SMS Von der Tann

O SMS Von der Tann foi o primeiro cruzador de batalha operado pela Marinha Imperial Alemã. Sua construção começou em março de 1908 nos estaleiros da Blohm & Voss e foi lançado ao mar em março do ano seguinte, sendo comissionado em setembro de 1910. Projetado em resposta aos cruzadores de batalha britânicos da Classe Invincible, era armado com uma bateria principal composta por oito canhões de 283 milímetros montados em quatro torres de artilharia duplas, tinha um deslocamento carregado de mais de 21 mil toneladas e alcançava uma velocidade máxima de 24 nós.

SMS Von der Tann
 Alemanha
Operador Marinha Imperial Alemã
Fabricante Blohm & Voss
Homônimo Ludwig von der Tann
Batimento de quilha 21 de março de 1908
Lançamento 20 de março de 1909
Comissionamento 1º de setembro de 1910
Destino Deliberadamente afundado em
21 de julho de 1919; desmontado
Características gerais (como construído)
Tipo de navio Cruzador de batalha
Deslocamento 21 300 t (carregado)
Maquinário 4 turbinas a vapor
18 caldeiras
Comprimento 171,1 m
Boca 26,6 m
Calado 9,1 m
Propulsão 4 hélices
- 42 000 cv (30 900 kW)
Velocidade 24 nós (44 km/h)
Autonomia 4 400 milhas náuticas a 14 nós
(8 100 km a 26 km/h)
Armamento 8 canhões de 283 mm
10 canhões de 149 mm
16 canhões de 88 mm
4 tubos de torpedo de 450 mm
Blindagem Cinturão: 80 a 250 mm
Convés: 25 a 50 mm
Torres de artilharia: 180 a 230 mm
Torre de comando: 250 mm
Tripulação 41 oficiais
882 marinheiros

O Von der Tann serviu na Frota de Alto-Mar e teve um início de carreira tranquilo que envolveu principalmente exercícios de rotina e cruzeiros de treinamento para portos estrangeiros. Fez em 1911 uma grande viagem diplomática para a América do Sul. A Primeira Guerra Mundial começou em 1914 e o navio foi usado em várias incursões contra o litoral britânico durante os primeiros dois anos de conflito. Esteve presente em 1916 na Batalha da Jutlândia, quando afundou o cruzador de batalha britânico HMS Indefatigable, mas também foi seriamente danificado por acertos inimigos.

O navio foi rapidamente reparado e voltou ao serviço, porém pouco fez pelo restante do conflito e nunca mais entrou em combate, passando os últimos anos da guerra realizando incursões infrutíferas no Mar do Norte com o objetivo de atrair uma parte isolada da Grande Frota britânica. A Alemanha foi derrotada em novembro de 1918 e o Von der Tann foi internado no mesmo mês na base britânica de Scapa Flow. Ele permaneceu no local até 21 de junho de 1919, quando foi deliberadamente afundado por sua tripulação. Seus destroços foram reflutuados em 1930 e desmontados.

Desenvolvimento

O cruzador blindado SMS Blücher foi o cruzador grande alocado para o orçamento de 1906 da Marinha Imperial Alemã e era uma melhora incremental sobre seus predecessores, sendo armado com doze canhões de 210 milímetros. Entretanto, os novos cruzadores de batalha britânicos da Classe Invincible eram muito superiores aos cruzadores blindados contemporâneos, sendo armados com oito canhões de 305 milímetros. Consequentemente, um projeto totalmente novo seria necessário para 1907 a fim de fazer frente aos navios britânicos. Os trabalhos no chamado "Cruzador F" começaram em agosto de 1906, com os requerimentos básicos sendo para um navio armado com oito canhões de 283 milímetros e bateria secundária de oito canhões de 149 milímetros, mais uma velocidade máxima de 23 nós (43 quilômetros por hora). Dentre os projetos preliminares estavam opções para colocar a bateria secundária em casamatas ou em quatro torres de artilharia duplas. O Escritório de Construção, sob a direção do vice-almirante Rudolf von Eickstedt, apresentou uma outra proposta com seis canhões principais e uma bateria secundária de armas de 170 milímetros.[1]

