Reserva internacional

Reserva internacional, ou reserva cambial,[1] são os meios de pagamento de que dispõem as autoridades monetárias de um país ou o montante de moeda estrangeira de que dispõe o país. Originam-se de superávits nos balanços de pagamentos e destinam-se a cobrir eventuais déficits das contas internacionais.[2] Trata-se de depósitos em moeda estrangeira dos bancos centrais e autoridades monetárias. São ativos dos bancos centrais que são mantidos em diferentes reservas, como o dólar estadunidense, o euro ou o iene, e que são utilizados no cumprimento dos seus compromissos financeiros, como a emissão de moeda, e para garantir as diversas reservas bancárias mantidas num banco central por governos ou instituições financeiras.[carece de fontes?]

O resultado do balanço de pagamentos expressa o resultado monetário das transações de bens e serviços realizadas pelo país com o exterior (através do saldo em transações correntes) em determinado período. Analogamente, o fluxo de capitais entre o país e o exterior - empréstimos, títulos, investimento direto, etc. - expressa o ganho ou a perda de moeda estrangeira, ou seja, a variação das reservas cambiais.[3]

História

O sistema monetário vigorante do século XIX até a Primeira Guerra Mundial era o padrão-ouro. Mas ao final da segunda Guerra Mundial, após os acordos de Bretton Woods, os Estados Unidos da América fixaram o valor do dólar ao do ouro, e permitiram a conversibilidade de dólares em ouro. Isto fez com que o dólar fosse visto efetivamente como um equivalente do ouro. Em 1971, durante o governo de Richard Nixon, os Estados Unidos da América abandonaram o sistema de Bretton Woods, mas o dólar permaneceu como uma moeda estável e fiduciária, e ainda hoje é a mais importante moeda de reserva. Atualmente os bancos centrais mantém reservas compostas de múltiplas moedas.[carece de fontes?]

Finalidade

Em um regime de câmbio não fixo, as reservas permitem que o banco central compre a moeda local emitida, negociando os seus ativos em moeda estrangeira. As reservas dão aos bancos centrais um meio adicional para estabilizar a emissão de moeda, para minimizar volatilidade, e para proteger o sistema monetário de choques, como os que ocorrem quando especuladores compram e vendem moeda em um espaço curto de tempo. Grandes reservas são quase sempre um sinal de que o país detentor é capaz de suportar turbulências econômicas. Um nível baixo ou em queda pode ser um indicativo de que uma corrida bancária contra a moeda local é iminente ou de que um "calote" é provável, configurando uma crise monetária.[carece de fontes?]

Os bancos centrais muitas vezes defendem que a manutenção de grandes reservas resulta num seguro contra crise. Isto é verdade até o momento em que o banco central pode manter a sua moeda através da venda das reservas. (Esta prática é considerada como uma manipulação do mercado de câmbio. Muitos bancos centrais utilizaram-se deste expediente desde o colapso do sistema de Bretton Woods. Algumas poucas vezes, alguns bancos centrais cooperaram para tentar manipular taxas de câmbio de forma coordenada. Não é claro o quanto esta prática é eficiente.) Além disso, a manutenção de grandes reservas não significa necessariamente uma proteção contra a inflação, já que a política de grandes compras de moeda estrangeira para manter a moeda local barata pode iniciar ou alimentar um processo inflacionário.[carece de fontes?]

Custos e benefícios

Por um lado, se um país deseja controlar a taxa de câmbio, a manutenção de grandes reservas dá ao banco central uma grande possibilidade para manipular o mercado de câmbio. Mas as reservas também têm um custo. A diferença existente entre o retorno da aplicação das reservas em instituições internacionais e o valor pago aos detentores da sua dívida interna, gera um custo fiscal para o governo. Além disso alguns governos sofrem perdas importantes por causa de problemas no gerenciamento das reservas, que acabam redundando em custo fiscal.[4]

Reservas internacionais por país

No início do ano de 2007, a política de acumulação de reservas do governo brasileiro recebeu críticas devido ao seu alto custo fiscal.[5][6]

Níveis de reserva

Não existe um número absoluto que seja considerado como adequado para o nível das reservas internacionais. O nível ideal das reservas é normalmente obtido a partir de uma porcentagem do débito de curto prazo, da disponibilidade de moeda ou da média mensal de importações.

