Alcântara (Maranhão)
Alcântara é um município da Região Metropolitana de São Luís, no estado do Maranhão, no Brasil. Sua população estimada em 2021 era de 21.126 habitantes e possui uma área de 1457,96 km² quilômetros quadrados.
| |||
|---|---|---|---|
| Município do Brasil | |||
![]() Alcântara | |||
| Símbolos | |||
| |||
| Hino | |||
| Gentílico | alcantarense | ||
| Localização | |||
![]() Localização de Alcântara no Maranhão | |||
![]() Alcântara |
|||
| Mapa de Alcântara | |||
| Coordenadas | |||
| País | Brasil | ||
| Unidade federativa | Maranhão | ||
| Região metropolitana | São Luís | ||
| Municípios limítrofes | Guimarães, Bequimão, Bacurituba e São Luís | ||
| Distância até a capital | 30 km | ||
| História | |||
| Fundação | 22 de dezembro de 1648 (375 anos) | ||
| Administração | |||
| Prefeito(a) | Nivaldo Araujo (PROS, 2021 – 2024) | ||
| Características geográficas | |||
| Área total [1] | 1 457,916 km² | ||
| População total (IBGE/2010[2]) | 21 652 hab. | ||
| Densidade | 14,9 hab./km² | ||
| Clima | Não disponível | ||
| Altitude | 32 m | ||
| Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
| CEP | 65250-000 a 65254-999[3] | ||
| Indicadores | |||
| IDH (PNUD/2000[4]) | 0,6 — médio | ||
| PIB (IBGE/2008[5]) | R$ 62 130,241 mil | ||
| PIB per capita (IBGE/2008[5]) | R$ 2 828,09 | ||
| Sítio | www.alcantara.ma.gov.br (Prefeitura) www.alcantara.ma.leg.br (Câmara) | ||
História
Até 1612, a região era habitada por um aglomerado de aldeias dos índios tupinambás, sendo a principal delas conhecida pelo nome de Tapuitapera. Quando os franceses que chegaram ao Maranhão, liderados por Daniel de La Touche, estabeleceram relações com essas aldeias, construindo a primeira capela.[6]
Entre 1616 e 1618, com a expulsão dos franceses, os portugueses começaram o processo de ocupação da região. Com a divisão de capitanias naquele território, Tapuitapera se tornou sede da capitania de Cumã. A capitania teve como primeiros donatários o desembargador Antonio Coelho de Carvalho e seu neto Francisco de Albuquerque Coelho de Carvalho[6]
Durante a invasão holandesa de 1641, os portugueses perderam as posses das terras. Com a retomada do território, houve a elevação de Tapuitapera à Vila de Santo Antônio de Alcântara, em 1648, voltando a ter alguma atividade com engenhos de açúcar e produção de algodão. Na vila, foi estabelecida a Câmara, um pelourinho e uma igreja Matriz.[6]
No século XVIII, houve uma política de de reincorporação das capitanias donatárias à Coroa, sendo a capitania de Cumã extinta por carta régia, por volta de 1754.[6]
A capitania ocupava a região compreendida entre a foz do rio Mearim, rio Pindaré e o rio Turiaçu. [7]
Posteriormente, Alcântara se tornou o maior centro produtor do Maranhão, chegando a rivalizar com São Luís, no período em que a economia maranhense se baseava no algodão e na mão-de-obra escrava. Em 1836, foi elevada Alcântara foi elevada à categoria de cidade, atingindo seu apogeu econômico. Os filhos dos grandes proprietários eram enviados para estudar na Europa, o que trouxe grande influência europeia para a região. [8]
Na segunda metade do século XIX, ocorre grande decadência econômica na região, com a queda acentuada pela Abolição da Escravatura e o povoamento de outras regiões do Maranhão, entretanto restou como testemunho do período áureo o acervo arquitetônico de valor inconteste, tombado pelo IPHAN em 1948. [9]
Geografia
Relevo
O município faz parte do litoral em forma de rias na faixa que corresponde ao Golfão Maranhense. Seu relevo é formado planícies fluviais e fluvio-marinhas, áreas planas e baixas, com altitudes predominantes entre 5 e 15 metros, recortadas por canais de circulação de águas salobras.[10]
Clima
O clima de Alcântara é o tropical úmido, o qual se divide em dois períodos: chuvoso de janeiro a junho e estiagem de julho a dezembro. Sua temperatura media anual é de 27°, com umidade relativa do ar superior a 82% e índice pluviométrico entre 2000 e 2400 milímetros anuais.[11]
Hidrografia