Oficiais de alta patente da Marinha Imperial discordavam sobre qual papel o novo navio deveria desempenhar. O almirante Alfred von Tirpitz, o Secretário de Estado do Escritório Naval Imperial, pensava na embarcação como uma réplica da Classe Invincible, tendo canhões maiores, blindagem mais leve e velocidade elevada a fim de atuar como batedor para a frota e para destruir os cruzadores rápidos inimigos. Ele não tinha a intenção de usá-lo na linha de batalha principal. Entretanto, o imperador Guilherme II, junto com maioria dos outros membros do Escritório Naval Imperial, era a favor de incorporar o navio à linha de batalha após o contato inicial com o inimigo ter sido feito, o que exigiria uma blindagem mais pesada. Esta insistência na capacidade de lutar como parte da linha de batalha era uma consequência da inferioridade numérica da Marinha Imperial diante da Marinha Real Britânica. Propostas iniciais tinham uma bateria principal de armas de 305 a 343 milímetros, mas limitações financeiras forçaram o uso de canhões menores e mais baratos. As mesmas torres de artilharia duplas de 283 milímetros desenvolvida para os couraçados da Classe Nassau foram selecionadas para o "Cruzador F".[2][3]

Muitas discordâncias sobre o projeto do navio foram resolvidas em uma conferência em setembro. Eickstedt argumentou que a construção deveria ser adiada para permitir alterações no projeto já que os testes para o sistema de proteção ainda não tinham sido finalizados. Ele também afirmou que canhões de 210 ou 240 milímetros seriam suficientes para penetrar a blindagem dos cruzadores de batalha britânicos. Entretanto, o contra-almirante August von Heeringen do Departamento Geral da Marinha disse que canhões de 283 milímetros eram necessários já que o navio deveria também enfrentar couraçados. O contra-almirante Eduard von Capelle, vice-diretor do Escritório Naval Imperial, afirmou que, dependendo dos resultados dos testes do sistema de proteção subaquático, o tamanho da bateria principal poderia ser reduzido para compensar o peso de aprimoramentos que poderiam ser feitos. Tirpitz rejeitou esta ideia, mesmo se isso exigisse um aumento do deslocamento para além das dezenove mil toneladas concordadas.[4]

A equipe de projeto apresentou três arranjos do armamento para Guilherme no final de setembro: "1a" com duas torres duplas e quatro torres únicas, "2a" com quatro torres duplas e "5a" com três torres duplas e duas únicas. Todas tinham o armamento secundário em casamatas. O imperador aprovou o "2a", que foi refinado mais pela equipe de projeto, produzindo o "2b" ao mover uma das torres laterais para um arranjo en echelon que teoricamente permitiria que todos os canhões disparassem pela lateral, porém na prática a onda de choque impedia que isso ocorresse. O sistema de propulsão também foi alterado de motores de tripla expansão para turbinas a vapor, o que aumentaria a velocidade para 24 nós (44 quilômetros por hora). Isto produziu a variante "2a1", enquanto melhoramentos na proteção e aumento na potência resultaram na versão final "2c1".[5]

Guilherme autorizou em 22 de junho de 1907 a construção do "Cruzador F", que seria chamado Von der Tann em homenagem ao barão Ludwig von der Tann-Rathsamhausen, militar da Guerra Franco-Prussiana. O contrato de construção foi firmado em 26 de setembro com a Blohm & Voss em Hamburgo. O custo do navio foi de 36,523 milhões de marcos,[6] um aumento de 33 por cento em relação ao Blücher e o dobro do preço do cruzador blindado SMS Scharnhorst. Este aumento significativo de custo causou grandes problemas para a Marinha Imperial, pois as Leis Navais que regiam o programa de construção presumiam que os preços permaneceriam estáveis com o passar do tempo.[7]

