Ruanda-Urundi

Ruanda-Urundi foi um território da Bélgica, sob Mandato da Liga das Nações e posteriormente Protetorado das Nações Unidas, entre 1924 e 1962, ano em que resultou nos estados independentes de Ruanda e do Burundi. [1]


Ruanda-Urundi

1922  1962
 

Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Ruanda-Urundi
Localização de Ruanda-Urundi
Ruanda-Urundi (verde escuro) representado dentro do império colonial belga (verde claro), 1935.
Continente África
Região África Central
Capital Usumbura
Governo Mandato da Liga das Nações
História
  1922Fundação
  1962Independência

História

Os reinos de Ruanda e do Burundi foram anexados pela Alemanha, junto com outros estados da região africana dos Grandes Lagos, no final do século XIX e início do século XX. Embora pertencesse à África Oriental Alemã, a presença alemã na região era mínima.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a região foi conquistada pelas forças do Congo Belga, em 1916. O Tratado de Versalhes dividiu a África Oriental Alemã, passando a maior parte do território a ser conhecida como Tanganica, que foi colocado nas mãos da Grã-Bretanha, enquanto que a parte ocidental correspondia a Bélgica. Formalmente, esta parte é conhecida como Territórios Belgas Ocupados da África Oriental. Em 1924, tornou-se Ruanda-Urundi, quando a Liga das Nações emitiu um mandato formal para garantir o controle total da área. [2]

A presença belga no território era muito maior do que a alemã, especialmente em Ruanda. Pelas regras do mandato, a Bélgica teria que contribuir para o desenvolvimento dos territórios e prepará-los para a independência, porém exploraram o território economicamente, obtendo lucros para a metrópole sem a devida contraparte nos territórios africanos. O cultivo do café foi uma das principais atividades econômicas.

Para implementar seu sistema, os belgas usaram a estrutura de poder indígena que consistia de uma classe dirigente tutsi, que governava a maioria da população hutu. Os administradores belgas acreditavam nas teorias raciais da época e convenceram os tutsis que estes eram racialmente superiores. Embora antes da colonização os hutus tenham desempenhado um papel importante no governo, os belgas simplificaram os assuntos estratificando a sociedade por critérios raciais. A ira diante da opressão e do desgoverno se dirigiu à elite tutsi, ao invés do aparentemente distante poder colonial. Estas divisões teriam grande importância décadas após a independência.[3]

Após a dissolução da Liga das Nações, a região tornou-se um território sob tutela das Nações Unidas em 1946.[1] Isto incluía a promessa belga de preparar as áreas para a independência, mas acreditava que levaria décadas até estarem prontas para o autogoverno.

A independência veio em grande parte devido aos eventos que ocorreram em outras regiões. Na década de 1950 surgiu um movimento pela independência no Congo Belga, e a Bélgica se convenceu de que não poderia controlar o território. Em 1960, o maior vizinho de Ruanda-Urundi tornou-se independente. Após dois anos de preparação, a colônia ganhou a independência em 1 de julho de 1962, divididos em Ruanda e Burundi. Levou mais dois anos para que os dois tivessem um governo totalmente separado.

Referências

  1. «Ruanda-Urundi». Encyclopædia Britannica
  2. William Roger Louis, Ruanda-Urundi 1884-1919 (Oxford U.P., 1963).
  3. Peter Langford, "The Rwandan Path to Genocide: The Genesis of the Capacity of the Rwandan Post-colonial State to Organise and Unleash a project of Extermination". Civil Wars Vol. 7 n.3
  • Jean-Pierre Chrétien. The Great Lakes of Africa: Two Thousand Years of History trans Scott Straus

Ver também

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