Safrax

Safrax (em latim: Saphrax) foi um nobre e líder militar gótico[a] do final do século IV, ativo durante as migrações góticas do período.

Safrax
Etnia Grutunga/Tervinga (?)
Huna/Alana (?)
Ocupação nobre e líder militar

Vida

Soldo de Valente (r. 364–378)
Soldo de Graciano (r. 367–383)

Segundo Amiano Marcelino, a ele foi confiado, junto com Alateu, a proteção do jovem herdeiro grutungo Viderico, que à época ascendera devido a morte em combate de seu pai Vitimiro (r. 375–376).[1] Nessa época, segundo o relato, possuía um estatuto equivalente ao do duque romano.[2] Em vista da pressão huna, os três decidiram marchar com os godos por eles liderados rumo ao Dniestre.[3]

Nesse mesmo ano, Safrax e Alateu lideraram, ao lado de outro oficial gótico chamado Farnóbio, os grutungos em direção ao Danúbio,[4] momento esse que os tervíngios de Fritigerno acabaram de cruzar o rio sob permissão imperial do imperador Valente (r. 364–378). Durante a Guerra Gótica de 376–382, Safrax e Alateu participaram a Batalha de Adrianópolis de 378[5] e mais tarde partiram para a Panônia, onde saquearam o país.[6][7]

Eles conseguiram negociar a paz em 380 com o imperador ocidental Graciano (r. 367–383),[6][7] que firmou um tratado no qual seus godos poderiam se assentar na Panônia.[2] Alateu e Safrax permaneceram quietos por alguns anos até reaparecem em 386, quando tentaram atravessar o Danúbio para invadir o Império Romano.[8]

Notas

[a] ^ Segundo Simon MacDowall, muitos historiadores sugerem que Safrax era huno ou alano, uma vez que seu nome não possui uma origem goda e durante a Batalha de Adrianópolis ele liderou uma força conjunta de grutungos e alanos.[5] Garcia Moreno concorda com esta suposição e afirma que ele foi alano.[2]

Referências

  1. Kulikowski 2007, p. 126.
  2. Moreno 2007, p. 339.
  3. Christensen 2002, p. 142.
  4. Heather 2003, p. 46.
  5. MacDowall 2001, p. 36.
  6. Martindale 1971, p. 802.
  7. Heather 2003, p. 50.
  8. Smith 1870, p. 90.

Bibliografia

  • Christensen, Arne Søby (2002). Cassiodorus, Jordanes and the History of the Goths: Studies in a Migration Myth. Copenhague: Museum Tusculanum Press. ISBN 8772897104
  • Frassetto, Michael (2003). Encyclopedia of barbarian Europe: society in transformation. Santa Barbara, Califórnia: ABC-CLIO. ISBN 9781576072639
  • Heather, Peter (2003). The Visigoths from the Migration Period to the Seventh Century: An Ethnographic Perspective. Woodbridge, Suffolk: Boydell & Brewer Ltd. ISBN 1843830337
  • Kulikowski, Michael (2007). Rome´s Gothic Wars: from the third century to Alaric. Cambridge: Cambridge University Press
  • MacDowall, Simon (2001). Adrianople AD 378: The Goths Crush Rome's Legions. Londres: Osprey Publishing. ISBN 1841761478
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press
  • Moreno, Luis A. Garcia (2007). «Prosopography and Onomastics: the Case of the Goths». In: K. S. B., Keats-Rohan. Prosopography Approaches and Applications: A Handbook. Oxford: Linacre College, Universidade de Oxford. ISBN 1900934124
  • Smith, William (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. III. Boston: Little, Brown and Company
  • Wolfram, Herwig (1990). History of the Goths. Berkeley, Londres e Los Angeles: University of California Press. ISBN 9780520069831
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.