Projeto

Características

Desenho do Von der Tann

O Von der Tann tinha 171,5 metros de comprimento da linha de flutuação e 171,7 metros de comprimento de fora a fora. Tinha uma boca de 26,6 metros, mas que posteriormente aumentou para 27,17 metros com a instalação de redes antitorpedo. Seu calado era de 8,91 metros à vante e 9,17 metros à ré. O deslocamento normal era de 19 370 toneladas, enquanto o deslocamento carregado chegava a 21,3 mil toneladas. O casco foi construído com armações de aço tanto transversais quanto longitudinais e era subdividido em quinze compartimentos estanques, tendo também um fundo duplo que percorria 75 por cento do comprimento do navio.[8]

Era considerada uma embarcação com boa navegabilidade e que demonstrava movimentos gentis, porém tinha uma leve tendência ardente. Era difícil de controlar enquanto navegava de ré. Perdia até sessenta por cento de sua velocidade e alteava em até oito graus com seu leme totalmente virado.[9] Tanques antibalanço foram instalados durante a construção, mas estes mostraram-se ineficazes e reduziam o balanço em apenas 33 por cento.[10] Quilhas de equilíbrio foram depois adicionadas para tentar melhorar a estabilidade, com o espaço anteriormente dedicado aos tanques antibalanço sendo usados para armazenar mais combustível. Desta forma, o Von der Tann podia carregar 180 toneladas a mais de carvão.[11]

Os compartimentos da tripulação ficavam arranjados de tal modo que os oficiais ficavam acomodados no castelo de proa. Este arranjo foi considerado insatisfatório e não foi repetido em navios seguintes.[12] O Von der Tann foi projetado para receber mastros de treliças, mas foi finalizado com dois mastros de poste tradicionais. Gáveas foram instaladas nos mastros em 1914 com o objetivo de observarem onde os projéteis caíam. Testes com hidroaviões foram realizados a bordo do navio em 1915, com um guindaste sendo colocado no convés da popa para içar a aeronave a bordo. As redes antitorpedo que tinham sido originalmente instaladas foram removidas no final de 1916.[13]

Propulsão

O Von der Tann foi o primeiro grande navio de guerra da Marinha Imperial a usar turbinas a vapor. Seu sistema de propulsão era composto por quatro turbinas a vapor arranjadas em dois conjuntos: duas turbinas de alta pressão que giravam as hélices externas e duas turbinas de baixa pressão que giravam as hélices internas. Cada hélice tinha três lâminas e 3,6 metros de diâmetro. As turbinas ficavam divididas em três salas de máquinas. O vapor para alimentá-las vinha de dezoito caldeiras de tubos d'água a carvão divididas em cinco salas de caldeiras. A exaustão das caldeiras era canalizada para duas chaminés bem espaçadas, uma à ré do mastro de vante e outra à meia nau.[9][13]

Os motores tinham uma potência indicada de 42 mil cavalos-vapor (30,9 mil quilowatts) para uma velocidade máxima de 24 nós (44 quilômetros por hora). Entretanto, o navio excedeu em muito esses números durante seus testes marítimos, alcançando 79 009 cavalos-vapor (58 095 quilowatts) para 27,4 nós (50,7 quilômetros por hora). O Von der Tann chegou a alcançar uma velocidade média de 27 nós (cinquenta quilômetros por hora) por um período estendido durante uma viagem de Tenerife para a Alemanha, também conseguindo uma velocidade máxima de 28 nós (52 quilômetros por hora). Era o navio de guerra no estilo dreadnought mais rápido do mundo quando entrou em serviço. Foi projetado para carregar mil toneladas de carvão, mas era capaz de levar até 2,6 mil toneladas. Isto permitia uma autonomia de quatro mil milhas náuticas (8,1 mil quilômetros) a catorze nós (26 quilômetros por hora). Sua usina elétrica consistia em seis turbogeradores que tinham uma produção total de 1,2 mil quilowatts a 225 volts.[14][15]

