Zona Arqueológica de Agrigento

A Zona Arqueológica de Agrigento ou Vale dos Templos é um sítio arqueológico em Agrigento, Sicília, Itália.[1] É um dos mais impressionantes exemplos de arte e arquitetura grega e uma das principais atrações da Sicília, bem como monumento nacional italiano. A área foi incluída como Patrimônio Mundial da UNESCO em 1997. Muito da escavação e restauração dos templos foi feita graças a esforços do arqueólogo Domenico Lo Faso Pietrasanta, que foi Duque de Serradifalco de 1809 a 1812

Zona Arqueológica de Agrigento 

Templo de Concórdia

Tipo Cultural
Critérios i, ii, iii, iv
Referência 831
Região Europa e América do Norte
Países  Itália
Coordenadas 🌍
Histórico de inscrição
Inscrição 1997

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

Parque Arqueológico e Paisagístico do Vale dos Templos

Geral

Templo de Juno

O Vale inclui vestígios de sete templos, todos em estilo dórico. Os templos são:

  • Templo de Juno, construído no século V a.C. e queimado em 406 a.C. pelos cartagineses. Geralmente usado para celebrações de casamentos.
  • Templo de Concórdia, cujo nome vem da inscrição em latim encontrada na região, e que também foi construído no século V a.C. Transformado em uma igreja no século VI é hoje, uma das mais preservadas do vale.
  • Templo de Héracles, que foi um dos mais venerados na Grécia Antiga. É o mais antigo do vale; destruído por um terremoto, hoje existem somente oito colunas.
  • Templo de Zeus Olímpico, construído em 480 a.C. a fim de celebrar a vitória sobre a cidade-estado de Cartago. É caracterizado pelo uso de atlas de grandes escalas.
  • Templo de Castor e Pólux. Apesar de restarem somente quatro colunas, hoje é o símbolo da moderna Agrigento.
  • Templo de Vulcano, também datado do século V a.C. Acredita-se que foi a construção mais imponente do vale; hoje é uma das mais destruídas.
  • Templo de Asclépio, localizado longe das antigas muralhas da cidade; era o local que os peregrinos procuravam para cura das doenças.

O Vale também é onde encontra-se a Tumba de Terone, um grande monumento em formato piramidal; estudiosos acreditam que foi construído a fim de homenagear os romanos mortos na Segunda Guerra Púnica.

Templo de Juno Lacínia

Datado de cerca de 450 a.C., medindo 38.15 X 16.90 m: feito em estilo dórico, com um períptero de 6 colunas precedidas por um pórtico e um opistódomo. O pavimento tem quatro níveis.

Restos da construção consistem de uma coluna frontal com partes de uma arquitrave e do friso. Somente fragmentos dos três outros lados ainda existem, com poucos elementos da cela. A construção foi danificada por um incêndio em 406 a.C. e restaurada na época dos Romanos, com a substituição do teto de mármore e a adição de uma escada íngreme onde hoje podem ser avistados restos do altar.

Nas proximidades temos um arcossólio e outras sepulturas da época Bizantina, que são provenientes da renovação do Templo de Concórdia realizada no século VI, transformando-o em uma igreja católica.

Templo de Concórdia

Templo de Concórdia
Planta do Templo de Concórdia

Graças a seu bom estado de preservação, o Templo de Concórdia está ranqueado entre as mais notáveis construções da civilização da Grécia Antiga ainda existente. Ele possui uma perístase de 6 X 13 colunas construídas sobre um pavimento de 39.44 x 16.91 m; cada coluna Dórica tem 20 sulcos e uma leve entasis, sobremontada por uma arquitrave com tríglifos e métopas; também perfeitamente preservados são os tímpanos. A cela, precedida por um pronau, é acessada por um simples passo; também possui pilones com as escadas o que os permite alcançar o teto e, sobre as paredes da cela e dos blocos da tablatura da perístase, os orifícios da viga de madeira. O exterior e interior do templo são cobertos por estuque policromático. A moldura superior tem calhas com prótomos em formato de leão, enquanto o teto é coberto por ladrilhos de mármore.

