História da Região Sudeste do Brasil

A história da região Sudeste do Brasil (formada pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo) tem início com a fundação da vila de São Vicente por Martim Afonso de Sousa[1]. A partir do século XVII, na região de São Paulo, se iniciou o fenômeno das bandeiras, que eram expedições pelo interior do Brasil à procura de novas riquezas e de indígenas para serem escravizados[2]. No final do século XVII, os bandeirantes paulistas encontraram pedras preciosas na região de Minas Gerais,que deu início ao ciclo do ouro.[3]

Com a mineração, as atenções da coroa portuguesa se voltaram para a região Sudeste, tendo em vista que as plantações de cana-de-açúcar no Nordeste estavam em plena decadência[3][4]. Ocorreu um grande movimento de pessoas para a região das Minas, e a capital da colônia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763.[5] No final do século XVIII a exploração do ouro entrou em decadência.[3]

Ouro Preto, cidade histórica mineira do século XVIII

Em 1808, fugindo da invasão napoleônica, a Família Real Portuguesa instalou-se no Rio de Janeiro. A época foi marcada por diversas mudanças econômicas na região, com a abertura dos portos para as nações amigas no mesmo ano e a elevação do Brasil à Reino Unido de Portugal e Algarve em 1816. Com a Independência do Brasil em 1822, a região Sudeste tornou-se o centro financeiro do País. Apoiado pela elite rural do Sudeste, D. Pedro I tornou-se o primeiro Imperador do Brasil, abdicando o trono à favor de seu filho, D. Pedro II em 1830 que, após um conturbado período regencial, assumiu o trono em 1841.

A partir da década de 1840, as plantações de café espalharam-se por toda a região, principalmente no Oeste Paulista, tornando-se a base da economia brasileira. Se usou, inicialmente, do trabalho escravo mas, com a abolição da escravatura em 1888, a falta de mão-de-obra foi preenchida com a vinda de uma grande massa de imigrantes europeus, principalmente italianos. Em 1889 a Monarquia é derrubada e é proclamada a República, dando início à Política do Café-com-Leite, em que as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais revezavam-se no poder.

Na década de 1920, com a quebra da bolsa de Nova Iorque, o preço do café despencou no mercado internacional. O presidente Getúlio Vargas iniciou um processo de industrialização em São Paulo que, posteriormente, espalhou-se pelos outros estados do Sudeste.

Principais acontecimentos por século

  • XVII: A produção açucareira vicentina não dá ao sudeste a mesma prosperidade que o açúcar nordestino. Os paulistas começam a expandir pelo interior, como entradas e bandeiras alcançando desde o Sertão nordestino até a Amazônia e a região da bacia do Paraná.
  • XVIII: Guerra dos emboabas. São Paulo perde o controle sobre as Minas Gerais.
  • XIX: A corte real portuguesa se estabelece no Rio de Janeiro.O porto do Rio passa Salvador no comércio externo (posteriormente Santos passaria o Rio como porto) e as mudas de café contrabandeadas do Pará fez São Paulo e parte do Sul de Minas Gerais re-emergirem..
  • XX: O grande ápice demográfico e econômico depois de séculos e atraso superando o Nordeste em população, desenvolvimento do mercado interno (via migração nordestina e imigração italiana dentre outras) e intensa urbanização na megalópole ou macro-metrópole paulista entre Santos, Campinas, São José dos Campos, etc.
  • XXI: A descentralização econômica leva ao desenvolvimento do Norte, Centro-Oeste, re-emergência de partes do Nordeste, diminuindo o peso político-econômico do Sudeste no cenário brasileiro.

Referências

  1. Renato Marchesini. «São Vicente a 1º Vila do Brasil – História, Curiosidades e Informações» (PDF). Caixa Expedições. Consultado em 31 de julho de 2019.
  2. Roberto Navarro (4 de julho de 2018). «Como era uma expedição dos bandeirantes?». SuperInteressante. Consultado em 31 de julho de 2019.
  3. Luciane Cristina Scarato; Leila Mezan Algranti (12 de fevereiro de 2009). «Caminhos e descaminhos do ouro nas Minas Gerais: administração, territorialidade e cotidiano (1733-1783)» (PDF). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Consultado em 31 de julho de 2019.
  4. Ulisses Martins. «Economia açucareira e mineradora». Globo - Educação. Consultado em 31 de julho de 2019.
  5. Luiz Cláudio Canuto (27 de janeiro de 2013). «Em 1763 a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro». Rádio Câmara. Consultado em 31 de julho de 2019.
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