Harpidae
Harpidae (nomeadas, em inglês, harp -sing. para as espécies da subfamília Harpinae[7][8] e morum -sing. para as espécies da subfamília Moruminae)[2][8] é uma família de moluscos gastrópodes marinhos, predadores de crustáceos[10][11][12], classificada por Heinrich Georg Bronn, em 1849, e pertencente à subclasse Caenogastropoda, na ordem Neogastropoda.[8] Sua distribuição geográfica abrange principalmente os oceanos tropicais da Terra (particularmente no hemisfério sul e notadamente na região do Indo-Pacífico, onde o gênero Harpa é o mais representativo), em profundidades de até 200 metros. Os Harpidae são conhecidos pela capacidade do animal em amputar a parte traseira do pé, caso um predador esteja em sua perseguição, deixando um remanescente contorcido para distrair o seu perseguidor (autotomia).[9][11][13]

Os Harpidae do gênero Morum Röding, 1798 também são encontrados no oeste do Atlântico, como o golfo do México e mar do Caribe (imagem), até a costa do Brasil.[2][14]
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![]() Morum oniscus (Linnaeus, 1767), uma das espécies atlânticas de Harpidae da subfamília Moruminae, encontrada no golfo do México e mar do Caribe[4][2] até a região sudeste do Brasil.[5] Espécimes da coleção do Museu de História Natural de Leiden, coletados nas Antilhas. | |||||||||||||||
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Fotografia com a vista superior de duas conchas de moluscos Harpidae da subfamília Harpinaeː Harpa major Röding, 1798 (maior) e Harpa amouretta Röding, 1798 (menor)[6], encontradas no Indo-Pacífico.[7] | |||||||||||||||
| Classificação científica | |||||||||||||||
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| Distribuição geográfica | |||||||||||||||
![]() Os moluscos da família Harpidae são particularmente bem distribuídos nas costas e oceanos das regiões de clima tropical da Terra, principalmente na região do Indo-Pacífico. | |||||||||||||||
| Gêneros | |||||||||||||||
![]() Vista lateral da concha do molusco Harpidae da subfamília Harpinaeː Harpa harpa (Linnaeus, 1758), a espécie-tipo do gênero Harpa.[6] | |||||||||||||||
Descrição, habitat e hábitos
Compreende, em sua totalidade, caramujos ou búzios de concha ovoide ou subcilíndrica, com canal sifonal curto e com espiral de baixa estatura e ampla volta terminal; geralmente não ultrapassando os 10 centímetros de comprimento e com desenhos e marcações coloridas, no caso de Harpa; todos geralmente esculpidos com costelas axiais (Harpa), nódulos ou relevos reticulados (Morum), o que os torna populares entre os colecionadores.[2][13][14] Possuem perióstraco ausente, columela sem pregas, ou dobras, e opérculo ausente ou vestigial. Sua cabeça é pequena e dotada de um longo sifão entre 2 tentáculos delgados, que exibem olhos claramente visíveis em sua base lateral externa. Pé muito grande e carnudo, dividido em 2 partes: a parte anterior muito expandida lateralmente e a parte posterior alongada e apontada para trás. Todas as partes expostas do animal costumam ser vividamente pintadas em vários tons de marrom e vermelho e salpicadas de manchas amareladas. Animais ativos e fossoriais, vivendo em fundos arenosos, em profundidades que variam dos níveis da maré baixa, na zona nerítica, até a zona profunda, na plataforma continental. Os crustáceos que os Harpidae capturam são revestidos com muco e grãos de areia do substrato, provavelmente anestesiados, mortos e parcialmente digeridos por secreções de sua saliva.[11][15][16] O terceiro gênero da família, Austroharpa, apresenta conchas de formato mais parecido com o de Harpa, menos coloridas, com protoconcha arredondada e com o relevo de sua espiral mais similar ao de espécies de Morum; todas nativas da Austrália meridional.[13][17]
Cinco vistas da concha de Harpa articularis Lamarck, 1822[6], encontrada no sudoeste do oceano Pacífico.[7]

Taxonomia
Segundo o World Register of Marine Species, a posição taxonômica dos Harpidae, dentro de uma superfamília, ainda não está bem estabelecida[8]; tendo sido encaixada entre os Volutoidea, e já tendo sido incluída entre os Olividae (gênero Harpa).[16] Posteriormente sua inclusão foi na superfamília Muricoidea, com referências taxonômicas, antigas, agrupando Harpa com Magilus e Coralliophila, sob o nome de família Magilidae.[9] No caso do gênero Morum, pelas características de sua concha, ele esteve entre os Cassidae[2][13], porém foi retirado deste táxon por Hughes, em 1986, devido às diferenças anatômicas do animal.[14]
Classificação de Harpidae: subfamílias e gêneros
De acordo com o World Register of Marine Species, incluídos os sinônimos.
- Volta corporal inflada, globosa a oval, e ampla abertura; com espiral baixa, lábio externo e columela sem dentículos ou verrucosidades. Superfície geralmente colorida e dotada de costelas axiais proeminentes.[7][12][16]
- Subfamília Harpinae Bronn, 1849
- Abertura estreita e longa, equivalente ao comprimento de sua volta corporal; com lábio externo espessado e denticulado em sua superfície interna, ou também com verrucosidades em sua columela. Conchas geralmente subcilíndricas e menores que os 6 centímetros de comprimento, com superfície geralmente dotada de nódulos ou reticulada.[2][12][14][16]
Ligações externas
- Três vistas de Harpa cabriti P. Fischer, 1860[8] (Harpinae; no Flickr), por Gabriel Paladino Ibáñez.
- Quatro vistas de Morum dennisoni (Reeve, 1842)[2] (Moruminae; no Flickr), por Gabriel Paladino Ibáñez.
- Duas vistas de Austroharpa exquisita (Iredale, 1931)[7] (Harpinae; no Flickr), por Simon Grove.
Referências
- «Morum oniscus distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 115-116. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0
- «Morum oniscus». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- «Morum oniscus distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- «Morum oniscus». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- «Harpa» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (Op. cit., p. 211-212.).
- «Harpidae» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- «Family: Harpidae (Harps)» (em inglês). Archerd Shell Collection - Natural History Museum (Washington State University). 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- SILVA, José António; MONTALVERNE, Gil (1980). Iniciação à Colecção de Conchas. Colecção Habitat. Lisboa, Portugal / Livraria Martins Fontes, Brasil: Editorial Presença. p. 71-72. 110 páginas
- LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 76-77. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3
- TUNNELL, John W.; ANDREWS, Jean; BARRERA, Noe C.; MORETZSOHN, Fabio (2010). Encyclopedia of Texas Seashells. Identification, Ecology, Distribution and History (em inglês). USA: Texas A&M University Press - Google Books. p. 225. 512 páginas. ISBN 978-1-60344-141-4. Consultado em 15 de março de 2020
- FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 143-144. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X
- RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 138-139. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2
- «Family Harpidae - harp shells» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- Rehder, Harald A. (27 de novembro de 1973). «Family Harpidae - harp shells» (em inglês). Indo-Pacific Mollusca, vol. 3, no. 16 (Biodiversity Heritage Library). pp. 207–274. Consultado em 15 de março de 2020
- «Austroharpa exquisita (Iredale, 1931)» (em inglês). Seashells of New South Wales. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
- «Morum praeclarum distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 15 de março de 2020
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