Quando o templo tornou-se uma igreja a entrada foi movida para a parte traseira, e a parede traseira da cela foi destruída. Os espaços entre as colunas foram fechados, enquanto 12 aberturas em arco foram criadas na cela, a fim de se obter uma estrutura com uma nave e duas ilhas. O altar pagão foi destruído e as sacristias foram esculpidas nos cantos leste. As sepulturas visíveis dentro e fora do templo datam da Alta Idade Média.

Templo de Asclépio

O Templo de Asclépio está localizado na meio da Planta de São Gregório. A sua identificação é baseada na menção de Políbio, que atesta que o templo era "em frente à cidade", uma milha fora dela. Entretanto, como a atual distância não corresponde e o tamanho da construção é relativamente pequeno, pesquisadores não acreditam nesta descrição.

O pequeno templo, datado provavelmente do século V a.C. e medindo 21.7 x 10.7 m, ergue-se sobre uma base com três pavimentos. A sua peculiaridade é o opistódomo falso com duas semicolunas do lado externo da cela traseira. Possui prótomos com formato de leões, um friso e um frontão de geison.

O santuário abriga uma estátua de bronze de Apolo, de Míron, um presente de Cipião Africano à cidade, que foi roubada por Caio Verres.[2]

Templo de Héracles

Vestígios do Templo de Héracles

O nome tradicional deste templo vem de outra menção de Cícero[3] sobre um templo dedicado ao herói clássico "não longe do fórum"; entretanto nunca foi provado que sua localização era onde se acredita.

Estilisticamente, o templo pertence aos últimos anos do século VI a.C.. Também acredita-se que este templo foi o primeiro construído no reinado de Terone. O entablamento, que teve algumas partes encontradas seria dos anos 470-460 ou do meio do século V a.C.. Uma hipótese é de que o templo começou a ser construído antes da Batalha de Hímera, sendo completada somente nas décadas seguintes. Polieno menciona o templo de Atenas sendo construído no reinado de Terone, fora da cidade, e que poderia ser identificado como sendo o de "Hércules".

Olimpeu

Do outro lado da estrada, através do Portão Dourado da cidade antiga, há um plano comandado pelo enorme Olimpeu (Olympeion). Inclui-se a plateia com um templo grande em homenagem a Zeus, mais outras áreas ainda sob estudo. Isso inclui um santuário, com vestígios da uma praça pavimentada, um sacelo e um tolo. Após outro portão, temos um santuário de deidades ctónicas, chamado de colimbetra (onde havia outro portão, hoje desaparecido) e indícios de onde outro santuário era localizado, com o Templo de Vulcano.

A atração principal do complexo de Olimpeu é o enorme templo de Zeus Olímpico, que foi descrito com palavras entusiasmadas por Diodoro Sículo e mencionado por Políbio.[4] Hoje está reduzido a ruínas devido a sua destruição, que começou na antiguidade e continuou através do século XVIII, quando o templo foi usado como pedreira para a construção do porto de Porto Empedocle.

Templo do Dioscuro

Ao norte do Templo L há as ruínas do Templo de Castor e Pólux, que é de fato uma reconstrução moderna do século XIX, criada através de fragmentos de vários outros templos. Ele inclui quatro colunas e um entablamento montado sobre os achados de um templo originário de 31 X 13.39 m, e que teria perípteros Dóricos com 6 X 13 colunas e datado de cerca de meados do século V a.C.

À esquerda, o Templo da Concórdia. À direita, o Templo de Hércules.

Templo de Vulcano

Do outro lado do vale está o ápice da colina, comandado pelos vestígios do Templo de Vulcano. É uma construção em estilo Dórico, do século V a.C., com um sacelo arcaico, encrustado em uma cela do estilo clássica. O sacelo mede 13.25 X 6.50 metros; sua decoração, datada de cerca de 560−550 a.C., foi recentemente reconstruída. O templo clássico, com perípteros Dóricos, medindo 43 x 20.85 metros, ergue-se de um krepidoma de quatro pavimentos e tem 6 x 13 colunas; datado por volta de 430 a.C.

Referências

  1. «Parco Archeologico della Valle dei Templi, Agrigento - Sito Ufficiale». Parco della Valle dei Templi (em italiano). Consultado em 9 de outubro de 2020
  2. Cicero, Verrinae, II 4, 93.
  3. Cicero, Verrinae, II 4,94
  4. IX 27,9.

Ligações externas

This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.