Eleições estaduais em Santa Catarina em 1950
As eleições estaduais em Santa Catarina em 1950 ocorreram 3 de outubro como parte das eleições no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima.[1] Neste dia foram eleitos o governador Irineu Bornhausen[nota 1] e o senador Gomes de Oliveira, além de nove deputados federais e trinta e nove deputados estaduais.
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| Eleições estaduais em | ||||||
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| 3 de outubro de 1950 (Turno único) | ||||||
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| Candidato | Irineu Bornhausen | Udo Deeke | ||||
| Partido | UDN | PSD | ||||
| Natural de | Itajaí, SC | Blumenau, SC | ||||
| Vice | [nota 1] | [nota 1] | ||||
| Votos | 147.074 | 119.667 | ||||
| Porcentagem | 55,13% | 44,87% | ||||
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Resultado por município (52)
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Titular Eleito | ||||||
Nascido em Itajaí, Irineu Bornhausen foi despachante aduaneiro na Companhia Nacional de Navegação, comerciante e industrial.[2] Cunhado de Adolfo Konder e Vítor Konder, elegeu-se vereador em sua cidade natal em 1923 pelo Partido Republicano Catarinense. Reeleito em 1927, tornou-se presidente da Câmara Municipal e três anos depois foi eleito prefeito, mas não assumiu por causa da Revolução de 1930.[3] Seis anos mais tarde elegeu-se prefeito de Itajaí e dessa vez assumiu o mandato, renunciando ao mesmo em 1939, já sob a vigência do Estado Novo.[3] Com o esgarçamento da Era Vargas, ingressou na UDN, presidindo o diretório estadual em diferentes ocasiões. Derrotado por Aderbal Ramos da Silva ao disputar o governo catarinense em 1947, mas foi eleito governador em 1950 para um mandato de cinco anos ao derrotar o engenheiro civil Udo Deeke.[4][nota 2]
Natural de Joinville, o advogado Gomes de Oliveira formou-se em 1918 pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Exerceu sua profissão no regresso à sua cidade, onde fundou O Correio de Joinville. Neste jornal, manifestou-se em prol da Reação Republicana, coligação favorável a Nilo Peçanha na eleição presidencial de 1922, vencida por Artur Bernardes. A seguir apoiou os movimentos tenentistas, cujo estopim foi a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, sendo preso em razão de suas convicções.[5] Eleito deputado estadual em 1926, reelegeu-se quatro anos depois, mas não tomou posse devido a Revolução de 1930. Eleito deputado federal três anos depois, ajudou na elaboração da Constituição de 1934.[6][7] Reeleito em 1935, teve o mandato extinto pelo Estado Novo e afastou-se da política, sendo eleito senador via PTB em 1950.[8]
Resultado da eleição para governador
| Candidatos a governador do estado | Candidatos a vice-governador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Irineu Bornhausen UDN | Não havia - | - | UDN (sem coligação) | 147.074 | 55,14% |
| Udo Deeke PSD | Não havia - | - | PSD (sem coligação) | 119.667 | 44,86% |
Resultado da eleição para senador
| Candidatos a senador da República | Candidatos a suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Gomes de Oliveira PTB | Ver abaixo - | - | PTB (sem coligação) | 144.533 | 56,37% |
| Nereu Ramos[nota 3] PSD | Ver abaixo - | - | PSD (sem coligação) | 111.879 | 43,63% |
Resultado da eleição para suplente de senador
| Candidatos a suplente de senador | Candidatos a senador da República | Número | Coligação | Votação | Percentual |
|---|---|---|---|---|---|
| Antenor Taulois de Mesquita PTB | Ver acima - | - | PTB (sem coligação) | 142.983 | 56,11% |
| João Davi Ferreira Lima PSD | Ver acima - | - | PSD (sem coligação) | 111.855 | 43,89% |
Deputados federais eleitos
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[9][10]
| Deputados federais eleitos | Partido | Votação | Percentual | Cidade onde nasceu | Unidade federativa |
| Saulo Ramos | PTB | 21.848 | 7,85% | Lages | |
| Jorge Lacerda | UDN | 17.991 | 6,46% | Paranaguá | |
| Joaquim Ramos | PSD | 16.499 | 5,93% | Lages | |
| Leoberto Leal | PSD | 15.381 | 5,52% | Tijucas | |
| Nereu Ramos[nota 3] | PSD | 14.513 | 5,43% | Lages | |
| Wanderley Júnior | UDN | 14.023 | 5,04% | Curitiba | |
| Waldemar Rupp | UDN | 13.552 | 4,87% | Campos Novos | |
| Plácido Olímpio | UDN | 12.987 | 4,66% | Campo Alegre | |
| Agripa Faria | PSD | 12.295 | 4,41% | Campos dos Goytacazes | |
| Fonte:[1] | |||||
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Deputados estaduais eleitos
Deputados eleitos para a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. (39 vagas)
Notas
- O cargo de vice-governador foi instituído em Santa Catarina em 31 de janeiro de 1956.
- Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina fixaram em cinco anos o mandato de seus governadores, enquanto os onze estados remanescentes fixaram o mesmo em quatro anos.
- Os dispositivos da Lei Agamenon Magalhães permitiam a candidatura a mais de um cargo eletivo no mesmo pleito, sinecura derrubada pelo Regime Militar de 1964. No presente caso, Nereu Ramos perdeu a eleição para senador, mas conquistou um mandato de deputado federal.
Referências
- BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 22 de novembro de 2017
- BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Irineu Bornhausen». Consultado em 18 de setembro de 2022
- BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Irineu Bornhausen no CPDOC». Consultado em 18 de setembro de 2022
- BRASIL. Memória Política de Santa Catarina. «Biografia de Udo Deeke». Consultado em 18 de setembro de 2022
- BRASIL. Fundação Getúlio Vargas. «Biografia de Gomes de Oliveira no CPDOC». Consultado em 19 de setembro de 2022
- BRASIL. Memória Política de Santa Catarina. «Biografia de Gomes de Oliveira». Consultado em 19 de setembro de 2022
- BRASIL. Presidência da República. «Constituição de 1934». Consultado em 19 de setembro de 2022
- BRASIL. Senado Federal. «Biografia do senador Gomes de Oliveira». Consultado em 19 de setembro de 2022
- «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 15 de outubro de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- BRASIL. Presidência da República. «Lei n.º 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 15 de outubro de 2017
Bibliografia
- Piazza, Walter: O poder legislativo catarinense: das suas raízes aos nossos dias (1834 - 1984). Florianópolis: Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, 1984.



