Mosteiro Novo

O Mosteiro Novo (em grego: Νέα Μονή; romaniz.:Nea Moni; lit. "Mosteiro novo") é um mosteiro ortodoxo do Século XI na Ilha de Quios que foi reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO. Encontra-se no monte Provateio Oros, no interior da ilha, ao redor de 15 quilômetros da cidade de Quios. Muito conhecido por seus mosaicos que, junto com os do Mosteiro de Dafne e de Hossios Luckas, encontram-se como os melhores exemplos de arte bizantina na Grécia.[1]

Mosteiros de Dafne, Hossios Luckas e Mosteiro Novo de Quios 

Mosaico do mosteiro

Tipo Cultural
Critérios i, iv
Referência 537
Região Europa e América do Norte
Países  Grécia
Coordenadas 🌍
Histórico de inscrição
Inscrição 1990

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

História

O mosteiro foi construído em meados do Século XI, pelo imperador bizantino Constantino IX Monômaco e sua esposa, a imperatriz Zoé Porfirogênita. Segundo a tradição, construiu-se no lugar de onde três monges, Nikitas, Ioannes e Iosif, encontraram milagrosamente uma imagem da Virgem Maria, em uma moita de murta-comum.[2] Naquela época, Constantino estava exilado próximo a Lesbos, e os monges o visitaram e lhe falaram de uma visão segundo a qual com o tempo, ele converteria-se em imperador. Constantino prometeu construir uma igreja se isto ocorresse. Em 1042, Constantino foi nomeado imperador e como sinal de gratidão começou a construir o mosteiro, dedicando-o a Teotokos.[2] A igreja principal (o katholikon) foi inaugurada em 1049 e o complexo foi terminado em 1055, após a morte de Constantino.[3]

Como resultado das concessões de terras, isenções fiscais e outros privilégios concedidos por imperadores sucessivos, o mosteiro prosperou durante o período bizantino.[3] Com o passar dos séculos, o mosteiro arrecadou riquezas substanciais e converteu-se em um dos mais ricos do Mar Egeu. No seu ápice, ao redor do ano 1300, suas terras cobriam um terço de Quios e estima-se que ao redor de 800 monges pertenciam a ele.[2] A posterior dominação genovesa reduziu sua riqueza, mas o mosteiro prosperou de novo durante a época otomana, quando estava diretamente sujeito ao Patriarca de Constantinopla e desfrutou de uma autonomia considerável. O escritor do começo do século XVII Samuel Purchas narrou que tinha cerca de 200 monges e que eram os únicos em toda a Grécia que tinham o direito de usar sinos. Durante o século XVII o número de monges seguiu diminuindo, mas recuperou-se no século seguinte. O Patriarca de Jerusalém, Crisantos Notaras, e o sacerdote francês Fourmont, que visitaram o mosteiro em 1725 e 1729 respectivamente, comentaram sobre o grande número de monges, a quantidade de relíquias conservadas e a beleza da igreja e sua decoração.

O declínio do mosteiro só começou após o Massacre de Quios pelos otomanos em 1822, durante a Guerra de Independência da Grécia. O mosteiro foi saqueado e foram levados muitos objetos; depois disso o mosteiro não recuperou mais sua glória. Em 1881, um terremoto adicionou mais danos à igreja principal, causando a queda de sua cúpula, enquanto outras construções como o campanário de 1512, ficaram destruídos.[3] Em 1952, devido a escassez de monges, Mosteiro Novo foi convertido em um convento. Segundo o censo de 2001, só era habitado por três monjas.

Estruturas e arquitetura

Mosteiro Novo formado pelo katholikon, duas igrejas menores, o refeitório, as celas dos monges e a sala de recepção.

O complexo monástico cobre uma superfície de cerca de 17.000 m2 e é formado por um katholikon, duas igrejas menores (dedicadas respectivamente a Santa Cruz e a São Pantaleão de Nicomédia), o refeitório (trapeza), as celas dos monges (kelia), a sala de recepção (triklinon) e uma cisterna subterrânea de água (kinsterna). O complexo está rodeado por um muro e na esquina noroeste encontra-se uma torre de defesa, que, em tempos antigos, era usada como biblioteca.[2] Além disso, fora dos muros, perto do cemitério dos monjes, há uma pequena capela dedicada a São Lucas.[3]

O katholikon é a estrutura central do mosteiro, dedicada a Glorificação da Virgem Maria.[2] É composto pela igreja principal, o esonártex e o exonártex. A igreja principal tem formato octogonal, do tipo chamado de «insular» que pode ser visto em Quios e em Chipre. Embora todas as três seções datem do Século XI, a igreja principal sofreu um dano significativo em 1822 e em 1881 tendo como resultado final, uma alteração do formato octogonal original. O campanário foi construído em 1900, realocando um mais antigo, construído em 1512.[3]. No início,os restos dos três fundadores ficavam no exonártex, mas a maioria destes foram destruídos durante o saque de 1822.[2]

Junto com o katholikon, os únicos restos de construções do Século XI que restam são a torre parcialmente destruída, a capela de São Lucas, a cisterna e partes do refeitório.[2] As celas, a maior parte delas em ruínas, datam dos períodos veneziano e genovês. Existe um pequeno museu, aberto em 1992 ao noroeste do katholikon, dentro de uma cela reformada. Os objetos à exposição são, na sua maioria, do século XIX.[4]

Referências

  1. Mosteiros de Dafne, Hossios Luckas e Mosteiro Novo de Quios, site do Patrimônio Mundial
  2. The Nea Moni of Chios, do site oficial da Igreja da Grécia
  3. Nea Moni de Quios Arquivado em 23 de outubro de 2007, no Wayback Machine., do Ministério Grego de Cultura.
  4. Museu de Nea Moni de Quios Arquivado em 5 de junho de 2010, no Wayback Machine., do Ministério Grego de Cultura.

Ligações externas

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