O Von der Tann, assim como muitos navios capitais alemães, tinha problemas crônicos com carvão de baixa qualidade disponível para suas caldeiras. O capitão de mar Max Hahn, oficial comandante do navio, afirmou depois de uma ação de bombardeio litorâneo em 1914 que "a inadequação de nosso carvão e suas propriedades de queima resultam em nuvens de fumaça espessas e sinaliza nossa presença".[16] A embarcação foi incapaz de manter o fogo em todas as suas caldeiras durante a Batalha da Jutlândia em 1916 devido ao carvão ruim.[17] Vários outros navios sofreram as mesmas dificuldades na batalha, como os cruzadores de batalha SMS Seydlitz e SMS Derfflinger.[18] Caldeiras que queimavam carvão foram suplementadas após 1916 com óleo combustível que deveria ser borrifado sobre o carvão, desta forma melhorando a taxa de combustão.[13]

Armamento

Desenho do Von der Tann em 1912 por William Frederick Mitchell

O armamento principal do Von der Tann consistia em oito canhões SK calibre 45 de 283 milímetros montados em quatro torres de artilharia duplas: duas à vante da superestrutura, duas à ré e duas laterais à meia-nau em um arranjo en echelon. As torres eram do tipo Drh.L C/1907 e eram giradas eletricamente, enquanto os canhões eram elevados hidraulicamente. As armas podiam elevar até vinte graus, o que permitia um alcance máximo de 18,9 quilômetros, mas uma reforma em 1915 aumentou o alcance para 20,4 quilômetros. Disparavam projéteis perfurantes de 302 quilogramas a uma velocidade de saída de 875 metros por segundo. As cargas de propelentes ficavam envoltas em cartuchos de latão. Um total de 660 projéteis eram armazenados em quatro depósitos de munição, cada um com 165 projéteis.[6] O arranjo das torres de meia-nau era tal que elas teoricamente poderiam disparar para as duas laterais.[19]

O navio também tinha uma bateria secundária poderosa de dez canhões SK calibre 45 de 149 milímetros em montagens giratórias MPL C/06 dentro de casamatas. Cada arma tinha à disposição 150 projéteis altamente explosivos e perfurantes. Inicialmente dispararam projéteis de 45,3 quilogramas a um alcance máximo de 13,5 quilômetros, mas após uma reforma em 1915 o alcance foi ampliado para 16,8 quilômetros. Também eram armados com dezesseis canhões SK calibre 45 de 88 milímetros para defesa contra barcos torpedeiros e contratorpedeiros. Estas armas ficavam em montagens giratórias do tipo MPL C/01-06 e tinham um carregamento total de 3,2 mil projéteis. Disparavam projéteis de nove quilogramas a uma cadência de tiro de quinze disparos por minuto para um alcance máximo de 10,7 quilômetros, o que era muito longe para uma arma tão pequena.[20] Os canhões de 88 milímetros foram removidos em 1916 durante os reparos após a Batalha da Jutlândia, com suas aberturas tampadas. Dois canhões antiaéreos de 88 milímetros foram instalados na superestrutura de ré.[13]

O Von der Tann, como era costume para os navios capitais da época, também foi equipado com quatro tubos de torpedo de 450 milímetros, tendo um carregamento de onze torpedos. Os tubos ficavam submersos e localizados na proa, popa e em cada lateral. Os torpedos tinham uma ogiva de 110 quilogramas de trinitrotolueno e duas configurações de alcance e velocidade: dois quilômetros a 32 nós (59 quilômetros por hora) ou 1,5 quilômetro a 36 nós (67 quilômetros por hora).[20]

