Golpe de Estado no Egito em 2013

O Golpe de Estado no Egito em 2013 ocorreu quando o governo do então presidente do Egito, Mohamed Mursi, foi declarado removido por Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, o ministro da Defesa.

Golpe de Estado no Egito em 2013
Parte de Crise Egípcia
Período 3 de julho de 2013
(os protestos que começaram no dia 30 de junho persistem até os dias atuais)
Local Praça Tahrir e Palácio de Heliopolis, no Cairo e em outras cidades do Egito, incluindo Alexandria, Port Said e Suez
Objetivos Destituição do presidente Mohamed Morsi
Resultado
  • Presidente Mohammed Morsi deposto pelos militares
  • Constituição suspensa
  • Adly Mansour se torna novo chefe de Estado
  • Prisões e detenção de membros da Irmandade Muçulmana
  • Massacres cometidos pelas forças policiais contra manifestantes pró-Morsi
  • Ataques de militantes islâmicos na península do Sinai
  • Distúrbios islamitas em curso e instabilidade
  • Participantes do conflito
    Governo do Egito
    Irmandade Muçulmana
    Partido da Liberdade e da Justiça
    Forças Armadas do Egito
    Forças anti-governamentais
    Líderes
    Mohamed Morsi
    (Presidente do Egito)
    Hesham Qandil
    (Primeiro-ministro do Egito)
    Saad El-Katatni
    Mohammed Badie
    Khairat el-Shater
    Abdel Fattah el-Sisi
    Sedki Sobhi
    Mohamed Ibrahim

    Em 30 de junho de 2013, no primeiro aniversário da eleição do presidente egípcio Mohamed Mursi, milhões de manifestantes em todo o Egito tomaram as ruas e exigiram a renúncia imediata do presidente por causa de questões políticas, econômicas e sociais que haviam se intensificado em seu mandato.[1][2][3] As manifestações, que foram em grande parte pacífica, tornaram-se violentas quando cinco manifestantes anti-Morsi foram mortos em confrontos e tiroteios. Ao mesmo tempo, os defensores de Morsi organizaram uma manifestação em Nasr City, bairro do Cairo.[4]

    Na manhã de 1 de julho, os manifestantes anti-Morsi saquearam a sede nacional da Irmandade Muçulmana no Cairo. Os manifestantes atiraram objetos pelas janelas e saquearam o edifício. O Ministério da Saúde e População confirmou a morte de oito pessoas durante confrontos ao redor do quartel-general em Mokattam[5] No dia 3 de julho, o Ministério da Saúde e População afirmou que 16 manifestantes pró-Morsi foram mortos em um ataque em outra manifestação.[6][7][8] Durante os protestos anti-governo, também houve outros protestos menores pró-Morsi.

    A situação se transformou em uma grande crise política e constitucional nacional, com o presidente Mohammed Morsi se recusando a acatar as exigências dos militares para que deixasse o poder, e o exército ameaçando assumir o poder se os políticos civis não solucionassem a situação por conta própria. Na noite de 3 de julho, os militares egípcios apresentaram um comunicado declarando o fim da presidência de Mohammed Mursi.[9] No mesmo comunicado, os militares anunciaram que a Constituição do Egito estava temporariamente suspensa, que uma eleição presidencial seria realizada em breve; que o presidente do supremo tribunal da Corte Constitucional, Adly Mansour, seria o novo chefe do governo e que um governo tecnocrata de transição seria constituído até a eleição.[9] Morsi foi colocado sob prisão domiciliar e vários líderes da Irmandade Muçulmana foram detidos.[10] O anúncio foi seguido por manifestações e confrontos entre partidários e adversários do movimento em todo o Egito. Houve declaração de apoio da ação dos militares pelo Grande Sheikh de Al Azhar Ahmed el-Tayeb, pelo Papa da Igreja Ortodoxa Copta Tawadros II, bem como pelo líder da oposição Mohamed ElBaradei.[11]

