Partido Popular Suíço
A União Democrática do Centro ou Partido Popular Suíço (em francês, Union démocratique du centre, UDC; em italiano, Unione Democratica di Centro, UDC; em alemão, Schweizerische Volkspartei, SVP, e, em romanche, Partida Populara Svizra, PPS, sendo que, nos dois últimos casos, a tradução literal é "partido popular suíço") é um partido político da Suíça, ideologicamente conservador e economicamente liberal.
| União Democrático do Centro Partido Popular Suiço Schweizeirische Volkspartei Union Democrátique du Centre Unione Democratica di Centro Partida Populara Svizra | |
|---|---|
![]() Partido Popular Suíço | |
| Presidente | Albert Rösti |
| Vice-Presidentes | Thomas Aeschi, Céline Amaudruz, Oskar Freysinger |
| Membros no Conselho Federal |
Ueli Maurer, Guy Parmelin |
| Fundação | 22 de setembro de 1971 |
| Sede | Brückfeldstrasse 18 CH-3001, Berna, Suíça |
| Ideologia | Nacionalismo[1] Conservadorismo[2][3] Populismo de direita[4][5][6] Agrarianismo[7][8] Liberalismo económico[3] Euroceticismo[9] Isolacionismo[10] Oposição à imigração[11] Conservadorismo social[12] |
| Espectro político | Direita[13] a Extrema-direita[14][15][16][17] |
| Ala de juventude | PPS jovem |
| Ala LGBT | GaySVP[18] |
| Membros (2015) | 90 000[19] |
| Conselho Federal |
2 / 7 |
| Conselho dos Estados |
6 / 46 |
| Conselho Nacional |
53 / 200 |
| Executivos Cantonais |
25 / 154 |
| Assembleias Cantonais |
539 / 2 609 |
| Executivos Comunais |
151 / 1 146 |
| Assembleias Comunais |
824 / 5 403 |
| Cores | Verde |
| Slogan | Qualidade suíça, o partido da classe média |
| Página oficial | |
| https://www.svp.ch/partei/ | |
História
Origem
Foi fundado em 1971, resultante da fusão do Partido dos Agricultores, Artesãos e Comerciantes, mais conhecido como Partido Agrário, com os partidos Democratas dos cantões de Glarus e Grisões.
Ascensão
Desde sua fundação até 1991, o SVP sempre teve sua votação na casa dos 11%, sendo sempre o quarto partido da Federação Suíça. Porém, a partir dos anos 1990, apoiado em um discurso mais contundente, o partido obteve ganhos extraordinários a cada eleição, até se tornar o maior partido em 2003 e obter a maior votação já alcançada por um partido político em toda história helvética, ao atingir 28,9% em 2007.[20]
Política
O SVP adere ao conservadorismo nacional, visando a preservação da soberania política da Suiça. Além disso, o partido promove o princípio da responsabilidade individual e é cético em relação a qualquer expansão dos serviços governamentais. Essa postura é mais evidente na rejeição da adesão da Suíça à União Europeia, a rejeição da participação militar no exterior, e pela rejeição dos aumentos nos gastos do governo com a previdência social e educação.
O discurso partidário concentra-se em questões de política externa, imigração e política de segurança interna, política fiscal e previdência social. Entre os opositores políticos, o SVP ganhou uma reputação como um partido que mantém uma postura linha-dura sendo constantemente, classificado como um partido de extrema-direita.
Economia
O SVP prega a redução da carga tributária e controle rígido dos gastos governamentais.
Imigração
A sua política de imigração tem por objetivo tornar mais rigorosas as leis de asilo e reduzir a imigração. O SVP alerta para o peso da imigração no sistema de bem-estar social e critica a alta proporção de estrangeiros entre os beneficiários de seguro da Assistência Social e outros programas sociais. Segundo a opinião do partido, o montante dessas prestações constituem desperdício de dinheiro dos contribuintes.
O SVP tem sido um feroz crítico do Islã, pregando a diminuição da imigração de muçulmanos para a Suiça. Em 2009, o partido propôs um plebiscito sobre a proibição da construção de minaretes. A proposta foi aprovada por 57% dos votantes.[21]
No ano seguinte, o SVP patrocinou o plebiscito que pedia a expulsão imediata de imigrantes condenados por crimes. A proposta foi aprovada por 53% dos eleitores.[22]
O partido é constantemente acusado, por seus adversários e pela imprensa, de ser xenofóbico. Mas defende-se, alegando que apenas combate os estrangeiros criminosos e aqueles que não querem se integrar à cultura helvética. A seu favor nesta questão, conta com uma atratividade cada vez maior entre jovens estrangeiros, os chamados secondos (denominação comum à segunda geração de estrangeiros).[23]
Resultados Eleitorais
Eleições legislativas
| Data | CI. | Votos | % | +/- | Conselho dos Estados |
