Palácio Episcopal de Astorga
O Palácio Episcopal de Astorga é um edifício projetado pelo arquiteto espanhol Antoni Gaudí, em estilo modernista e historicista neogótico. Está situado na cidade de Astorga, a uma distância relativamente curta de Leão, onde se encontra outra das raras obra de Gaudí fora da Catalunha, a Casa Botines. A construção foi executada entre 1889 e 1913.
| Palácio episcopal de Astorga Palácio de Gaudí • Museu dos Caminhos | |
|---|---|
![]() Palácio Episcopal de Astorga | |
| Arquiteto | Antoni Gaudí, Ricardo García Guereta |
| Construção | 1889–1913 |
| Função inicial | paço episcopal |
| Proprietário atual | Diocese de Astorga |
| Função atual | museu |
| Promotor / construtor | Diocese de Astorga |
| Aberto ao público | sim |
| Estilos arquitetónicos | historicista neogótico e modernista |
| Website | www |
| Património Mundial | |
| Designação | Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha (elemento associado) |
| Ano | 2015 |
| Referência | 669 en fr es |
| Património nacional | |
| Classificação | Bem de Interesse Cultural RI-51-0003827, 1969 |
| Geografia | |
| País | Espanha |
| Cidade | Astorga |
| Comunidade autónoma | Castela e Leão |
| Província | Leão |
| Coordenadas | |
| Localização do palácio | |
No palácio, que nunca chegou a funcionar como residência do bispo, funciona desde 1963 o Museu dos Caminhos (de Santiago).[1] Desde 2015 que o palácio é um elemento associado do sítio do Património Mundial da UNESCO "Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha".[2][3]
Descrição
O palácio foi construído em granito cinzento proveniente da região vizinha de El Bierzo e segue os cânones historicistas da arquitetura de finais do século XIX e princípio do século XX, neste caso em estilo neogótico.[4] A planta é em cruz grega, sobreposta por uma planta quadrada e quatro fachadas, rodeadas por um fosso e com uma torre em cada uma das suas esquinas.[5] Nas torres encontra-se o escudo do bispo Grau, com a legenda Pax Christi em cordibus e a letra grega tau, para Tarragona.[6] Em dois dos lados apresenta corpos retangulares protuberantes, enquanto que nos outros lados se encontra, a torre da entrada e a capela. A primeira é quadrada e tem um alpendre de acesso ao palácio. A capela tem planta retangular e é rematada por uma abside e três apsidíolos.[7]
O acesso pela fachada principal é feito por uma escadaria circular, situada numa ponte sobre o fosso. O pórtico de entrada tem três grandes arcos afunilados em silhar, separados entre si por contrafortes inclinados, com grandes aduelas reminiscentes das masías (casas rurais) catalãs do século XV.[8] No seu interior há um abóbada suportada por arcos quebrados sobre pendículos. No segundo e no terceiro andar há numerosas janelas decoradas com vitrais. A fachada é rematada com o escudo do bispo Alcolea, em granito.[9] A estrutura do edifício é sustentada por pilares com capitéis decorados e em abóbada em cruzaria sobre arcos ogivais decorados com cerâmica vidrada. É rematado por merlões de estilo mudéjar.[4]
No exterior conservam-se as estátuas de três anjos, com os correspondentes atributos episcopais (mitra, cruz peitoral e báculo), que foram desenhados por Gaudí para ficarem na parte exterior do teto mas nunca chegaram a lá ser colocados.[10]
História
O palácio substitui o antigo palácio episcopal, que foi destruído por um incêndio em 1886. O bispo Joan Baptista Grau i Vallespinós encomendou então o projeto dum novo palácio a Gaudí, de quem o bispo era amigo de longa data. As obras foram iniciadas em 1889, mas após a morte do bispo em 1893, Gaudí renunciou à direção das obras por desavenças com o cabido, quando ainda faltava construir o segundo andar e o ático. A Gaudí sucederam-se, sem êxito, os arquitetos Francisco Blanch y Pons e Manuel Hernández Álvarez-Reyero. As obras foram concluídas em 1913, sob a direção de Ricardo García Guereta, nomeado pelo bispo Julián de Diego y Alcolea.[11]
Durante a Guerra Civil Espanhola, o palácio foi usado como quartel e sede da Falange e em 1943 e 1956 houve várias obras de reparação com o objetivo de o converter na residência do bispo, o que nunca chegou a acontecer. Durante os pontificados dos bispos Marcelo González Martín e Antonio Briva Miravent foi transformado no Museu dos Caminhos, o qual foi inaugurado em 1963.[1]
Referências
- Alonso González 2000, p. 83.
- Caminhos de Santiago de Compostela: Caminho francés e Caminhos do Norte de Espanha. UNESCO World Heritage Centre - World Heritage List (whc.unesco.org). Em inglês ; em francês ; em espanhol. Páginas visitadas em 13 de agosto de 2020.
- «Chemins de Saint-Jacques du Nord d'Espagne. Candidature d'incription sur la liste du Patrimoine Mondial. Proposition d'extension de lincription du Chemim de Saint-Jacques» (PDF) (em francês). Centro do Património Mundial. whc.unesco.org. 2015
- Crippa 2007, p. 35.
- Regàs 2009, p. 69.
- Bassegoda i Nonell 1989, p. 305.
- Giralt-Miracle 2012, pp. 124-125.
- Bassegoda i Nonell 1989, p. 302.
- Alonso Gavela 1972, pp. 63-64.
- Alonso González 2000, p. 81.
- Bassegoda i Nonell 2002, p. 151.
Bibliografia
- Alonso Gavela, María Jesús (1972), Gaudí en Astorga (em espanhol), Leão: Institución «Fray Bernardino de Sahagún». C.S.I.C.
- Alonso González, Joaquín (2000), Astorga. Ciudad Bimilenaria, ISBN 84-8183-073-9 (em espanhol), Ámbito, pp. 81-83
- Bassegoda i Nonell, Joan (1989), El gran Gaudí, ISBN 84-86329-44-2 (em espanhol), Sabadell: Ausa
- Bassegoda i Nonell, Joan (2002), Gaudí o espacio, luz y equilibrio, ISBN 84-95437-10-4 (em espanhol), Madrid: Criterio
- Bergós i Massó, Joan (1999), Gaudí, l'home i l'obra, ISBN 84-7782-617-X (em catalão), Barcelona: Lunwerg
- Crippa, Maria Antonietta (2007), Gaudí, ISBN 978-3-8228-2519-8 (em espanhol), Colónia: Taschen
- Férrin, Ana María (2001), Gaudí, de piedra y fuego, ISBN 84-932015-0-2 (em espanhol), Barcelona: Jaraquemada
- Giralt-Miracle, Daniel (2012), Gaudí esencial, ISBN 978-84-96642-73-7, Barcelona: La Vanguardia Ediciones S.L.
- Regàs, Ricard (2009), Obra completa de Antoni Gaudí, ISBN 978-84-96783-42-3, Barcelona: Dos de Arte Ediciones
| O Palácio Episcopal de Astorga é um elemento associado sítio "Caminhos de Santiago: Caminho francês e caminhos do norte de Espanha", Património Mundial da UNESCO. |

.jpg.webp)