob o controle Mongol

Em 1252, Mangu Cã encarregou seu irmão Cublai de invadir Dali. Em 1253, o exército de Cublai cruzou o rio Jinsha e recebeu a rendição de Duan Xingzhi, que apresentou a Manguem 1256 mapas de Iunã. Duan Xingzhi foi nomeado mo-he-luo-zuo (摩诃罗嵯, marajá) por Cublai, [9] e a família real Duan continuou a manter o título como vassalos dos mongóis sob a supervisão dos príncipes imperiais e governadores muçulmanos da Mongólia. A família Duan reinou em Dali enquanto seus governadores serviram em Kunming.

o Clã Duan governou Iunã por onze gerações até o fim do domínio mongol. Eles contribuíram voluntariamente com soldados para a campanha da dinastia Yuan mongol contra a dinastia Song, ajudando em 1271 os Yuan a reprimirem rebeliões em Iunã. [9]

Em 1274, Ajall Shams al-Din Omar foi designado por Cublai para estabilizar Iunã. Ele instituiu um sistema que veio a ser conhecido como tusi, que atribuía patentes e postos aos chefes nativos. Sob esta instituição de "governo baseado nos costumes nativos" os moradores mantiveram grande parte de sua autonomia, com exceção de três obrigações: 1) forneceriam tropas ao governo Yuan; 2) os chefes locais prestariam homenagem à corte de Yuan; 3) eles seguiriam as regras de nomeação, sucessão, promoção, degradação, recompensa e punição de chefes nativos criados pela corte de Yuan. [9]

O rei de Dali Duan Gong foi casado com a princesa mongol Agai Borjigin, filha do Príncipe de Liang, Basalawarmi. Duan Bao foi filho e Duan Sengnu filha dessa união. Os mongóis temendo o poder de Duan Gong e o mataram. Duan Sengnu criou Duan Bao para se vingar de Basalawarmi pela morte de seu pai. [10]

A conquista Ming

Entre 1369 e 1375 Imperador Ming Hongwu enviou enviou várias embaixadas pedindo para que Basalawarmi governador de Iunã se rendesse. Alguns dos enviados foram mortos e este foi o pretexto para uma invasão foi lançada contra Iunã. Trezentos mil tropas chinesas Han e muçulmanos Hui sob o comando do general Fu Youde foram enviados para destruir o que ainda restava da dinastia Yuan em Iunã em 1381. Também lutaram pelo lado Ming os generais muçulmanos Mu Ying e Lan Yu, que lideravam as tropas islâmicas leais aos Ming contra as tropas islâmicas leais a Yuan.[11]

Após a conquista da região pelos Ming, [12] os membros do clã Duan foram espalhados por várias áreas distantes da China pelo imperador Hongwu. A resistência organizada contra a dinastia Ming deixaria de existir após serem tomadas todas as cidades importantes de Iunã e já só iriam haver focos específicos de rebelião.[13]

Referências

  1. Theobald, Ulrich. «Dali». Chinaknowledge (em inglês). Consultado em 27 de novembro de 2020
  2. Bing Yang. «Between Winds and Clouds:». The Making of Yunnan -- Chapter 3. Gutenberg-e. Consultado em 30 de novembro de 2020
  3. Mote, Frederick W. (2003). Imperial China 900-1800 (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press
  4. Bryson, Megan (2016). Goddess on the Frontier:. Religion, Ethnicity, and Gender in Southwest China (em inglês). [S.l.]: Stanford University Press, p. 41
  5. Crespigny, Rafe de (2006). A Biographical Dictionary of Later Han to the Three Kingdoms (23-220 AD) (em inglês). [S.l.]: BRILL, p. 188
  6. Heirman, Ann; Meinert, Carmen; Anderl, Christoph (2018). Buddhist Encounters and Identities Across East Asia (em inglês). [S.l.]: BRILL, p. 97
  7. Sigley, Gary (2020). China's Route Heritage:. Mobility Narratives, Modernity and the Ancient Tea Horse Road (em inglês). [S.l.]: Routledge
  8. Daniels, Christian; Ma, Jianxiong (2019). The Transformation of Yunnan in Ming China:. From the Dali Kingdom to Imperial Province (em inglês). [S.l.]: Routledge, p. 141
  9. Bing Yang. «Between Winds and Clouds:». Chapter 4. Gutenberg-e. Consultado em 30 de novembro de 2020
  10. Lee, Lily Xiao Hong; Wiles, Sue (2015). Biographical Dictionary of Chinese Women,. Volume II: Tang Through Ming 618 - 1644 (em inglês). [S.l.]: Routledge, p.55
  11. Sen, Tan Ta (2009). Cheng Ho and Islam in Southeast Asia (em inglês). [S.l.]: Institute of Southeast Asian Studies. ISBN 9789812308375
  12. Twitchett, Denis Crispin; Fairbank, John King (1978). The Cambridge History of China. Volume 7, The Ming Dynasty, 1368-1644 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. p 144
  13. Brown, Rajeswary Ampalavanar; Pierce, Justin (4 de dezembro de 2013). Charities in the Non-Western World: The Development and Regulation of Indigenous and Islamic Charities (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781317938521
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.