Bartonelose
Bartonelose se refere às doenças infecto-contagiosas causadas por bactérias do gênero Bartonella. Bartonellas são bactérias gram-negativas, flageladas (10 ou mais flagelos), intracelulares facultativas, aeróbias obrigatórias e oportunistas. Usam artrópodes que se alimentam de sangue, como pulgas, mosquitos e carrapatos, como vetores.[1] A transmissão da doença para humanos se dá através da arranhadura ou mordedura de cães e gatos e, mais raramente, pela arranhadura em espinhos, lascas de madeira, dentre outros[2].
| Bartonellosis | |
|---|---|
![]() Bartonelose | |
| Especialidade | infecciologia |
| Classificação e recursos externos | |
| CID-10 | A44 |
| CID-9 | 088.0 |
| CID-11 | 1938462328 |
| DiseasesDB | 1249 |
| eMedicine | med/212 |
| MeSH | D001474 |
Classificação
Cada espécie de Bartonela causa uma doença diferente[3][4]:
| Espécie de Bartonella | Portador | Doenças |
|---|---|---|
| Bartonella bacilliformis | humanos | verruga peruana (doença de Carrion) |
| Bartonella quintana | humanos | Febre das Trincheiras, bacteremia, angiomatose bacilar, endocardite |
| Bartonella henselae | gatos | Doença da arranhadura do gato, bacteremia, angiomatose bacilar, endocardite |
| Bartonella elizabethae | roedores | Endocardite |
| Bartonella grahamii | ??? | Retinite |
| Bartonella vinsoni | cachorros | Endocardite e bacteremia |
| Bartonella washonsis | roedores | Miocardite |
| Bartonella clarridgiae | gatos | Bacteremia |
| Bartonella rochalimae | humanos | Síndrome similar à verruga peruana |
Epidemiologia
A bartonelose é uma zoonose encontrada apenas no vales das montanha Andinas no Peru, Equador, Colômbia, Chile e Bolívia, local do habitat do vetor, a Lutzomyia verrucarum.
Fisiopatologia
Após atingirem o sistema retículo-endotelial e a corrente circulatória, parasitam as hemáceas, levando a anemia hemolítica, que pode comprometer até 90% das células em casos graves.
Pacientes que sobrevivem à fase aguda podem ou não desenvolver sintomas cutâneos, caracterizados pelo aparecemento de lesões hemangiomatosas.
O período de incubação varia de 2 a 14 semanas.
Tratamento
Dependendo da espécie muitos antibióticos podem ser usados, inclusive macrolídios e tetraciclinas. Imunodeprimidos devem ser tratados com gentamicina, rifampicina ou ciprofloxacina para evitar bacteriemias. Algumas cepas de B. henselae são resistentes a penicilina, amoxicilina e similares.[5]
Referências
- Walker DH (1996). Rickettsiae. In: Barron's Medical Microbiology (Barron S et al., eds.) (4th ed.). Univ of Texas Medical Branch. ISBN 0-9631172-1-1.
- Todeschini Pires de Albuquerque, Karina (2002). «Doença de Arranhadura do Gato». Revista Médica do H.S.E. Consultado em 8 de novembro de 2019
- http://emedicine.medscape.com/article/213169-overview
- acomo V, Kelly PJ, Raoult D (2002). "Natural history of Bartonella infections (an exception to Koch's postulate)". Clin. Diagn. Lab. Immunol. 9 (1): 8–18. doi:10.1128/CDLI.9.1.8-18.2002. PMC 119901. PMID 11777823.
- Rolain JM, Brouqui P, Koehler JE, Maguina C, Dolan MJ, Raoult D (2004). "Recommendations for treatment of human infections caused by Bartonella species". Antimicrob. Agents Chemother. 48 (6): 1921–33. doi:10.1128/AAC.48.6.1921-1933.2004. PMC 415619. PMID 15155180.