Blindagem

A blindagem do Von der Tann era muito mais pesada do que os equivalentes britânicos porque foi ele projetado para lutar na linha de batalha. Sua blindagem era mais de duas mil toneladas mais pesada do que a da Classe Indefatigable,[21] usando dez por cento a mais de seu peso total do que os adversários que enfrentou na Batalha da Jutlândia.[20]

Sua blindagem era feita tanto de aço-níquel quanto de aço cimentado Krupp. O cinturão principal na linha de flutuação tinha entre oitenta e 120 milímetros de espessura à vante, 250 milímetros sobre a cidadela blindada e cem milímetros à ré. A torre de comando de vante era protegida por laterais de 250 milímetros, enquanto a torre de ré tinha laterais de duzentos milímetros. As torres de artilharia tinham frentes de 230 milímetros, laterais de 180 milímetros e tetos de noventa milímetros. O convés blindado principal tinha 25 milímetros, enquanto a parte inclinada nas laterais tinha cinquenta milímetros.[22] Assim como o Blücher, sua proteção subaquática contra torpedos consistia em uma antepara de 25 milímetros. Esta estava a uma distância de quatro metros da parte externa do casco, com o espaço entre os dois sendo usado para armazenar carvão.[23]

Carreira

Tempos de paz

O batimento de quilha do Von der Tann ocorreu em 21 de março de 1908 nos estaleiros da Blohm & Voss em Hamburgo e foi lançado ao mar quase um ano depois em 20 de março de 1909. Foi batizado durante a cerimônia de lançamento pelo general de infantaria Luitpold von der Tann-Rathsamhausen, sobrinho do homônimo do navio e então o comandante do III Real Corpo do Exército Bávaro.[24] A embarcação deixou o estaleiro em maio de 1910 para que sua equipagem fosse finalizada no Estaleiro Imperial de Kiel. A Marinha Imperial sofria na época de uma escassez crônica de tripulações, assim os trabalhadores do estaleiro precisaram levar o navio para Kiel. Foi comissionado em 1º de setembro com uma tripulação composta em sua maior parte por homens do couraçado SMS Rheinland. Seu primeiro oficial comandante foi o capitão de mar Robert Mischke.[25][26]

O Von der Tann em 1911

O Von der Tann partiu para a América do Sul logo depois de finalizar seus testes marítimos, deixando a Alemanha em 20 de fevereiro de 1911. Parou no caminho nas Ilhas Canárias. Chegou no Rio de Janeiro no Brasil em 14 de março, sendo visitado no local pelo presidente Hermes da Fonseca, seguindo então para Itajaí no dia 23. Durante este período navegou com o cruzador rápido SMS Bremen, que também estava na área. Navegou para Bahía Blanca na Argentina em 27 de março, onde muitos dos seus tripulantes desembarcaram para visitarem a cidade, com Mischke e seus oficiais visitando Buenos Aires no dia 30. Permaneceu no local até 8 de abril, quando voltou para o Brasil, chegando em Salvador seis dias depois. O Von der Tann partiu para casa em 17 de abril, chegando em Wilhelmshaven em 6 de maio.[24][27] O objetivo principal da viagem era conseguir contratos armamentistas com países sul-americanos ao impressioná-los com o que era "amplamente divulgado como o mais rápido e poderoso navio de guerra flutuando na época".[28]

O navio foi designado para o I Grupo de Reconhecimento da Frota de Alto-Mar dois dias depois de chegar. Foi para Flessingue nos Países Baixos em junho, onde embarcou Guilherme, Príncipe Herdeiro da Alemanha, e sua esposa Cecília para comparecem à coroação do rei Jorge V do Reino Unido. As cerimônias incluíram uma revista naval entre 20 e 29 de junho, com o Von der Tann representando a Alemanha. A embarcação depois levou Guilherme e Cecília de volta para casa. Retomou operações com a frota em agosto, tornando-se em 29 de setembro a capitânia do I Grupo de Reconhecimento. A unidade na época era comandada pelo vice-almirante Gustav Bachmann. O novo cruzador de batalha SMS Moltke substituiu o Von der Tann como capitânia em julho de 1912 enquanto este estava passando por manutenção nos motores. O capitão de mar Max Hahn substituiu Mischke em setembro. Brevemente serviu de capitânia para o contra-almirante Franz Hipper, vice-comandante da formação, entre 21 e 26 de setembro. Se transformou em 1º de outubro na capitânia do contra-almirante Felix Funke, 3ª Almirante das Forças de Reconhecimento. Funke foi transferido em 1º de março de 1914 para o comando da III Esquadra de Batalha, sendo substituído pelo capitão de mar Arthur Tapken, que logo foi promovido no dia 22 a contra-almirante.[27][29]

