Técnica de Seldinger

Técnica de Seldinger, é um procedimento médico minimamente invasivo para se conseguir acesso seguro aos vasos sanguíneos e outros órgãos com cavidades. O nome da técnica é uma referência ao radiologista sueco Sven Ivar Seldinger [en], que apresentou o procedimento pela primeira vez em junho 1952.[1]

Técnica de Seldinger

Sequência de procedimentos
Informações
Nome completo: técnica de Seldinger
Campo da medicina: hemodinâmica, radiologia intervencionista, cirurgia endovascular, angiorradiologia
Tipo de intervenção: percutânea, minimamente invasiva
Primeiro estudo: Dr. Sven Ivar Seldinger, em 1952 na Suécia
Aviso médico
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Técnica

O vaso ou cavidade é perfurado com um dispositivo chamado trocar (dispositivo médico) [en], que é um punção de agulha vazada,[2] com orientação por técnicas de imagem, se necessário. Um fio guia de ponta arredondada é então introduzido através do lúmen do trocar, este sendo em seguida removido. Uma bainha ou uma cânula podem então ser passadas sobre o fio guia através da cavidade ou vaso. Alternativamente, tubos de drenagem podem também ser passados ​​sobre o fio guia (como nos drenos de tórax ou em nefrostomias). Depois de passar a bainha ou o tubo, o fio guia é retirado.[1]

Acima, o punção (trocar), no centro o fio guia e em baixo, o cateter arterial

As bainhas são usadas para introduzir cateteres ou outros dispositivos para realizar procedimentos endoluminais (dentro das cavidades dos órgãos), como na angioplastia. A fluoroscopia pode ser usada para confirmar a posição do cateter e para direcioná-lo para o local desejado. A inoculação de meios de contraste pode ser usada para visualizar os órgãos. Podem ainda ser realizados procedimentos intervencionistas, como ablação por cateter, embolização [en] ou biópsias.

Após a conclusão do procedimento, a bainha é retirada. Em alguns casos, um dispositivo de estanqueidade vascular pode ser usado para fechar o orifício feito no procedimento.

Antecedentes

Antes da aplicação da técnica de Seldinger, trocares afiados eram usados ​​para criar lúmens através dos quais os dispositivos eram introduzidos. Este procedimento levava a uma alta taxa de complicações.[3] A partir da técnica de Seldinger, Charles Dotter [en] e Andreas Gruentzig desenvolveram a angioplastia.

Aplicações

A técnica de Seldinger é utilizada na angiografia, na aplicação de drenos de tórax, de cateter venoso central [en], inserção de tubos de gastrostomia endoscópica percutânea usando a técnica de compressão, na inserção dos condutores na implantação de marca-passo ou desfibrilador cardioversor implantável e vários outros procedimentos médicos intervencionistas.

Riscos

A punção inicial com a agulha do dispositivo, pode provocar hemorragia ou perfuração do órgão. A infecção é uma possível complicação e, portanto, uma assepsia deve ser executada durante a maioria dos procedimentos que utilizam a técnica de Seldinger.

A perda do fio guia na cavidade ou vaso sanguíneo é uma outra complicação significativa e geralmente evitável.[4]

Referências

  1. Sven Ivar Seldinger (1953). «Catheter Replacement of the Needle in Percutaneous Arteriography: A new technique» (em inglês). Acta Radiologica. Consultado em 10 de julho de 2017
  2. B.J. Lambert; et al. (2001). Polymers in Medical Applications (em inglês). [S.l.]: Smithers Rapra Publishing. 146 páginas. ISBN 9781859572597. Consultado em 10 de julho de 2017
  3. ZCJ Higgs; et al. (20 de julho de 2005). «The Seldinger technique: 50 years on» (em inglês). The Lancet. Consultado em 11 de julho de 2017
  4. W. Schummer; et al. (1 de janeiro de 2002). «Loss of the guide wire: mishap or blunder?» [Perda do fio-guia: acidente ou erro?] (em inglês). The British Journal of Anaesthesia. Consultado em 11 de julho de 2017

Ligações externas

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