+/- | Conselho Nacional |
+/- |
|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
| 1971 | 4.º | 220 487 | 11,1 / 100,0 |
5 / 44 |
23 / 200 |
|||
| 1975 | 4.º | 192 053 | 9,9 / 100,0 |
5 / 44 |
21 / 200 |
|||
| 1979 | 4.º | 212 705 | 11,6 / 100,0 |
5 / 44 |
23 / 200 |
|||
| 1983 | 4.º | 217 166 | 11,1 / 100,0 |
5 / 46 |
23 / 200 |
|||
| 1987 | 4.º | 213 253 | 11,0 / 100,0 |
4 / 46 |
25 / 200 |
|||
| 1991 | 4.º | 243 268 | 11,9 / 100,0 |
4 / 46 |
25 / 200 |
|||
| 1995 | 4.º | 283 902 | 14,9 / 100,0 |
5 / 46 |
29 / 200 |
|||
| 1999 | 1.º | 440 159 | 22,6 / 100,0 |
7 / 46 |
44 / 200 |
|||
| 2003 | 1.º | 560 750 | 26,7 / 100,0 |
8 / 46 |
55 / 200 |
|||
| 2007 | 1.º | 672 562 | 28,9 / 100,0 |
7 / 46 |
62 / 200 |
|||
| 2011 | 1.º | 648 675 | 26,6 / 100,0 |
5 / 46 |
54 / 200 |
|||
| 2015 | 1.º | 740 954 | 29,4 / 100,0 |
5 / 46 |
65 / 200 |
|||
| 2019 | 1.º | 620 343 | 25,6 / 100,0 |
6 / 46 |
53 / 200 |
Eleições para o Conselho Federal
| Data | Conselheiros Federais |
+/- |
|---|---|---|
| 1971 | 1 / 7 |
|
| 1973 | 1 / 7 |
|
| 1975 | 1 / 7 |
|
| 1977 | 1 / 7 |
|
| 1979 | 1 / 7 |
|
| 1982 | 1 / 7 |
|
| 1983 | 1 / 7 |
|
| 1984 | 1 / 7 |
|
| 1986 | 1 / 7 |
|
| 1987 | 1 / 7 |
|
| 1989 | 1 / 7 |
|
| 1991 | 1 / 7 |
|
| 1993 | 1 / 7 |
|
| 1995 | 1 / 7 |
|
| 1998 | 1 / 7 |
|
| 1999 | 1 / 7 |
|
| 2000 | 1 / 7 |
|
| 2002 | 1 / 7 |
|
| 2003 | 2 / 7 |
|
| 2006 | 2 / 7 |
|
| 2007 | 2 / 7 |
|
| 2008 | 1 / 7 |
|
| 2009 | 1 / 7 |
|
| 2010 | 1 / 7 |
|
| 2011 | 1 / 7 |
|
| 2015 | 2 / 7 |
|
| 2017 | 2 / 7 |
|
| 2018 | 2 / 7 |
|
| 2019 | 2 / 7 |
Ligações externas
Referências
- «Switzerland election: Victory for nationalist Swiss People's Party». Belfast Telegraph. 19 de outubro de 2015
- Skenderovic 2009, p. 124: "... and prefers to use terms such as 'national-conservative' or 'conservative-right' in defining the SVP. In particular, 'national-conservative' has gained prominence among the definitions used in Swiss research on the SVP".
- Geden 2006, p. 95.
- Skenderovic 2009, pp. 9, 123–172.
- Mazzoleni, Oskar (2007), «The Swiss People's Party and the Foreign and Security Policy Since the 1990s», Ashgate, Europe for the Europeans: The Foreign and Security Policy of the Populist Radical Right, p. 223
- Switzerland: Selected Issues (EPub). [S.l.]: International Monetary Fund. 10 de junho de 2005. pp. 97–. ISBN 978-1-4527-0409-8. Consultado em 19 de julho de 2013
- Svante Ersson; Jan-Erik Lane (28 de dezembro de 1998). Politics and Society in Western Europe. [S.l.]: SAGE. pp. 108–. ISBN 978-0-7619-5862-8. Consultado em 17 de agosto de 2012
- Aleks Szczerbiak; Paul Taggart (2008). Opposing Europe?: The Comparative Party Politics of Euroscepticism: Volume 2: Comparative and Theoretical Perspectives. [S.l.]: Oxford University Press. pp. 70–. ISBN 978-0-19-925835-2
- Alexandre Afonso. «What does the Swiss immigration vote mean for Britain and the European Union?». Political Studies Association
- Skenderovic 2009, pp. 124, 131, 156, 168.
- «Anti-immigration SVP wins Swiss election in big swing to right». BBC News. 19 de outubro de 2015. Consultado em 19 de outubro de 2015
- «Switzerland - Political parties». Norwegian Centre for Research Data. Consultado em 27 de março de 2019
- «Political Parties». Swissinfo. 3 de fevereiro de 2011. Consultado em 12 de abril de 2016
- (em francês) Marc Deleplace, Les discours de la haine : récits et discours de la passion dans la cité, Presses universitaires du Septentrion, 2009, page 321
- (em francês) Jean-Guy Prévost, L'extrême droite en Europe: France, Autriche, Italie, Editions Fides, 2004, page 11
- (em francês) Pierre Blaise et Patrick Moreau (dir.), « Suisse » et « UDC » Extrême droite et national-populisme en Europe de l'Ouest: analyse par pays et approches transversales, CRISP, Belgique, 2004
- (em francês) Marcel Burger, Gilles Lugrin, Raphaël Micheli et Stéphanie Pahud, « Linguistiques et manipulation. Le cas d'une campagne de l'extrême droite en Suisse »[ligação inativa], Suisse, laboratoire politique européen ?, ENS Editions, n°86 juillet 2006
- «Gruppe Gays in der SVP». gaysvp.ch. Consultado em 8 de maio de 2017
- The Swiss Confederation — A Brief Guide. [S.l.]: Federal Chancellery. 2015. p. 18. Consultado em 14 de dezembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 20 de dezembro de 2016
- «Record poll win for Swiss right»
- «Suíça aprova proibição dos Minaretes»
- «Suiça aprova expulsão de imigrantes criminosos»
- «Direita conservadora atrai cada vez mais estrangeiros»
