ARNm precursor

O ARNm precursor ou pré-ARNm (ou pré-mRNA) é um ARNm monocatenário imaturo, que dará origem ao ARNm definitivo depois de sofrer um processamento nos eucariotas. O pré-ARNm sintetiza-se a partir dum molde de ADN (o gene ou unidade de transcrição) situado no núcleo celular. O pré-ARNm é muito maior do que o ARNm definitivo.

O pré-ARNm compreende a grande maioria do chamado ARN heterogéneo nuclear ou ARNhn[1] (ou também ARN nuclear heterogéneo ou hnRNA). O termo ARNhn é mais antigo, uma vez que uma das primeiras características utilizadas para distinguir os ARNs do núcleo foi o seu tamanho, e inclui todos os transcritos da ARN polimerase II[1]. Geralmente utiliza-se ARNhn como sinónimo de pré-ARNm, embora em stricto sensu, o ARNhn pode incluir transcritos de ARN nuclear que não acabam por originar um ARNm citoplasmático.

A maturação do pré-ARNm nos eucariotas tem lugar no núcleo. Uma vez que o pré-ARNm foi completamente processado, passa a ser denominado "ARNm maduro" ou simplemente "ARNm", que se unirá a um ribossoma citoplasmático para ser traduzido para proteínas.

Processamento dos pré-ARNm

Ver artigo principal: Processamento do ARN

O pré-ARNm eucariótico apresenta uma vida curta antes de ser processado para dar lugar ao ARNm. Um pré-ARNm contém dois tipos de segmentos, exões e intrões. Os exões são segmentos que se conservam no ARNm final, uma vez que compreendem as partes codificantes, entanto que os intrões, que se encontram intercalados entre os exões, não são codificantes e são eliminados num processo chamado splicing, geralmente realizado pelo spliceossoma formado pelas ribonucleoproteínas snRNP (excepto nos intrões com auto-splicing).

Outros processos são produzidos na maduração do pré-ARNm eucariótico, entre os quais a modificação dos suas duas extremidades 5' e 3'. Na extremidade 5' acrescenta-se uma 7-metilguanosina (cap) e na 3' uma cauda poli-A.[2][3]

Assim que uma cadeia de pré-ARNm é devidamente processada para um ARNm, este é exportado desde o núcleo para o citoplasma, onde se une a um ribossoma para ser traduzido para proteínas.

Nos procariotas os genes não possuem geralmente intrões, pelo que não é necessário um splicing para os ARNm como nos eucariotas, mas antes os outros ARN são cortados com ribonucleases.

Referências

  1. Bruce Alberts et al. Biologia Molecular da Célula. Omega. 1986. Página 440. ISBN 84-282-0752-6.
  2. Weaver, Robert F. (2005). Molecular Biology, p.432-448. McGraw-Hill, New York, NY. ISBN 0-07-284611-9.
  3. Wahl, M. C.; Will, C. L.; Lührmann, R. (2009). "The Spliceosome: Design Principles of a Dynamic RNP Machine". Cell 136 (4): 701–718. doi:10.1016/j.cell.2009.02.009. PMID 19239890.

Ver também

Ligações externas

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