Regiões biogeográficas da Europa

As regiões biogeográficas da Europa são regiões biogeográficas definidas pela Agência Europeia do Ambiente. Inicialmente limitadas aos estados-membro da União Europeia, foram mais tarde ampliadas para englobar todo o território europeu a ocidente dos montes Urais, incluindo a Turquia. O objetivo é proporcionar uma ferramenta de trabalho para coordenar e comunicar esforços de conservação.

Mapa das regiões biogeográficas da Europa

História

A primeira classificação das regiões biogeográficas mundiais foi realizada por Alfred Russel Wallace em 1876. Wallace inseriu a Europa na região paleoártica, dividindo-a entre as sub-regiões do Norte da Europa e Mediterrânica. Estas sub-regiões coincidiam aproximadamente com as regiões botânicas de Augustin Pyramus de Candolle e foram essencialmente uma tentativa de definir áreas com fortes afinidades ao nível de endemismo.[1]

O mapa moderno das regiões biogeográficas foi inicialmente desenvolvido para ser usado pelos estados-membros da União Europeia na aplicação dos critérios da Directiva Habitats, Anexo III, Fase II.[2][3] A directiva original de 1992 identificava cinco regiões biogeográficas: alpina, atlântica, continntal, macaronésica e mediterrânica. Esta classificação serviu como ferramenta de trabalho para criar uma proposta de lista de Sítios de Importância Comunitária a partir das listas definidas pelos estados-membros.[3] A região boral foi acrescentada em 1995, quando a Áustria, Finlândia e Suécia aderiram à UE.[3]

Em 1996, a Comissão Permanente da Convenção de Berna decidiu criar a Rede Esmeralda de zonas de especial conservação.[3] Em 1998, a mesma comissão definiu que para os membros da UE os sítios da Rede Esmeralda seriam os sítios constantes na rede Natura 2000. Assim, foi necessário alargar o mapa das regiões biogeográficas para englobar todo o território europeu, e não apenas o da UE.[4] Foram acrescentadas mais cinco regiões biogegográficas: a região anatólica, do Mar Negro, panónica e estépica. O mapa revisto das regiões biogeográficas da área pan-Europeia foi aprovado pela Comissão da Convenção de Berna em 2001.[5]

Regiões

As 11 regiões biogeogáficas e as principais ameaças à biodiversidade de cada uma são:[6][7]

RegiãoPaíses % da UEPrincipais ameaças à biodiversidade
ÁrticaIslândia, Noruega, Rússia0,0%
AtlânticaAlemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Portugal, Países Baixos, Reino Unido18,4%
BorealEstónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Suécia, Bielorrússia, Rússia18,8%
ContinentalÁustria, Bélgica, Bulgária, República Checa, Alemanha, Dinamarca, França, Itália, Luxemburgo, Polónia, Roménia, Suécia, Eslovénia, Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Sérvia29,3%
  • Elevado grau de fragmentação dos habitats por infraestruturas urbanas e de transporte, indústrias e mineração
  • Poluição do ar
  • Agricultura intensiva
  • Exploração intensiva dos rios
AlpinaÁustria, Bulgária, Alemanha, Espanha, Finlândia, França, Itália, Polónia, Roménia, Suécia, Eslovénia, Eslováquia, Ucrânia, Rússia, Geórgia, Arménia
(Alpes, Pirenéus, Cárpatos, Aples dináricos, Balcãs, Ródopes, Urais, Caucásia)
8,6%
  • O aquecimento global pode alterar as condições para comunidades de animais e plantas
  • Infraestruturas de transporte
  • Turismo
  • Barragens
PanónicaRepública Checa, Hungria, Roménia, Sérvia, Eslováquia, Ucrânia3,0%
EstépicaRoménia, Moldávia, Ucrânia, Rússia0,9%
  • Intensificação da agricultura
  • Desertificação
  • Poluição derivada da mineração e indústrias pesadas
Mar MortoBulgária, Roménia, Turquia, Geórgia0,3%
  • Intensificação da agricultura: irrigação, salinização
  • Saturação do solo com água
  • Turismo
MediterrânicaChipre, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta, Portugal, Turquia20,6%
  • Principal destino turístico mundial
  • Elevada pressão urbanística nas regiões costeiras
  • Intensificação da agricultura nas planícies e abandono nas regiões de montanha
  • Desertificação de algumas áreas
  • Espécies invasoras
MacaronésicaEspanha, Portugal
(Açores, Madeira, Canárias)
0,2%
AnatólicaTurquia0,0%
  • Intensificação da agricultura
  • Construção de barragens


Referências

Sources

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