Tobermorita
A tobermorita é um mineral da classe dos inossilicatos, pertencente ao chamado "grupo da tobermorita", cuja fórmula química é:
Ca5Si6O16(OH)2·4H2O ou
Ca5Si6(O,OH)18·5H2O. Além dos elementos de sua fórmula, pode conter também impurezas de alumínio, ferro, magnésio, sódio, potássio e água.
| Tobermorita | |
|---|---|
![]() Tobermorita | |
| Categoria | Minerais inossilicatos |
| Cor | Branco, branco-rosa brilhante, branco avermelhado |
| Fórmula química | Ca5Si6O16(OH)2 ·nH2O |
| Propriedades cristalográficas | |
| Sistema cristalino | Ortorrómbico, disfenoidal |
| Hábito cristalino | Cristais diminutos agregados em ripas, formando feixes fibrosos ou rosetas |
| Classe de simetria | 9.DG.10 (Strunz) |
| Propriedades ópticas | |
| Transparência | Translúcido |
| Pleocroísmo | Visível incolor |
| Propriedades físicas | |
| Dureza | 2,5 (Mohs) |
Foi descrita pela primeira vez em 1880 a partir de uma ocorrência na Escócia, perto da localidade de Tobermory, na ilha de Mull,.[1]
A tobermorita ocorre na pasta de cemento hidratado e pode ser encontrada na natureza, como uma alteração mineral, no calcário metamorfizado e no skarn. Sua ocorrência tem sido reportada na área de Maqarin, no norte da Jordânia, perto da fronteira síria, e em Crestmore Quarry, nas proximidades de Crestmore Heights, em Riverside County, na Califórnia.[2]
Características químicas
Trata-se de um silicato hidroxilado e hidratado de cálcio. Estruturalmente, é um inossilicato com três cadeias simples e múltiplas de tetraedros de sílica.
Dentro do grupo da tobermorita existem três variedades estruturais:
- Tobermorita-9 Å ou riversideíta
- Tobermorita-11 Å ou tobermorita em sentido estrito
- Tobermorita-14 Å ou plomberita
Formação e jazidas
Aparece como produto da alteração hidrotermal de rochas de carbonato de cálcio, em decorrência de metamorfismo de contacto e metassomatismo, preenchendo vesículas e cavidades de rochas basálticas. Costuma encontrar-se associada a outros minerais, tais como zeólitas, etringita, portlandita ou calcita.
Usos
O componentes do grupo da torbermorita são bem conhecidos como cimentos industriais. O pó desses minerais se transforma em cimento ao reagir com água e tem um importante papel nos processos de cementação.
Uso no concreto romano
A tobermorita aluminosa é considerada o ingrediente-chave da longevidade do concreto romano. A cinza vulcânica, que os antigos romanos usavam na construção de muralhas de proteção contra as marés, continha phillipsita, cuja interação com a água do mar provocava a expansão e o fortalecimento das estruturas cristalinas da argamassa, tornando-a substancialmente mais durável do que o concreto contemporâneo. [3][4] [5][6]

Referências
- Heddle M.F., 1882. "Preliminary notice of substances which may prove to be new minerals. Tobermorite", Mineralogical Magazine 4, 117-123.
- (em inglês) Mindat.org :Tobermorite
- Cientistas desvendam segredos de concreto super-resistente criado na Roma Antiga. Por Matt McGrath. BBC News, 5 de julho de 2017.
- Ancient Romans made world’s ‘most durable’ concrete. We might use it to stop rising seas. Por Ben Guarino. Washington Post, 4 de julho de 2017.
- Ancient lessons: Roman concrete durable, green. Jim Destefani (ed.). Ceramic Tech Today, The American Ceramic Society, 7 de junho de 2013.
- Jackson, Marie D.; Mulcahy, Sean R.; Chen, Heng; Li, Yao; Li, Qinfei; Cappelletti, Piergiulio; Wenk, Hans-Rudolf (2017). «Phillipsite and Al-tobermorite mineral cements produced through low-temperature water-rock reactions in Roman marine concrete». American Mineralogist. 102 (7): 1435–1450. ISSN 0003-004X. doi:10.2138/am-2017-5993CCBY
Ligações externas
- Tobermorita, webmineral.com.
- Manual de tobermorita, Mineral Data Publishing.
