Abadia de Fountains
A Abadia das Fontes (Fountains Abbey), no North Yorkshire, Inglaterra, é um mosteiro cisterciense fundado em 1132 e actualmente em ruínas. A Abadia das Fontes é uma das maiores e mais bem preservadas abadias cistercienses de Inglaterra, classificado como edifício de 1º grau e actualmente propriedade do National Trust. Em conjunto com o adjacente Parque Real de Studley, é Património Mundial da UNESCO.
Parque Real de Studley com as Ruínas da Abadia de Fountains ★
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|---|---|
![]() A abadia vista de leste | |
| Tipo | Cultural |
| Critérios | i, iv |
| Referência | 372 |
| Região ♦ | Europa e América do Norte |
| Países | |
| Coordenadas | 🌍 |
| Histórico de inscrição | |
| Inscrição | 1986 |
★ Nome usado na lista do Património Mundial ♦ Região segundo a classificação pela UNESCO | |
História
A Abadia das Fontes foi fundada em 1132, na sequência de desavenças e motins na Abadia de Santa Maria, em Iorque. Na sequência da revolta, foram exilados treze monges que, depois de frustradas tentativas de regresso à Ordem Beneditina, do princípio do século VI, foram acolhidos por Turstano, Arcebispo de Iorque. O Arcebispo cedeu-lhes uma parte do vale do Rio Skell, que possuía todos os materiais necessários para a construção de um mosteiro, nomeadamente pedra e madeira, e uma fonte de água corrente.[1] Os monges solicitaram a sua entrada na Ordem de Cister em 1132.
A Abadia funcionou durante mais de 400 anos, até 1539, quando Henrique VIII ordenou a "dissolução dos mosteiros". Os edifícios da Abadia e mais de 2 Km2 de terras foram vendidos pela Coroa no dia 1 de Outubro de 1540 a Sir Richard Gresham, um mercador de Londres, pai do fundador da Bolsa de Londres, Sir Thomas Gresham.[1]
Arquitectura

A construção da Abadia começou em 1132, com pedras extraídas localmente, e foi objecto de um grande número de ampliações e alterações em períodos posteriores, que provocaram desvios em relação ao austero estilo arquitectónico cisterciense.
A igreja fica a curta distância do rio Skell, na margem norte, e os edifícios da abadia prolongam-se até ao rio e por cima deste. Contíguo à parte sul da igreja, está o claustro donde, a partir da ala leste, se pode aceder à sala do capítulo e ao calefatório, bem como ao refeitório e cozinha, a partir da ala sul. Em paralelo à ala oeste, desenvolve-se uma imensa estrutura de dois pisos suportada em arcos, incorrectamente denominada "claustros", que servia de armazém, celeiro e adega no piso térreo e de dormitório dos conversi (irmãos leigos, responsáveis pelas tarefas agrícolas e pelas tarefas seculares da abadia). Na esquina sudoeste estavam instalados as latrinas, construídas como usualmente, por cima de um curso de água corrente. O dormitório dos monges ocupava o seu lugar habitual, por cima da sala do capítulo.
Algumas peculiaridades da construção incluíam a posição da cozinha, entre o refeitório e o calefatório, e da enfermaria (a menos que haja qualquer erro com a designação), sobre o rio, na zona oeste, junto com as casas de hóspedes. Adicionalmente, é de notar o coro de grande comprimento, cuja construção foi iniciada pelo Abade John of York (1203–1211) e continuada pelo seu sucessor, terminando num transepto oriental, obra do Abade John of Kent (1220–1247) e numa torre, adicionada pouco antes da dissolução pelo Abade Huby (1494-1526), numa posição pouco habitual, no extremo norte do transepto norte
O conjunto edificado e o carácter dos edifícios tem pouco que ver com um corpo de religiosos trabalhadores, comprometidos a uma vida de pobreza e renúncia. Nas palavras de Dean Milman, "o 'superior', antigamente um homem curvado pela humildade, pálido, emaciado, com um hábito pobre preso por uma corda, de pés descalços, transformara-se no 'abade' montado no seu cavalo de sela, ricamente vestido com a sua cruz de prata ao peito, viajando para tomar o seu lugar entre os poderosos da região.[2] Contudo, apesar da transformação mundana sofrida por abades e monges, os agricultores e visitantes dos mosteiros católicos ingleses acabariam por lamentar a sua perda, bem como a violenta imposição do protestantismo, que se seguiu.[3]
National Trust
A Abadia das Fontes é monumento classificado pelo English Heritage, e propriedade do National Trust. Encontra-se adjacente a outra propriedade do National Trust, o Parque Real de Studley (Studley Royal Water Garden), com o qual é conjuntamente promovido. O National Trust também é dono de Fountains Hall, que pode ser parcialmente visitado pelo público.
Galeria de imagens
Exterior de Fountains Abbey vista de sudoeste
Exterior de Fountains Abbey, focada na torre
Marcas de pedreiro na Casa do Capítulo
O celeiro dos monges

Referências
- Sítio internet do National Trust. «História de Fountain Abbey». Consultado em 25 de agosto de 2008
- Dean Milman, Lat. Christ. vol. iii. p. 330."
- "William Cobbett, A History of the Protestant Reformation in England and Ireland", 1826
Ligações externas
- «Sítio internet de Fountains Abbey»
- «Catholic Encyclopedia»
- «Fountains Abbey e o Studley Royal Water Garden no sítio internet do National Trust»
- «Lista do Património Mundial da UNESCO: Studley Royal Park incluindo as ruínas de Fountains Abbey»
- «Walbran's Guide to Ripon, Fountains Abbey and Places in the Vicinity, 1876»: "Fountains Abbey: An Historical Introduction"


