Susana Helena Correia

Nasceu em 13 de Abril de 1955, na Freguesia de Bonfim, no Concelho do Porto.[1][2]

Era militante do Partido Comunista Português desde 1998, tendo ocupado importantes postos dentro daquele partido, como membro da Comissão Concelhia de Beja e da Direcção da Organização Regional de Beja do Partido, além ter colaborado em outras instituições partidárias.[3] Esteve igualmente integrada no Movimento da Paz.[4] Nas eleições autárquicas de 2021, tinha sido eleita pela Coligação Democrática Unitária para a Assembleia Municipal de Beja.[5] Também foi candidata pelo CDU para a Assembleia da República, nomeada pelo Círculo Eleitoral de Beja.[6] Também esteve integrada em vários movimentos associativos do concelho de Beja, tendo exercido como presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Beja, e foi um dos órgãos sociais da Rádio Voz da Planície.[3]

Destacou-se igualmente pelo seu trabalho em termos de arqueologia e cultura no Alentejo, tendo exercido como arqueóloga,[3] e na altura do seu falecimento ocupava a função de técnica na Direcção Regional de Cultura do Alentejo.[7] Colaborou no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, no período após a Revolução de 25 de Abril de 1974, e depois continuou a sua carreira no Alentejo.[8] Na década de 1980 dirigiu escavações na Rua do Sembrano, em Beja, em conjunto com José Carlos Oliveira, tendo sido descobertos os vestígios de uma muralha, contribuindo desta forma para a identificação de um povoado da segunda Idade do Ferro.[9] Em 1988 fez trabalhos arqueológicos na zona envolvente à Igreja de Santa Maria, em Beja, onde foram descobertos vestígios romanos, islâmicos e modernos, incluindo uma necrópole.[10]

Entre 1990 e 1991 conduziu escavações arqueológicas no importante sítio arqueológico de Garvão, em conjunto com Caetano de Mello Beirão.[11] Também em 1990 fez trabalhos arqueológicos de emergência no adro da Igreja Matriz de Garvão, onde foram identificada uma necrópole medieval e outras estruturas, testemunhando a ocupação humana no local desde a Idade do Ferro.[12] Em 2009 foi entrevista pela Rádio Televisão Portuguesa, para a reportagem Conhecer a cidade romana de Miróbriga.[13] Em 2018 apresentou a obra Actas do VIII Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular, durante a décima edição aquele evento, organizado na localidade de Zafra, em Espanha.[14] Em Março de 2019 fez a conferência Grão a Grão... se Constrói a História da Nossa Cidade: O exemplo da Rua do Sembrano, parte da sessão Montra de Beja - As escavações da Rua do Sembrano, organizada pela Associação de Defesa do Património da Região de Beja.[15] Foi entrevistada pela Rádio Voz da Planície, como investigadora do sítio arqueológico do Cabeço da Zurria, no concelho de Cuba.[16] Fez igualmente estudos de arqueomagnetismo na Villa romana de São Cucufate, na Quinta de Apariça, no sítio do Vale da Morte, e no Casal das Choupanas, em conjunto com o arqueólogo Rafael Alfernim.[17]

Faleceu em 2 de Novembro de 2021, no hospital de Beja, aos 66 anos de idade, devido a uma doença súbita.[7] Na sequência da sua morte, a Rádio Voz da Planície,[3] a Assembleia Municipal de Beja,[18] o Museu Nacional de Arqueologia[8] e a Direcção da Organização Regional de Beja do Partido Comunista Português emitiram notas de pesar, tendo esta última salientado a sua carreira política.[7]