Simão Luís da Veiga

Simão Luís da Veiga (Montemor-o-Novo, Lavre, 8 de Junho de 1878/9 Lisboa, São Jorge de Arroios, 19 de Março de 1963[1]) foi um cavaleiro tauromáquico, lavrador e pintor naturalista português.[2][3]

Simão Luís da Veiga
Nascimento 8 de junho de 1878
Montemor-o-Novo
Morte 19 de março de 1963
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação pintor, agricultor, cavaleiro tauromáquico

Biografia

Filho dum abastado lavrador, Simão Luís da Veiga Frade (Montemor-o-Novo, Lavre, 21 de Setembro de 1824 - Montemor o Novo, Lavre, 19 de Março de 1881), vulgarmente conhecido por Simão Luís Frade, Vereador da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lavre e grande lavrador e Proprietário em Lavre dos grupos de Herdades das Várzeas, das Cruzetes e dos Verdugos, das Antas e dos Simarros, de Pedrógão e dos Arneiros, de Pinçais e do Chapeleirinho, o dos Carregais e o do Godial, e de sua terceira mulher (Montemor-o-Novo, Lavre, 9 de Junho de 1875) Emília de Jesus Lopes (Leiria, Caranguejeira, 19 de Fevereiro de 1855 - ?), herdou de seu pai as Herdades do Pedrógão e dos Arneiros, do Vale da Bica, do Pimpolho, da Carvalhice, da Caneira e dos Olivais e Casa em Lavre, foi o continuador da obra do pai, e bem cedo se dedicou à lavoura, aos cavalos e aos touros.[2]

Feita a Instrução Primária na terra da sua naturalidade, matriculou-se no antigo Liceu do Carmo.[2] Ao mesmo tempo recebia lições de Pintura de Adolfo Greno e Josefa Greno.

Feito o 5.° ano do Liceu, partiu para Paris, onde frequentou a Academia Julian e teve como Mestre Lucien Simon.[2] É portanto na Academia Francesa e, posteriormente, junto de José Malhoa, de quem será discípulo que se forjou Simão da Veiga como um pintor naturalista de referência século XX português.[4]

Casou primeira vez em Lisboa, São José, a 15 de Agosto de 1898, com Margarida Hilária da Assunção Dionísio (Lisboa - ?), filha de Augusto Filipe Dionísio e de sua mulher Maria Isabel da Cunha, da qual teve uma única filha. Casou segunda vez em Montemor-o-Novo, Lavre, a 27 de Maio de 1905, com Constantina Rosa Martins (Montemor-o-Novo, 28 de Julho de 1881 - Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 5 de Janeiro de 1961), filha de Manuel José Martins (Coruche, Peso - ?) e de sua mulher (Coruche, Peso) Bernardina Maria (Montemor-o-Novo, Lavre, 28 de Dezembro de 1850 - ?), da qual teve uma filha e quatro filhos.

Apresentara-se, em 1912, numa Exposição colectiva realizada pela Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Em 1913, obteve a 1.ª Medalha de Ouro na Exposição da mesma Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa. No mesmo ano, concorreu ao Salon de Paris, onde obteve a 2.ª Medalha de Prata com um retrato de sua segunda mulher.[4][2]

Em 1916, teve duma Rita uma filha bastarda. Na revista "Ilustração Portuguesa" de 3 de dezembro de 1917 um convívio realizado em sua casa foi motivo de reportagem.[5]

Fez a sua primeira exposição individual em 1923, no Salão Bobone. Concorreu, habitualmente, aos Salões da Sociedade Nacional de Belas-Artes, tendo neles conquistado a 1.ª e 2.ª Medalhas com um conjunto de seis telas, que representavam a Diana Caçadora com os seus Galgos e uma cabeça Flor do Pântano.[2]

Dedicou-se à pintura a óleo, mas também fez aguarela.[2]

Os seus motivos preferidos são assuntos da vida campesina da borda de água e Alentejana.[2] Pintor da lezíria ribatejana e das paisagens alentejanas, retratou cenas campestres, de camponeses, campinos, toiros e cavalos, o que fazem dele um pintor eminentemente naturalista.[4]

Está representado nos Museus do Porto e de Bragança.[2] As suas principais obras podem ser vistas no Museu Soares dos Reis, no Porto, no Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, e no Museu do Abade de Baçal, em Bragança.[4] Alguns dos seus quadros fazem parte de galerias particulares, em Portugal e no Brasil.[2]

Proprietário duma ganadaria de toiros bravos e grande aficionado da tauromaquia, Simão Luís da Veiga fez-se notar também como toureiro, actuando a pé e a cavalo.[1]

Em Maio de 1922, depois de actuar inúmeras vezes como amador, tomou e recebeu a alternativa de cavaleiro tauromáquico das mãos de José Casimiro, na Monumental do Campo Pequeno. Um mês depois, a 4 de Junho, voltava à praça lisboeta para conceder a alternativa como Padrinho ao seu filho primogénito, o conhecido Simão da Veiga.[3] E, seguidamente, exibiu-se em quase todos os redondéis da Península Ibérica.[1][2]

Entre os seus êxitos, conta-se a sua actuação brilhante na tourada organizada pelo Rei D. Afonso XIII de Espanha, na Praça de Touros Monumental de Barcelona, na qual tomou parte com seu filho, e na qual o Rei Vítor Manuel III da Itália, a quem tinha sido oferecida a Corrida Régia, lhes ofereceu duas cigarreiras enriquecidas com as Armas da Coroa Italiana, convidando-o a tourear em Roma. Benito Mussolini dirigiu-lhe idêntico convite, mas nenhuma das corridas se realizou.[2]

D. Afonso XIII condecorou-o com o grau de Senhor Comendador da Real Ordem de Isabel a Católica de Espanha, por um retrato que expôs em Madrid.[1][2]

Era avô paterno de Luís Miguel da Veiga e bisavô de Mafalda Veiga.

Referências

  1. «Simão Luís da Veiga». Vila de Lavre. Consultado em 27 de Outubro de 2014. Arquivado do original em 3 de março de 2016
  2. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 34. 436
  3. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume 10 Actualização. 486
  4. «Produtos - Paisagem Ribatejana - Simão da Veiga». Leão de Areia. Consultado em 27 de Outubro de 2014. Arquivado do original em 28 de outubro de 2014
  5. «Título ainda não informado (favor adicionar)» (PDF)
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