Ilha de San Nicola

A Ilha de San Nicola é uma ilha da Itália que pertence ao arquipélago de Tremiti (ou Diomedee) no mar Adriático, com população não especificada entre os 496 habitantes das ilhas Tremiti.[1] É o centro histórico, religioso e administrativo das ilhas. Está sob a jurisdição da província de Foggia, Apúlia.

San Nicola
Geografia física
País  Itália
Localização
Arquipélago Tremiti, província de Foggia, Puglia
Ponto culminante 116 m
Área 0,42  km²
Geografia humana
População 496 [1]

San Nicola

Geografia

Posição de San Nicola

A ilha ocupa uma área de 42 ha, comprimento de 1,6 km, largura de 450 metros, extensão litorânea de 3, 7 km . O ponto culminante é de 116 metros acima do nível do mar (monte Eremita)[2]

A forma da ilha é alongada, com um litoral recortado, protegido por enormes rochas e falésias de 60 metros junto ao mar.

O nome San Nicola deriva de um eremita que construiu uma capela, em honra ao Santo Marinaio.[2]

História

San Nicola é a menor das ilhas Tremiti, excluindo as mais distantes, Cretaccio e Pianosa. É historicamente e artisticamente, a mais importante das ilhas.

Além dos sítios do período Neolítico e da Idade do Ferro, de valor puramente histórico, há uma necrópole com duas "tumbas" do período helenístico, entre elas a Tumba de Diomede e restos de dois Domus romanos.

A paisagem da ilha é fortemente caracterizada pela presença da Abadia de Santa Maria, uma obra monumental que domina a zona portuária.

Santa Maria a Mare foi construída pelos beneditinos de monte Cassino em 1045. Por esta razão, a ilha também é chamada de Monte Cassino in mezzo al mare.[3]

Lá era situada a antiga capela construída pelos eremitas, que segundo uma lenda, a construíram com dinheiro vindo de tesouros do herói Diomede.[4]

Sob ordens dos Cônegos Regulares Lateranenses, em 1473, dois arquitetos deram um estilo renascentista vêneto-toscano na fachada.[5]

Os Beneditinos: Em 1016, com a fama da devoção a Nossa Senhora de Tremiti espalhada, o Papa enviou monges beneditinos dependentes de Cassino para trabalhos divinos.

Em 1045 os monges começaram a construção da igreja. Faziam todo tipo de negócio com as terras férteis da Ilha de San Domino, até com piratas e se tornaram ricos.

Também recebiam doações de devotos, acumulando grandes tesouros e comprando terras no continente.

Tornaram-se guerreiros e poderosos o suficiente, para contestar a dependência da abadia de monte Cassino, até obterem uma promessa solene de independência absoluta.

A insubordinação continuada, a negligência quanto à conservação do patrimônio e o desleixo quanto à vida religiosa, levaram a autoridade papal a realizar uma investigação, conduzida pelo bispo de Dragonara, que por medo de encontrar piratas eslavos, amigos dos monges, os convocou para ir ao continente.

A decisão foi expulsar a ordem beneditina de Tremiti, em 1236.[6]

Os Cistercienses: Foram enviados em 1237, os religiosos dedicados aos divinos ministérios. Em seguida, Carlo I d'Angiò fortificou o complexo.

No século XIV, tendo se espalhado as riquezas acumuladas pelos monges e beneditinos, piratas eslavos de Castello d'Almisio, vilarejo a 10 km de Spalato (atual Split ]] saquearam a fortaleza, sem sucesso.

Mais adiante, dálmatas Almogávares com sua frota, enganando os religiosos, os trucidam, acabando com a ordem cisterciense na ilha e em todo o arquipélago.[6]

Os Cônegos Lateranenses: Em 1412, os frades da Ordem Regular Lateranense de San Frediano di Lucca, depois de muita hesitação, foram conduzidos por Leone da Carrara reconstruindo e ampliando as edificações, transformaram o mosteiro em uma verdadeira fortaleza com guarnições: a igreja se tornou mais bonita. Foram construídas cisternas, repovoando o antigo centro religioso.

Em 1567, a fortaleza resistiu a um ataque da armada de Solimão, o Magnífico.

Em 1783, Ferdinando I di Borbone,suprimiu a abadia e em 1792 instituiu uma colônia penal na ilha. Ocupada por muratianos, San Nicola resistiu a uma frota inglesa e, em 1843, Fernando II deportou napolitanos de cortiços, que deram origem a população que ainda conserva o dialeto napolitano. O governo italiano continuou a servir-se de Tremiti, como colônia de prisão domiciliar no fim da primeira guerra mundial. Entre 1926 e 1943, foi local de confinamento comum e político.[6]

Vista da Abadia de Santa Maria

Galeria de fotos

Referências

  1. www.Istat.it «Isole Tremiti» Verifique valor |url= (ajuda). Istat.it. Consultado em 8 de julho de 2011
  2. «San Nicola». Isoleitalia.it. Consultado em 9 de julho de 2011
  3. Émile Bertaux, Un Mont-Cassin en plein mer, 1899
  4. «S.Nicola». Isoletremiti.it. Consultado em 9 de julho de 2011
  5. Puccini, Vecio, La Scia, EdiPuglia, 2002 p. 19
  6. Touring Club Italiano,Guida d’Italia, Puglia,1978 p. 233

Ligações externas

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