Neopreno

Neoprene, ou Neopreno, marca registrada da DuPont, é o nome genérico do polímero cloropreno (2-cloro-1,3-butadieno).

Neopreno
Alerta sobre risco à saúde
Identificadores
Número CAS 184963-09-5
Compostos relacionados
Compostos relacionados Cloropreno (monômero)
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedades n, εr, etc.
Dados termodinâmicos Phase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectrais UV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

Histórico

Foi inventado no dia 17 de abril de 1930, após o Dr. Elmer K. Bolton, da DuPont, participar de uma palestra de um professor de Química da Universidade de Notre Dame, sobre seu trabalho, que tratava de acetileno. Após tal palestra, a DuPont comprou os direitos de patente e desenvolveu mais pesquisas, até obter o que hoje tem-se como Neopreno.[1]

Sua produção é feita através de uma polimerização em emulsão, sendo esse um processo amplamente utilizado na indústria química cujo intuito é sintetizar grandes quantidades de látex, com aplicações voltadas para polímeros de superfícies (como tintas) e polímeros em massa (como poliestireno butadieno).[2]

O Neopreno foi vendido pela primeira vez em 1932, sob o nome DuPrene, uma analogia ao nome da empresa DuPont. Mais tarde, seu nome foi substituído por Neoprene, remetendo à ideia de "novo".[1]

Síntese

Preparação do cloropreno.

A preparação do cloropreno é obtida pela adição de ácido clorídrico ao vinil acetileno. Tal combinação foi interessante para os cientistas da época, pois é facilmente preparada em quantidade em estado de pureza; difere estruturalmente do isopreno apenas por ter um átomo de cloro ao invés de um grupo metil; assim como o isopreno reage consigo mesmo para produzir uma borracha sintética; e a transformação ocorre em uma velocidade maior do que no caso do isopreno. Dessa forma, a partir do cloropreno, obtém-se o policloropreno.[3]

Obtenção do policloropreno.


Propriedades e aplicações

O Neopreno não é conhecido por ter um excelente desempenho em um determinado aspecto. Pelo contrário, ele apresenta um balanço de propriedades único dentre os elastômeros sintéticos. Dessa maneira, o Neopreno apresenta boas resistências mecânica, ao envelhecimento e a químicos; alta resistência a ozônio e intempéries climáticos, moderada resistência a óleos e combustíveis e adesão a muitos substratos.[4]

Com isso, seu uso é variado e classifica-se em três tipos, sendo eles voltados para o uso geral, adesivo e látex.[5] A indústria da borracha é destino de 61% da produção, enquanto a matéria prima para adesivo é de 33% e as diferentes aplicações na forma de látex, 6%. De forma geral, alguns exemplos de uso do Neopreno são correias transportadoras, correias de transmissão e revestimento de cabos[4]

Destino final e impacto ambiental

Uma dificuldade que se tem quanto ao Neopreno é o seu descarte ou reinserção do mesmo de volta ao ciclo produtivo, principalmente por se tratar de um polímero não-biodegradável e termorrígido. Alguns materiais poliméricos permitem tais procedimentos através de, por exemplo, aquecimento – o que propicia um comportamento viável para uma nova extrusão. Porém, no caso do Neopreno, tal comportamento não se verifica e, geralmente, o que ocorre é a queima de resíduos, descarte em aterros sanitários ou utilização como carga inerte. Com isso, além de todo o impacto ambiental envolvido no processo de fabricação de tais produtos, ainda há aqueles relacionados ao seu descarte. Dessa forma, a reciclagem e a recuperação se apresentam como as melhores opções para tal situação – tanto que, em todo o mundo, têm sido desenvolvidos diversos processos para reutilização e recuperação destes materiais. Um exemplo seria a desvulcanização destes produtos, que pode ser realizada por meio de processos biológicos, químicos e físicos.[5]

Os processos citados são de grande importância, pois evitam a degradação do solo e reduzem os impactos negativos sobre a natureza, justamente por impedirem que substâncias tóxicas entrem em contato com a terra ou com a água, o que ocasionaria problemas ambientais a longo prazo. Dependendo do método utilizado para reciclagem e reaproveitamento do material, podem ser confeccionados produtos como artigos de decoração, componentes, ferramentas e materiais de construção (principalmente concreto e cimento para a pavimentação de rodovias e ruas, por diminuírem a abrasão do pneu dos carros com o pavimento),[6] ou até mesmo para conter vazamentos de óleos em águas marítimas[7].

Referências

  1. CIULLO, Peter A.; NORMAN, Hewitt. The Rubber Formulary. [S. l.]: Plastics Design Library, 1999. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/book/9780815514343/the-rubber-formulary.
  2. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0032386107009342
  3. CAROTHERS, W. H.; WILLIAMS, I.; COLLINS, A. M.; KIRBY, J. E. Chloroprene and a new synthetic rubber. Contribution from the experimental station of the Central Chemical Department and from the Jackson Laboratory os the Dyestuffs Department. DuPont. Nov., 1931.
  4. Reis Freitas, A. (2006). Degradação de policloropreno por processo Foto-Fenton. Mestre. Universidade Estadual de Maringá. p. 10.
  5. Scagliusi, S. (2007). Estudo do reaproveitamento da borracha de cloropreno pela aplicação da tecnologia de microondas. Mestre. Instituto de pesquisas energéticas e nucleares.
  6. MARTIN., S. R. S. (2013). Recuperação/reciclagem de compostos de borrachas butílica e halobutílica por meio de radiação ionizante. Autarquia Associada à Universidade de São Paulo. São Paulo.
  7. Ortiz, A. J. (1973). Control of oil pollution at sea, apparatus and method. United States Patent.
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