Pizzicato

Pizzicato, palavra italiana que significa "beliscado" (plural: pizzicati), é uma técnica de execução de instrumentos de corda em que as cordas são pinçadas com os dedos e não friccionadas com o arco.[1][2][3][4][5]

Esta técnica vem sendo utilizada há séculos na música erudita mas passou a ser usada também no jazz, de uma maneira diferente: enquanto na música erudita o pizzicato é apenas um beliscão na corda (normalmente feito com um ou dois dedos), no jazz colocam-se os dedos (normalmente, com a alternância de dois ou três dedos) quase que paralelos à corda, com isso produzindo um som mais "encorpado".

Pizzicato na viola
Exemplo de pizzicato numa viola, com alguns pizzicati arpeggiati e harmônicos.

Pizzicato dansée
Pizzicato dansée do terceiro ato do balé Sylvia, de Léo Delibes (uso do pizzicato pela "seção" dos instrumentos de arco).

Problemas para escutar estes arquivos? Veja a ajuda.
Execução de pizzicato no contrabaixo

História

As primeiras referências conhecidas à técnica do pizzicato estão na conletânea The First Part of Ayres (1605) de Tobias Hume (c. 1569-1645), que, em The Souldiers Song[6] e em Harke, Harke[7] pede ao gambista que toque algumas notas com os dedos, e no madrigal Il combattimento di Tancredi e Clorinda (circa 1638 ), de Claudio Monteverdi, que indica aos instrumentistas que não usem o arco mas belisquem as cordas com dois dedos.[8] No tratado Versuch einer gründlichen Violinschule (1756), de Leopold Mozart, é indicado o uso do dedo indicador da mão direita para executar os pizzicati.

No jazz e no rock

Em 1911, Bill Johnson, que tocava contrabaixo (com arco) na original creole jazz band teve o arco quebrado. Não tendo outro à mão, Bill tratou de tocar dedilhando as cordas com os dedos da mão direita. O resultado agradou tanto que, desde então, usa-se muito pouco o arco para tocar esse instrumento no jazz. O modo mais comum de execução dessa técnica é usando os dedos indicador e médio para atacar as cordas, podendo-se utilizar também o anelar (muito usado em músicas rápidas, como o heavy metal) e o dedo mínimo. Alguns poucos contrabaixistas usam o polegar, para cima e para baixo, como uma palheta. Um dos grandes mestres desta técnica é o baixista Francis Rocco Prestia, da banda Tower of Power, que possui uma técnica peculiar neste estilo: usando muitas ghost notes[9] (notas mudas ou abafadas, que acrescentam efeitos de percussão ao groove[10] ) e staccati.

Referências

  1. Dicionário Houaiss: pizzicato.
  2. Monosoff, Sonya: «Pizzicato». New Grove Dictionary of Music and Musicians, ed. Stanley Sadie. Macmillan, 2001 [1980].
  3. Randel, Don Michael: The Harvard Dictionary of Music. Harvard University Press, 2003, p. 664.
  4. Michels, Ulrich: Atlas de música. Alianza, 2009 [1985], vol. 1 pp. 75-79.
  5. Pérez Gutiérrez, Mariano: Diccionario de la música y los músicos. Akal, 1985, vol. 1 p. 73.
  6. Indica: Play three letters with your fingers.
  7. Indica: Play nine letters with your finger.
  8. Predefinição:New Grove
  9. OnMusic Dictionary. false note
  10. Tapping percussivo. Por Zuzo Moussawer. Revista Bass Player, 31 de julho de 2012.

Ver também


This article is issued from Wikipedia. The text is licensed under Creative Commons - Attribution - Sharealike. Additional terms may apply for the media files.