Sasúnia

Sasúnia (em armênio/arménio: Սանասունք; romaniz.:Sanasunk) ou Sanasunitas (Sanasounitai) foi um cantão da província de Arzanena.[1]

Expansão dos domínios Mamicônios. Sasúnia está ao sul
Histameno de Nicéforo II (r. 963–969) e Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025)

História

Foi referido em grego apenas numa forma plural, permitindo a sugestão de que fosse território tribal sob seus próprios chefes ou é possível que seja a tradução literal do armênio ao grego.[1] Sasúnia estava no vale médio do rio Arsanias[2] e se centrava no castelo montanhoso de Sanasuno, a posterior vila de Sasun, e suas dependências.[3] Se estendia através dos vales fluviais que levam ao sul das montanhas que margeiam a planície de Taraunitis (Muche) ao sul. Seus vales formavam rotas lógicas de invasão apesar de sua dificuldade e apoiam a ideia de que Sasúnia era importante para proteger o país de uma invasão nessa direção, assim como protegeu o país de invasão através do passo de Bitlis ao leste.[1] Tinha 2 400 quilômetros quadrados.[3]

No começo do século IX, Pancrácio II, filho de Asócio IV (r. 806–826), era senhor de Sasúnia.[4][5] Com a captura de Pancrácio por governador árabe Iúçufe (r. 851–852) em 851 após sua revolta, os patrícios armênios enviaram encorajamento e ajuda para os sasúnios atacarem-no.[6] Nos anos 890, aproveitando a guerra entre o rei Simbácio I (r. 890–914) e o sájida Maomé ibne Abul Saje (r. 889/890–901), o emir Amade invadiu a Armênia e conquistou Sasúnia.[7] Depois disso, os senhores de Taraunitis, dinastas da dinastia Bagratúnio, continuaram a controlá-la até 967, quando rendem seu principado ao Império Bizantino sob o imperador Nicéforo II (r. 963–969).[8]

Com a conquista bizantina, os Mamicônios retornam para Taraunitis, seu antigo domínio, ao menos no sul. Em 1058, Tornício Mamicônio repeliu os invasores turcos de Taraunitis e após a derrota bizantina na Batalha de Manziquerta em 1071, fundou a linha dos torníquidas de Muche, que retém Grande Taraunitis com Arsamosata, Astianena e Sasúnia até serem expulsos pelos xás da Armênia em 1189/1190.[9][2]

Referências

  1. Hewsen 1992, p. 160.
  2. Toumanoff 1963, p. 210.
  3. Hewsen 1992, p. 162, nota 58.
  4. Toumanoff 1963, p. 311, nota 33.
  5. Laurent 1919, p. 105.
  6. Ter-Ghevondyan 1976, p. 42-43.
  7. Ter-Ghevondyan 1976, p. 63.
  8. Hewsen 1992, p. 166.
  9. Hewsen 1992, p. 164.

Bibliografia

  • Hewsen, Robert H. (1992). The Geography of Ananias of Širak. The Long and Short Recensions. Introduction, Translation and Commentary. Wiesbaden: Dr. Ludwig Reichert
  • Laurent, Joseph L. (1919). L’Arménie entre Byzance et l'Islam: depuis la conquête arabe jusqu'en 886. Paris: De Boccard
  • Ter-Ghevondyan, Aram (1976). Garsoïan, Nina G. (trad.), ed. The Arab Emirates in Bagratid Armenia. Lisboa: Livraria Bertrand. OCLC 490638192
  • Toumanoff, Cyril (1963). Studies in Christian Caucasian History. Washington: Imprensa da Universidade de Georgetown
This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.