Primeiras ações

A Primeira Guerra Mundial começou em julho de 1914 e a primeira grande incursão do Von der Tann foi em agosto na Batalha da Angra da Heligolândia. A embarcação estava na angra de Wilhelmshaven durante o início do confronto e recebeu às 8h20min ordens para partir e prestar auxílio os cruzadores rápidos alemães sob ataque. Hipper pediu às 8h50min ao almirante Friedrich von Ingenohl, comandante da Frota de Alto-Mar, permissão para enviar o Von der Tann e o Moltke para o resgate dos cruzadores.[30]

O navio estava pronto para zarpar às 10h15min, mais de uma hora antes dos cruzadores de batalha britânicos chegaram na batalha. Entretanto, não pode sair pela maré baixa, que impedia que os navios passassem por uma banco de areia na foz do estuário do rio Jade. O Von der Tann e o Moltke finalmente conseguiram sair às 14h10min e Hipper ordenou que os cruzadores rápidos recuassem em direção aos dois cruzadores de batalha, enquanto Hipper estava aproximadamente uma hora atrás no cruzador de batalha SMS Seydlitz. O SMS Strassburg, SMS Stettin, SMS Frauenlob, SMS Stralsund e SMS Ariadne, os cruzadores rápidos sobreviventes, se encontraram com o Von der Tann e o Moltke às 14h25min.[31] O Seydlitz chegou às 15h10min, mas o Ariadne estava muito danificado e afundou. Os três cruzadores de batalha avançaram cautelosamente em uma busca infrutífera pelos dois navios que faltavam, o SMS Mainz e SMS Cöln. A flotilha alemã deu a volta às 16h00min e chegaram no estuário do Jade por volta das 20h23min.[32]

Referências

  1. Dodson 2016, pp. 77–78.
  2. Staff 2006, pp. 3–5.
  3. Weir 1992, p. 82.
  4. Philbin 1982, pp. 66–67.
  5. Dodson 2016, pp. 78–80.
  6. Staff 2006, p. 5.
  7. Dodson 2016, p. 79.
  8. Gröner 1990, pp. 53–54.
  9. Gröner 1990, p. 54.
  10. Staff 2006, pp. 7, 45.
  11. Campbell & Sieche 1986, p. 151.
  12. Staff 2006, p. 45.
  13. Staff 2006, p. 8.
  14. Gröner 1990, p. 53.
  15. Staff 2006, pp. 4, 8.
  16. Philbin 1982, p. 56.
  17. Philbin 1982, pp. 56–57.
  18. Philbin 1982, p. 57.
  19. Hough 2003, p. 87.
  20. Staff 2006, p. 6.
  21. Butler 2006, p. 50.
  22. Staff 2006, pp. 6–7.
  23. Staff 2006, p. 7.
  24. Hildebrand, Röhr & Steinmetz 1993, p. 50.
  25. Staff 2006, p. 9.
  26. Hildebrand, Röhr & Steinmetz 1993, p. 49.
  27. Dodson 2016, p. 80.
  28. Livermore 1944, p. 41.
  29. Hildebrand, Röhr & Steinmetz 1993, p. 51.
  30. Massie 2003, p. 107.
  31. Strachan 2001, p. 417.
  32. Massie 2003, p. 114.

Bibliografia

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