Relações entre Mauritânia e Senegal

As relações entre Mauritânia e Senegal são as relações internacionais entre dois países vizinhos da África Ocidental, a Mauritânia e o Senegal.

Relações entre Mauritânia e Senegal
Bandeira da Mauritânia   Bandeira do Senegal
Mapa indicando localização da Mauritânia e do Senegal.
Mapa indicando localização da Mauritânia e do Senegal.

História

Independência

Após a independência, o principal aliado da Mauritânia abaixo do Saara era o Senegal, mas cada país manteve suas próprias estratégias de desenvolvimento econômico e social. [1]

Um dos fatores que têm afetado a relação entre os dois países é a grande diferença entre os negros e os mouros da Mauritânia. O Senegal afirma dar os direitos devidos às minorias negras na Mauritânia, que sofrem de preconceitos.[1]

Década de 1970

O presidente do Senegal, Leopold Senghor, que exerceu seu governo de 1960 a 1981, manteve uma preocupação de a Mauritânia estar orbitando demasiadamente a esfera de influência da Argélia e da Líbia. Para pressionar o país vizinho, Segnhor demandou que medidas fossem feitas em prol dos negros do sul, caso contrário ajudaria na autodeterminação destes povos em relação ao governo pró-mouro de Nouakchott. Ele também ajudou a dirigir uma campanha de imprensa que mostrou publicamente os problemas raciais entre os negros e mouros na Mauritânia. [2]

Em 1972, foi criada pelos dois países, em cooperação com o Mali a Organização de Desenvolvimento do Vale do Rio Senegal (OMVS), uma maneira de controlar as enchentes, a irrigação e os projetos agrícolas de cada país.[1]

Década de 1980

Durante a década de 80, cada país acusava o outro de salvaguardar dissidentes dos regimes, e em maio de 1987 o Senegal extradiu o capitão Moulaye Asham Ould Ashen, um antigo membro do governo de Mohamed Khouna Ould Haidalla, acusado de corrupção. A partir daí, Nouakchott permitiu que dissidentes do regime senegalês falassem publica e abertamente sobre o governo de Abdou Diouf, e suas imperfeições.[1]

Em 1987, o Senegal não ameaçava a Mauritânia quanto à segurança, mas causava problemas a Nouakchott por explorar as diferenças étnicas da Mauritânia a seu próprio favor, principalmente na questão dos direitos dos negros. [2]

As relações com o Senegal melhoraram quando Abdou Diouf substituiu Senghor como presidente em 1981. Em 1981, uma tentativa de golpe de Estado em Nouakchott por parte de políticos pró-Marrocos fez com que o governo Diouf expulsasse toda a oposição mauritana do Senegal. [2]

No início de 1989, as tensões surgiram entre a Mauritânia e o Senegal, devido a conflitos sobre recursos hídricos no vale do rio Senegal. Como resultado, os mouros brancos da Mauritânia na capital senegalesa de Dacar tornaram-se os alvos de violência comunal, quando na Mauritânia em si, os negros mauritanos ficaram sob suspeita de serem "senegaleses de quinta coluna". [3]

Para prevenir mais violência, os governos da Mauritânia e do Senegal começaram a organizar repatriações mútuas de seus cidadãos de cada território em abril daquele ano. Entretanto, a Mauritânia não removeu só cidadãos senegaleses, mas cerca de 70.000 negros mauritanos.[4] Aqueles expulsos eram em grande parte dos fulas.[5] A fronteira entre os dois países não seria reaberta até abril de 1992.[6]

Perspectivas atuais

Apesar de membros da oposição continuarem buscando refúgio em Dacar, o governo senegalês não ofereceu asilo político. Ainda hoje, o governo do Senegal continua tendo interesses em apoiar uma Mauritânia birracial, como um "estado-tampão" entre suas fronteiras que provavelmente barrasse as influências de um expansionista Magrebe Árabe. [2]

Bibliografia

Referências

  1. Handloff, Robert E. "Relations with Other African States". In Mauritania: A Country Study (Robert E. Handloff, editor). Library of Congress Federal Research Division (June 1988). Este artigo incorpora texto desta fonte, que atualmente se encontra no domínio público. (em Inglês)
  2. Mauritania-Senegal (em Inglês)
  3. Stone 2005, p. 6
  4. Stone 2005, p. 7
  5. Marty 2003, p. 497
  6. El Yessa 2009, p. 10
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