    Houve reações internacionais mistas para os eventos.[12] A maioria dos líderes árabes foram geralmente favoráveis ou neutros, com exceção do Qatar e da Tunísia que condenaram fortemente as ações dos militares. Outros Estados ou condenaram ou expressaram preocupação com a destituição de Morsi; houve também uma resposta medida percebida pelos Estados Unidos. Devido as normas da União Africana em relação à interrupção da ordem constitucional por um Estado membro, o Egito foi suspenso dessa união. Também houve debate nos meios de comunicação sobre a rotulagem desses eventos. Ele foi por diversas vezes descrito pela maioria dos países ocidentais como um golpe de Estado[13][14][15][16][17] ou como uma revolução[22] pelos defensores. Se seguiram protestos em favor de Morsi que foram violentamente reprimidos com a dispersão de sit-ins pró-Morsi em 14 de agosto de 2013, em meio aos distúrbios contínuos.[23]

    Ver também

    Ligações externas

    Referências

    1. Patrick Kingsley (30 de Junho de 2013). «Protesters across Egypt call for Mohamed Morsi to go». The Guardian
    2. Hendawi, Hamza; Macdonald, Alastair (30 de Junho de 2013). «Egypt protests: Thousands gather at Tahrir Square to demand Morsi's ouster». AP via Toronto Star. Consultado em 30 de Junho de 2013
    3. Spencer, Richard (1 de Julho de 2013). «Egypt protests: Army issues 48-hour ultimatum for agreement amid clashes». Cairo: The Daily Telegraph. Consultado em 1 de Julho de 2013
    4. «Egypt crisis: Mass protests over Morsi grip cities». BBC News. 1 de Julho de 2013. Consultado em 1 de Julho de 2013
    5. «Egypt protesters storm Muslim Brotherhood headquarters». BBC News. 1 de Julho de 2013. Consultado em 1 de Julho de 2013
    6. «Gun attack on Cairo pro-Morsi rally kills 16: ministry»
    7. «Attack on pro-Morsi rally kills 16»
    8. «Morsi refuses to quit as Egypt army deadline looms». The times of Oman
    9. «Morsy out in Egypt coup». CNN. 28 de Junho de 2013. Consultado em 3 de Julho de 2013
    10. Wedeman, Ben (4 de julho de 2013). «Coup topples Egypt's Morsy; deposed president under 'house arrest'». CNN
    11. «Elbaradei appointed as Egypt's interim PM». Al Jazeera. 6 de julho de 2013
    12. Egypt after the coup: Only the beginning of the beginning | Baker Institute Blog | a Chron.com blog. Blog.chron.com (2013-07-17).
    13. «26 dead, more than 850 wounded as post-coup violence hits Egypt». CNN. 5 de julho de 2013
    14. «Turkey 'strongly condemns' Egypt killings». Al Ahram. 7 de julho de 2013
    15. Dorell, Oren (5 de julho de 2013). «Amid post-coup clashes, Egypt's Islamists split». USA Today
    16. «Turkey's stance on Egypt coup 'shows its democratic maturity'». Hurriyet Daily News. 7 de julho de 2013
    17. Fisk, Robert (4 de julho de 2013). «When is a military coup not a military coup? When it happens in Egypt, apparently». London: The Independent
    18. «Revolution in Egypt, again». Deutsche Welle. 4 de julho de 2013
    19. Kingsley, Patrick; Chulov, Martin (3 de julho de 2013). «Mohamed Morsi ousted in Egypt's second revolution in two years». London: The Guardian
    20. «Ahmed Said to Newsmax: Egyptian Uprising 'Big Revolution'». Newsmax. 5 de julho de 2013
    21. «Was Morsi's Ouster a Coup Or New Egyptian Revolution?». Al Monitor. 4 de julho de 2013
    22. Ver [18][19][20][21]
    23. «Egypt sides told to end 'dangerous stalemate' - Middle East». Al Jazeera English. 8 de agosto de 2013
    This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.