As principais bacias hidrográficas são as dos rios Aurá (que deságua na Baía de São Marcos), Peri Açu (que deságua na Baía de Cumã), Salgado e os igarapés do Brito, do Alegre, do Pepital, do Peru, Caiuana, Baiado Grande, Imbuaçu, Itauaú, do Outeiro, do Castelo, Peri-Mirim, da Fontinha, da Esperança, dentre outros.[10]
Vegetação e biodiversidade
A vegetação característica da região são os manguezais na faixa litorânea e a mata aberta com babaçu no interior do município.[11]
A vegetação original do município é a Floresta Amazônica, mas em razão do desmatamento, as árvores da floresta são espaçadas e intercaladas por espécies secundárias, de pequeno porte.[10]
Todo o território de Alcântara está inserido na Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses.[11]
Ilhas
Pertencem ao município de Alcântara as ilhas do Cajual, do Livramento, dos Guarás, das Pacas.[11]
A ilha do Cajual é um importante sítio arqueológico do Maranhão. A presença de fósseis de espécies que também viveram na África comprovam que a África e a América do Sul já foram um só continente.[11]
Demografia
De acordo com o Censo Demográfico de 2010, 57,92% da população do município é católica e 19,44% evangélica.[12]
Em 2010, 70,77% da população vivia na zona rural e 29,28% na zona urbana.
Comunidades quilombolas
Alcântara é o município com o maior número de comunidades quilombolas do Brasil, com mai de 200 comunidades.[13]
Com o declínio econômico, a queda das exportações e o deslocamento da produção para os vales dos Rios Itapecuru, Mearim e Pindaré, ocorreu o o abandono de terras pelos proprietários das grandes fazendas, e pelas ordens religiosas Ordem do Carmo, dos Jesuítas, das Carmelitas, e dos Mercedários, que também possuíam terras em Alcântara. levando a população negra a promover outras formas de organização e ocupação do território. [13]
Economia
O PIB do município ficou, em 2019, em R$ 125.751.640, correspondendo ao 126º maior PIB do estado. [14]
A distribuição setorial do PIB em 2019 ficou: Agropecuária (10,79%), Indústria (5,92%), Serviços- Administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social (57,74%) e Serviços- Demais setores (25,54%).[14]
Infraestrutura
Centro de Lançamento de Alcântara
Em Alcântara, há um centro espacial do qual são lançados os veículos lançadores de satélites no âmbito da Missão espacial completa brasileira. É o CLA - Centro de Lançamento de Alcântara. Na América Latina, o CLA é o único concorrente do Centro Espacial de Kourou situado na Guiana Francesa, mas, ao contrário deste, o centro espacial brasileiro não opera lançamentos constantes em razão de atrasos logísticos e tecnológicos.[11]
Travessia São Luís-Alcântara
Um sistema de ferry-boats realiza a Travessia São Luís-Alcântara, cruzando a Baía de São Marcos, ligando a cidade de São Luís até o porto de Cujupe, em Alcântara, e encurtando a distância entre a capital e a Baixada Maranhense, transportando mais de 1,8 milhão de passageiros por ano.[15]
Também é possível fazer a travessia em barcos menores e catamarãs, através do Cais da Praia Grande, na Rampa Campos Melo, no Centro de São Luís (próximo ao Palácio dos Leões), até o Porto de Jacaré–Terminal Hidroviário de Alcântara, em viagens em torno de 1 hora e 20 minutos, com partida conforme a variação da maré.[16]

Rodovias
O acesso ao município se dá pela MA-106.[11]
Educação
Há um campus do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) em Alcântara.[11]
A rede de ensino municipal é dotada de 60 escolas e a rede estadual é composta por duas escolas.[11]
Saúde
A principal unidade de saúde é o Hospital Municipal Dr. Neto Guterres, além de unidades de saúde da família e postos de saúde.[11]
Política
O Poder Legislativo de Alcântara é exercido pela Câmara Municipal, composta de 11 vereadores.[18]
O Poder Executivo é exercido pela Prefeitura de Alcântara, e é representado pelo prefeito, vice-prefeito e secretários municipais.[19]
O munícipio é faz parte da Comarca de Alcântara, além de contar representantes do Ministério Público do Maranhão e da Defensoria Pública do Estado.[20]