No final do ano de 2004, 66% das reservas eram mantidas em dólares estadunidenses e 25% em euros.[7]

País/Autoridade monetária Reservas internacionais
(milhões de USD)
Estimativas
 Mundo (soma de todos os países)10,008,392--
1 China3,202,321 março de 2016
2 Arábia Saudita2,257,619março de 2016
3 Japão1,254,100março de 2016
4 Suíça 619,550março de 2016
5 Taiwan418,900dezembro de 2014
6 Rússia380,544março de 2016
7  Brasil 370,395 setembro de 2021[8]
8Coreia do Sul Coreia do Sul365,760março de 2016
9Hong Kong Hong Kong ( China)359,900março de 2016
10 Índia350,860março de 2016
11 Singapura Singapura 343,215 março de 2016
12 México176,321março de 2016
13 Tailândia167,700março de 2016
14 Alemanha164,656março de 2016
15 Argélia152,700março de 2016
16 França152,220dezembro de 2014
17  Turquia 148,268 dezembro de 2014
18 Itália133,770dezembro de 2014
19 Estados Unidos117,188março de 2016
20 Malásia128,355dezembro de 2014
21 Reino Unido111,156dezembro de 2014
22 Polónia108,870março de 2013[7]
23 Indonésia105,149maio de 2013[7]
24 Dinamarca85,275maio de 2013[7]
25 Filipinas83,951março de 2013[7]
26 Israel77,600maio de 2013[7]
União Europeia Banco Central Europeu
(ECB, not owned by any single EU member)
74,900maio de 2013[7]
25 Canadá70,695maio de 2013[7]
26 Iraque70,330dezembro de 2012[9]
27Irã Irão[nota 1] 69,860dezembro de 2012[9]
28 Suécia66,564maio de 2013[7]
29 Peru63,471dezembro de 2012[7]
30 Noruega55,313fevereiro de 2013[7]
31 Líbano52,500dezembro de 2012[9]
32 Austrália49,849maio de 2013[7]
33 Países Baixos49,254maio de 2013[7]
34 Espanha48,342maio de 2013[7]
35 África do Sul48,146maio de 2013[7]
36 Roménia47,228maio de 2013[7]
37 Nigéria46,410dezembro de 2012[9]
38 Hungria45,923maio de 2013[7]
39 Chéquia43,599maio de 2013[7]
40 Emirados Árabes Unidos42,970dezembro de 2012[9]
41 Chile40,148maio de 2013[7]
42 Colômbia40,032maio de 2013[7]
43 Argentina30.600dezembro de 2013[7]
44 Venezuela29,890dezembro de 2012[9]
45 Cazaquistão28,329maio de 2013[7]
46 Bélgica28,233maio de 2013[7]
47 Ucrânia24,542maio de 2013[7]
48 Áustria24,267maio de 2013[7]
49 Vietname23,880dezembro de 2012[9]
50Portugal Portugal19,912maio de 2013[7]
51 Bulgária19,303maio de 2013[7]
52 Marrocos18,287maio de 2013[7]
53Macau Macau ( China)16,600dezembro de 2012[9]
54 Nova Zelândia16,008abril de 2013[7]
55 Croácia15,534maio de 2013[7]
56 Egito15,251maio de 2013[7]
57 Uruguai14,300abril de 2013[7]
58 Bolívia13,930dezembro de 2012[9]
59 Paquistão13,800dezembro de 2012[9]
60 Bangladesh12,750dezembro de 2012[9]
61 Azerbaijão11,280dezembro de 2012[9]
62 Jordânia11,238maio de 2013[7]
63 Finlândia10,374maio de 2013[7]
64 Trinidad e Tobago9,897dezembro de 2012[9]
65 Bielorrússia8,027maio de 2013[7]
66 Costa Rica7,960abril de 2013[7]
67 Letônia7,609maio de 2013[7]
68 Letônia7,609maio de 2013[7]
69 Tunísia7,400abril de 2013[7]
70 Lituânia7,302junho de 2013[7]
71 Sri Lanka7,000outubro de 2010[7]
72 Grécia6,324maio de 2013[7]
73Camboja Camboja4,938dezembro de 2012[9]
74 Islândia4,098abril de 2013[7]
75 Paraguai3,978dezembro de 2010[7]
76Myanmar Myanmar3,560dezembro de 2009
77 El Salvador3,062abril de 2013[7]
78 Geórgia2,982junho de 2013[7]
79 Moldávia2,481abril de 2013[7]
80 Eslováquia2,232maio de 2013[7]
81 Irlanda1,688maio de 2013[7]
82 Armênia1,670maio de 2013[7]
83 Chipre967abril de 2013[7]
84 Luxemburgo944maio de 2013[7]
85 Eslovênia770maio de 2013[7]
86Laos Laos712outubro de 2010[7]
87 Malta590maio de 2013[7]
88 Estónia285abril de 2013[7]

Composição monetária das reservas cambiais oficiais (1965–2022, quarto trimestre)

Ver também

Notas

  1. O governo iraniano não divulga as reservas internacionais e esse número é uma estimativa calculada por institutos internacionais ou estrangeiros que são ocasionalmente apoiados por autoridades iranianas sem revelar os números exatos.

    Referências

    Ligações externas

    Artigos

    Dados

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