Memorando de Kozak

O Memorando de Kozak (em russo: Меморандум Козака), oficialmente Projeto de memorando russo sobre os Princípios Básicos da Estrutura Estatal de um Estado unido na Moldávia, foi uma proposta para resolver o conflito da Transnístria através da federalização da Moldávia.[1][2][3][4][5] O projeto foi desenvolvido em 2003 pelo Primeiro Vice-Chefe da Administração Presidencial da Federação Russa, Demétrio Kozak.[1][6]

Demétrio Kozak

Termos

De acordo com este plano, a Moldávia tornar-se-ia uma “federação assimétrica”, e a República Moldava Peridniestriana (RMP) e a Gagaúzia receberiam um status especial e a capacidade de bloquear projetos de lei indesejáveis ​​para as autonomias. A Moldávia comprometeu-se a manter a neutralidade e a desmobilizar o exército, bem como a conceder à Rússia o direito de estacionar tropas russas no território da Transnístria por um período de 20 anos como garantia da resolução do conflito.[7] Literalmente no último momento, o presidente da Moldávia, Vladimir Voronin, na noite de 24 para 25 de novembro de 2003, recusou-se a assinar o acordo que ele havia rubricado pessoalmente, dizendo que ele daria vantagens unilaterais a RMP e tinha um objetivo oculto - o reconhecimento da independência da Transnístria.[6][8] Após o fracasso na assinatura do memorando, as relações entre a Transnístria e a Moldávia deterioraram-se.[9] As negociações foram retomadas apenas em 2005 no âmbito da organização regional GUAM, com base em propostas apresentadas pelo presidente ucraniano, Vitor Yushchenko.

Intervenção norte-americana e fracasso

Vladimir Putin e Vladimir Voronin

Segundo Demétrio Kozak, o lado moldavo conhecia muito bem o texto do memorando, concordou com ele e procurou assiná-lo o mais rápido possível, e o motivo do fracasso foi a intervenção direta do embaixador americano, o que Voronin não escondeu em sua conversa com Kozak.[10] O cientista político moldavo Bogdano Tirdea e o transnístrio Valeri Litskaia também insistem na participação do embaixador americano.[11][12] Segundo o próprio ex-presidente, foram exercidas pressões externas sobre ele.[13]

Referências

  1. «"Memorando Kozak": plano russo para a unificação da Moldávia e da Transnístria». archive.wikiwix.com. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  2. «Revenim la Memorandumul Kozak?». Stiri de ultima ora din Moldova - Ultimele stiri Timpul.md (em romeno). 15 de setembro de 2009. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  3. «Rusia a fardat "Memorandumul Kozak" şi vrea să-l resusciteze pentru Moldova». jurnalul.ro (em Romanian). Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  4. «Cum ar fi arătat astăzi Republica Moldova dacă planul Kozak era semnat | PUBLIKA .MD». web.archive.org. 22 de novembro de 2014. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  5. «Wayback Machine» (PDF). web.archive.org. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  6. «Efectele "planului Kozak" / e-democracy.md». www.e-democracy.md. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  7. «Interfax > Politics». web.archive.org. 19 de março de 2007. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  8. «Молдова сегодня: без Приднестровья и президента, но с деньгами гастарбайтеров». Новый День (em russo). 28 de novembro de 2011. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  9. Воронин о "Меморандуме Козака": "Бесы помешали...", consultado em 29 de fevereiro de 2024
  10. «Дмитрий Козак: в 2003-м Воронин уговаривал Путина поскорее приехать и подписать меморандум с Приднестровьем!». web.archive.org. 27 de maio de 2020. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  11. «Цырдя рассказал о "страстном романе" между Ворониным и послом США – Aif.md». web.archive.org. 27 de março de 2019. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
  12. «Воронина бес попутал, США погорячились, а мы остались у разбитого корыта», consultado em 29 de fevereiro de 2024
  13. «UNIMEDIA - Portalul de știri nr. 1 din Moldova». unimedia.info. Consultado em 29 de fevereiro de 2024
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