Cultura e turismo
Escolhida como Patrimônio Histórico Cultural Nacional, a cidade representa uma das principais riquezas culturais do estado. Apesar da decadência econômica do município a partir do final do século XIX, foi conservada parte de sua arquitetura colonial representada pelos inúmeros sobradões, casas mais baixas, igrejas, ruas estreitas e tortuosas e, principalmente, pelas inúmeras ruínas que demonstram o que foi essa cidade, o que possibilita aos visitantes transportarem-se para uma época distante.[11]
Patrimônio histórico
Entre as principais construções da cidade estãoː a Igreja de Nossa Sra. do Rosário dos Pretos, a Igreja e as ruínas do Convento do Carmo, ruínas da Matriz de São Matias, a Ladeira do Jacaré (feita em pedras), a Capela de Nossa Senhora do Desterro (atual Igreja de São José), a Fonte de Pedra (edificada pelos franceses), o Museu Casa Histórica de Alcântara, o Museu Histórico de Alcântara, ruínas do Forte de São Sebastião, Casa de Câmara e Cadeia, a Casa do Divino, o Solar Cavalo de Troia (o mais alto da cidade), dentre outros.[21]
Festa do Divino
A Festa do Divino Espírito Santo é realizada no mês de maio ou junho, terminando no Domingo de Pentecostes, sendo que desde o Sábado de Aleluia, os festeiros começam a se preparar para o grande dia em que o imperador recepciona seus convidados com um almoço e farta mesa de doce. A cidade também é muito conhecida pelos seus doces de espécie. [22]
Galeria

Ruínas da construção da igreja Matriz de São Matias.
Pelourinho de Alcântara.
Interior da igreja de Nossa Senhora do Carmo.
Fachada do Museu Casa Histórica de Alcântara
Prefeitura e Câmara Municipal de Alcântara.
Ruínas da construção da igreja Matriz de São Matias.
Praça da Matriz e ruínas da igreja de São Matias.
Ruas de Alcântara.
Casa de Cultura Aerospacial do Centro de Lançamento de Alcântara
Ferry-boat, no porto de Cujupe
Ruínas do Palacete do Barão de Pindaré
Referências
- IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019
- «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- «Capitania de Cumã - Atlas Digital da América Lusa». lhs.unb.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- «provedorias». www.receita.fazenda.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- IPHAN. «Alcântara, MA: conjunto arquitetônico e urbanístico (Alcântara, MA)». Portal IPHAN. Consultado em 20 de janeiro de 2019
- PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA, Ministério de Minas e Energia (2011). «RELATÓRIO DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE ALCÂNTARA» (PDF)
- INSTITUTO MARANHENSE DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS E CARTOGRÁFICOS – IMESC (2012). «ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS MARANHENSES» (PDF)
- «IBGE- ALCANTARA»
- «Territórios e Identidades nas Comunidades Remanescentes de Quilombos da Agrovila Peru no Município de Alcântara – MA» (PDF)
- «Produto Interno Bruto dos Municípios | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- «Em 2017 passaram pela Ponta da Espera e Cujupe 1,8 milhão de...». Maranhão de Todos Nós. 8 de janeiro de 2018
- «Cais da Praia Grande recebe serviços de sinalização e organização...». Maranhão de Todos Nós. 10 de abril de 2017
- «Manuel sítios históricos do IPHAN» (PDF)
- User, Super. «VEREADORES». cmalcantara.ma.gov.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- «Prefeitura Municipal de Alcântara - MA». Prefeitura Municipal de Alcântara - MA. 15 de novembro de 2018. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- TJMA. «Portal do Poder Judiciario do Estado do Maranhão». Tribunal de Justiça. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- «São Luís.». turismosaoluis.com.br. Consultado em 13 de dezembro de 2018
Ligações externas
- «Prefeitura de Alcântara»
- Museu de Alcântara/Instituto Brasileiro de Museus
- «Câmara de Alcântara»
- «Fotos de Alcântara»
- «Página de Nando Cunha»
- «Alcântara no IBGE Cidades»




