Coroa Imperial do Brasil

A Coroa do Império do Brasil, mais conhecida como Coroa de Dom Pedro II, é a coroa fabricada para uso do Imperador do Brasil Dom Pedro II em 1841 como parte das Joias do Império do Brasil. Após a proclamação da República, fez parte do Tesouro Nacional e, atualmente, faz parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis. Substituiu a coroa de Dom Pedro I e fez parte do antigo Brasão de armas do Brasil até 1889. Em 1935, por meio da lei nº 25, de 14 de fevereiro,[1] passou a ser propriedade do Estado brasileiro.[2]

Padrão com a coroa real ( que vigorou de 18 de setembro a 1 de dezembro de 1822) e com a coroa imperial.
A Coroa de D. Pedro II
Coroa Imperial do Brasil

A coroa imperial em exibição no Museu Imperial
Representação Heráldica
Detalhes
Nação Império do Brasil
Peso 1,9 kg
Data de criação 1841
Proprietário(a) A Coroa (pessoa jurídica) (1841-1889)
A União (1889-1930)
Família Orleães e Bragança (1930-1935)
A União (1935-atualidade)
Localização Museu Imperial
Pedras Preciosas 639 diamantes; 77 pérolas.
Composição Ouro
Valor monetário aproximado 1 milhão de dólares

Fabricação

A Coroa de Dom Pedro II foi fabricada por Carlos Martin, um ourives estabelecido à Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, e foi pronta e exibida em público no dia 8 de julho de 1841 sobre uma almofada de seda branca e coberta por uma redoma de cristal poucos dias antes da coroação de Dom Pedro II, realizada em 18 de julho do mesmo ano.

Para a confecção da coroa foram aproveitados os brilhantes da coroa de seu pai D. Pedro I, e um fio de pérolas, também herança paterna de D. Pedro I. Depois de proclamada a República, a Coroa Imperial foi guardada no Tesouro Nacional, lá permanecendo até 1943, quando foi transferida ao recém-criado Museu Imperial de onde, desde então, nunca saiu.

Em selo postal de 1887.

Descrição

Toda a armação da coroa é trabalhada em ouro. A base da coroa suporta oito semiarcos encimados por uma cruz formando um Globus cruciger. A Coroa tem 0,310 m de altura, 0,205 m de diâmetro, pesa quase 1.955 g e é decorada com 639 brilhantes e 77 pérolas. Entre 1988 e 1989, a CEF fez a última perícia na coroa imperial, que avaliaram a peça em um milhão de dólares.[3]

Briga Judicial

Após o dia 15 de novembro, a Princesa Isabel foi impedida de herdar as Joias do Império do Brasil, que incluíam a Coroa Imperial, e logo abriu um processo contra a União, que só foi terminado em 1930, quando Isabel já havia falecido, com ganho judicial por parte dos descendentes de Pedro II. Em 1935, a compra das peças foi autorizada. O Governo Brasileiro teve de indenizar a família em 1.140:149$600 réis. Em comparação, hoje seriam necessários 17 milhões de reais.[4]

A família decidiu que não guardaria a peça, já que ao seu ver era parte da história nacional.[4]

Cerimonial heráldico

Estudiosos tanto da heráldica quanto da vexilologia brasileira mencionam para se atentar para uma regra crucial na heráldica da coroa brasileira que consiste numa diferenciação: quando a coroa for da composição heráldica do Brasão de armas, posta em cima do escudo, o forro da coroa deve ser em goles, que em linguagem heráldica é o vermelho, mas quando se tratar do desenho físico da coroa o forro será na cor verde.[5][6]

Milton Luz,[nota 1] na obra A História dos Símbolos Nacionais, pelas edições do Senado Federal, em 2005, assim se expressa com a seguinte literatura:

Ver também

Notas e referências

Notas

            Referências

            1. LEI Nº 25, DE 14 DE FEVEREIRO DE 1935. Autoriza o Poder Executivo a entrar em accôrdo com os herdeiros do ex-Imperador do Brasil, D. Pedro II. para acquisição da corôa imperial e dá outras providencias.Portal da Câmara dos Deputados. Acesso em 16 de junho de 2021.
            2. «As Coroas - Museu Imperial»
            3. «Depois de denúncia, a coroa do Imperador vai ser periciada»
            4. Rezzutti, Paulo (2019). D. Pedro II : o último imperador do novo mundo revelado por cartas e documentos inéditos. São Paulo, SP: LeYa. p. 136
            5. LUPONI, Artur (1942). Os Símbolos Nacionais. Rio de Janeiro, Ministério da Educação
            6. RIBEIRO, Clovis (1933). Brazões e Bandeiras do Brasil. São Paulo: Limitada
            7. Luz, Milton. A História dos Símbolos Nacionais. Edições do Senado Federal, 2005, página 67
            8. NORBERTO,Joaquim. Memória Histórica da Bandeira Nacional. IN: Revista do IHGB. Vol.53, 1ª parte, p. 250


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