Mataco

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Resumo

Mataco
Mataco no Zoo de Louisville
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cingulata
Família: Chlamyphoridae
Subfamília: Tolypeutinae
Gênero: Tolypeutes
Espécies:
T. matacus
Nome binomial
Tolypeutes matacus
(Desmarest, 1804)
Território do mataco

O mataco (Tolypeutes matacus) é uma espécie de tatu da família dos clamiforídeos (Chlamyforidae). Pode ser encontrado na Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil.[1] Tal espécie possui apenas quatro dedos em cada pata anterior. Também é conhecido pelo nome genérico de tatu-bola, tatu-bola-do-Centro-Oeste, quirquincho bola e mataco bola.

Etimologia

A palavra "Tolypeutes" tem origem grega "Tolypeuein" e significa "formar uma bola de fios para fiar", de "Tolype" que indica "bola de lã", "o que se enrola", referindo-se à maneira como esses animais se defendem. Já “matacus” é uma homenagem ao povo indígena Wichí, também denominado Mataco, que vive na Argentina e na Bolívia.[2]

Distribuição geográfica

O tatu-bola-do-Centro-Oeste (Tolypeutes matacus) é encontrado no Pantanal e em algumas regiões de Cerrado nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No entanto, a maior parte da sua distribuição ocorre em países como Bolívia, Argentina e Paraguai.[3][4]

Ocorrência de tatus-bola
Ocorrência de tatus-bola

Descrição Morfológica

O T. matacus tem uma carapaça marrom com geralmente três cintas móveis, mas o número pode variar entre duas e quatro. Cada membro anterior possui quatro dedos, enquanto o T. tricinctus possui cinco. Ambas as espécies têm membros posteriores com cinco dedos, sendo que o segundo, terceiro e quarto dedos são fundidos, enquanto o primeiro e quinto são ligeiramente separados. As orelhas são amplas, ásperas e com bordas levemente serrilhadas, conforme descrito por Parera citado em Medri et al. (2011, p. 85)[5]. A cauda é revestida por escudos dérmicos e tem pouca flexibilidade, conforme observado por Nowak (1999)[6].

Vista lateral (10) e frontal (11) das garras dianteiras de Tolypeutes matacus

Ecologia

É uma espécie que se alimenta principalmente de insetos, mas também pode consumir carniça[7], mostrando uma dieta oportunista. Sua alimentação varia sazonalmente, com preferência por cupins e formigas na estação seca, e frutos e larvas de besouro na estação chuvosa.[8][9][3]

Comportamento

Tatu de três bandas do sul (Tolypeutes matacus) no zoológico de Jacksonville.

Quanto ao comportamento, a espécie não é caracterizada por hábitos fossoriais, uma vez que não escava tocas, mas prefere utilizar aquelas construídas por outros animais. Além disso, para buscar abrigo, pode recorrer a depressões no terreno ou cobrir-se com folhas.[3] Pode ser ativa tanto durante o dia quanto à noite, dependendo das condições ambientais como temperatura e chuva. Em dias frios, podem ficar inativos, buscando abrigo e retomando a atividade com o aumento da temperatura.[5] O tatu-bola-do-Centro-Oeste habita áreas de vegetação seca, sendo particularmente abundante nas regiões áridas do Chaco Argentino e Paraguaio. Não há informações específicas sobre o uso do habitat no Brasil.[8]

Ameaças e Conservação

Registro de Tolypeutes matacus

A espécie enfrenta diversas ameaças, incluindo a caça para consumo de carne, a facilidade de perseguição devido ao comportamento de se enrolar em forma de bola quando tocada e a exportação para zoológicos e como animal de estimação.[10] Ademais, a conversão de hábitats naturais em terras para agricultura representa uma ameaça significativa. Não há informações detalhadas sobre o grau e a extensão dessas ameaças no Brasil. A conservação da espécie é crucial, especialmente diante desses desafios, para garantir a preservação dessa espécie única de tatu.[3][4][11]

Referências

  1. Noss, A.; Superina, M.; Abba, A.M. (2014). «Tolypeutes matacus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2014: e.T21974A47443233. doi:10.2305/IUCN.UK.2014-1.RLTS.T21974A47443233.enAcessível livremente. Consultado em 19 de novembro de 2021
  2. «Tolypeutes | Palavras | Origem Da Palavra». origemdapalavra.com.br. Consultado em 9 de dezembro de 2023
  3. MIRANDA, Flávia Regina et al. Avaliação do risco de extinção de Myrmecophaga tridactyla Linnaeus 1758 no Brasil. Avaliação do Risco de Extinção de Xenartros Brasileiros, p. 89-105, 2014.
  4. Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume II – Mamíferos / -- 1. ed. -- Brasília, DF : ICMBio/MMA, 2018. 7 v. : il.
  5. Medri. Í.M.; Mourão, G.M. & Rodrigues, F.H.G. 2011. Ordem Cingulata. Pp. 75-90. In: Reis, N.R.; Peracchi, A.L.; Pedro, W.A. & Lima, I.P. (eds.). Mamíferos do Brasil. 2 ed. Londrina. 439p.
  6. Nowak, R.M. 1999. Walker’s Mammals of the World. v. 1. 6. ed. The Johns Hopkins University Press, Baltimore & London. 836p
  7. Barrientos, J. & Cuéllar, R.L. 2004. Área de acción de Tolypeutes matacus por telemetría y seguimiento por hilos en Cerro Cortado del Parque Kaa-Iya. Pp. 120-124.
  8. Cuéllar, E. 2008. Biology and ecology of armadillos in the Bolivian Chaco. Pp. 306-312. In: Vizcaíno, S.F. & Loughry, W.J. (eds.). The Biology of the Xenarthra. University Press of Florida, Gainesville. 370p.
  9. Merrit, D.A., Jr. 2008. Xenarthrans of the Paraguayan Chaco. Pp. 294-299. In: Vizcaíno, S.F. & Loughry, W.J. (eds.). The Biology of the Xenarthra. University Press of Florida, Gainesville. 370p.
  10. Bolkovich, M.L.; Caziani, S.M. & Protomastro, J.J. 1995. Food habits of 3-banded armadillo (Xenarthra, Dasypodidae) in the Dry Chaco, Argentina. Journal of Mammalogy, 76(4): 1199-1204.
  11. Barrientos, J. & Cuéllar, R.L. 2004. Área de acción de Tolypeutes matacus por telemetría y seguimiento por hilos en Cerro Cortado del Parque Kaa-Iya. Pp. 120-124. In: Memorias: Manejo de Fauna Silvestre em la Amazonia Y Latinoamérica. VI Congresso Iquitos, Perú.
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